JOGOS EDUCACIONAIS APLICADOS À EDUCAÇÃO AMBIENTAL UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Marcon, R.O. (INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - CAMPUS SUZANO) ; Higuchi, D.A. (INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - CAMPUS SUZANO)

Resumo

Tornar agradável e aumentar a eficiência do ensino não é tarefa fácil. Uma das metodologias mais utilizadas para alcançar este objetivo tem sido a utilização de jogos educacionais. A aplicação de jogos educacionais na aprendizagem de temas referentes a química ambiental é retratada neste trabalho e os resultados foram mensurados através de um questionário quantitativo avaliando o grau de satisfação dos discentes com a utilização dos recursos didáticos através da escala de Likert. A pesquisa com uma turma de 20 alunos foi extremamente promissora quanto a aceitação e contribuição efetiva dos jogos educacionais no processo de ensino- aprendizagem.

Palavras chaves

EDUCAÇÃO AMBIENTAL; JOGOS EDUCACIONAIS; MEIO AMBIENTE

Introdução

Atrair a atenção dos alunos e propiciar que a aprendizagem seja tão eficiente quanto possível, são necessárias modificações, principalmente no que se refere à compreensão de assuntos abstratos. O ensino de química seria bem mais simples e agradável se fossem abandonadas as metodologias ultrapassadas muito utilizadas no ensino tradicional, isto é, os métodos nos quais os únicos recursos didáticos utilizados pelo educador para repassar os conteúdos aos educandos são o quadro, o pincel e a linguagem oral e se investissem mais nos procedimentos didáticos alternativos. O uso de jogos educacionais no ensino de ciências é uma prática já estabelecida, cujo objetivo é auxiliar os alunos a aprender ou revisar o conteúdo ministrado de forma lúdica, porém efetiva. Uma grande variedade de jogos educacionais tem sido proposta no ensino da química (Russell, 1999; Morris, 2011; Olivares et al., 2011). Cunha (2012) apresenta uma revisão sobre a utilização dos jogos no ensino de química e diferencia jogo educacional de jogo didático. O primeiro envolve ações ativas e dinâmicas, sem se preocupar com a apresentação ou discussão de conceitos ou conteúdos. Já o jogo didático é educativo, trabalhando a ludicidade, a cognição e a socialização dos alunos, mas fundamentalmente com o objetivo de introduzir ou discutir conceitos e conteúdos de formação curricular do aluno. A proposta deste trabalho foi de utilizar jogos educacionais na prática da educação ambiental com foco nos fenômenos químicos e na formação cidadã.

Material e métodos

Uma aula sobre os fenômenos químicos presentes em nosso planeta, foi realizada como parte de um curso extracurricular de curta duração que abordou a Química do Cotidiano. Este curso ocorreu no Instituto Federal de São Paulo, campus Suzano, havendo a participação de 20 alunos, sendo 14 do ensino médio e 6 do 1º semestre do curso superior em Tecnologia em Processos Químicos do próprio campus. A aula foi iniciada com a aplicação da dinâmica tempestade cerebral onde os alunos de forma espontânea completavam a seguinte frase com o primeiro pensamento que os ocorressem: Nosso planeta ...... A aula seguiu com uma sensibilização, que utilizou imagens, frases e música (País das Águas) e abordou temas como as transformações do nosso planeta. Palavras importantes, exploradas durante a sensibilização e consideradas “palavras chaves” foram usadas no jogo educativo: Desvendando o Meio Ambiente através do desenho e da mimica. Cada aluno apresentou uma mimica ou desenho sobre a palavra sorteada sendo premiado o aluno que somasse mais acertos. Após este momento através de uma aula dialogada foram abordados temas como: inversão térmica, aquecimento global, desertificação, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida e destruição da camada de ozônio, ao final da discussão os alunos realizaram um caça palavras. Na última dinâmica os alunos divididos em grupos se alternaram indicando atitudes que nós como cidadãos responsáveis podemos tomar para ajudar nosso planeta, o grupo que deixou de indicar uma ação foi convidado a apresentar uma dança para os demais. O encerramento da aula ocorreu com a música Paciência do Lenine e de um questionário, que utilizou a escala de Likert com cinco pontos para avaliar as dinâmicas e aula.

Resultado e discussão

Por meio do questionário aplicado no final da aula, foi possível diagnosticar que 100% dos estudantes concordaram que a aula foi muito interessante favorecendo o entendimento das relações do Nosso planeta com os fenômenos químicos. A atividade de tempestade cerebral (figura 1) foi apontada por 69% uma ótima forma de sensibilização ao tema. Em relação aos jogos educativos 92% concordaram totalmente que as atividades: Desvendando o Meio Ambiente através da mimica e do desenho e Atitudes que nós como cidadãos responsáveis podemos tomar para ajudar nosso planeta auxiliou no entendimento dos temas abordados. A atividade Cruzadas: Meio Ambiente (figura 2) obteve 100% de concordância com 69% concordância total referente a sua significância no entendimento das relações da química com o Meio Ambiente. Com a aplicação das atividades desenvolvidas foi notado grande envolvimento dos discentes na participação das atividades propostas e a discussão sobre os temas, o que permitiu aprofundar e aprimorar os conhecimentos existentes sobre o assunto abordado. Resultados semelhantes foram obtidos por Cunha (2012); Morris (2011) e Russell (1999). Com a aplicação dos jogos educativos pode-se verificar que houve boa assimilação do nosso papel e da nossa responsabilidade como cidadãos para a preservação ambiental. O emprego da dinâmica de ensino que utilizou a mimica e o desenho demonstrou ser uma boa ferramenta para compreensão e criatividade incentivando a participação de todos. Destaca-se como papel principal que as atividades permitiram colocar os discentes em posição ativa na construção dos conhecimentos da relação da química com o Meio Ambiente.

Figura 1

Tempestade cerebral: Nosso planeta....

Figura 2

Figura 2 Caça-palavras: Meio Ambiente

Conclusões

O trabalho apresentado teve como objetivo principal o desafio de trazer o ensino da química para perto do educando e mostrou que a química está inserida a sua volta, sendo possível com o uso de materiais alternativos e novas metodologias a alcançar o principal objetivo que é favorecer o processo de ensino-aprendizagem, sendo avaliada como ótima por 95% do alunos. E apontada por 100% dos alunos, que esta abordagem lúdica auxiliou no processo de aprendizagem facilitando o entendimento dos fenômenos químicos presentes nas transformações do planeta Terra.

Agradecimentos

Agradecemos aos professores e alunos envolvidos do IFSP- Campus Suzano.

Referências

CUNHA, M.B. Jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, v. 34, n. 2, p. 92-98, 2012.
MORRIS, T.A. Go chemistry: a card game to help students learn chemical formulas. J. Chem. Educ. v. 88, p. 1397-1399, 2011.
OLIVARES, I.R.B.; COSTA, D.L.L.B. e QUEIROZ, S.L. Jogos de empresa: aplicação na gestão da qualidade no ensino superior de química. Química Nova, v. 34, n. 1, p. 1811-1817, 2011.
RUSSELL, J.V. Using games to teach chemistry: an annotated bibliography. J. Chem. Educ. v. 76, p. 481-484, 1999.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ