AVALIAÇÃO DO EFEITO CITOTÓXICO DE EXTRATO ETANÓLICO DE FOLHAS DE Citrullus lanatus PARA CARCINOMA DE LARINGE

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Siqueira, S.L. (UFPE) ; Silva, A.T. (UFPE) ; Militão, G.C.G. (UFPE) ; Nascimento, S.C. (UFPE) ; Silva, T.G. (UFPE) ; Albuquerque, J.F.C. (UFPE)

Resumo

A espécie Citrullus lanatus da família Curcubitaceae é originária da África. Esta planta apresenta como fruto comestível a melancia, conhecida por suas propriedades nutricionais e capacidade diurética é amplamente cultivada e consumida pelos homens e animais. A literatura revela que mesmo a casca e as sementes são culturalmente consumidas em alguns países. O foco desta pesquisa foi analisar o efeito citotóxico das folhas de melancia. A espécie Citrullus lanatus variedade lanatus apresenta polpa de tom que varia do vermelho ao amarelo e de sabor adocicado com alto teor de água. No Brasil predomina o genótipo comercial Crimson Sweet de origem americana. O extrato vegetal etanólico de folhas de melancia (Citrullus lanatus) foi avaliado frente às células tumorais de carcinoma de laringe (HEP).

Palavras chaves

Citrullus lanatus; citotóxico; melancia

Introdução

Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & Nakai) é conhecida popularmente por melancia. Os primeiros registros apontam a África como região originária da melancia e o sudeste da Ásia. Hoje sabemos que todos os países do mundo conhecem a melancia e fazem uso dela nas mais diversas variedades como centro secundário do desenvolvimento e diversificação da cultura (ALMEIDA, 2003). No Brasil, as regiões sul e nordeste são as principais produtoras de melancia. Todas as partes da melancia são consumidas de modo diferente em diversas regiões do mundo. A planta apresenta caule rasteiro, extremamente longo, ramificado, flexível e cilíndrico, coberto por pelos e fixado por gavinhas e o sistema radicular é extenso e superficial. As folhas são divididas em três lobos profundos e inseridas ao longo do caule que rasteja sobre o solo. A melancieira apresenta sistema reprodutivo monoico. Os frutos da melancieira são do tipo pepônio, assim como outras cucurbitáceas (melão e abóbora). A melancieira é uma planta herbácea com ciclo vegetativo anual. O ciclo, desde o plantio até a colheita, dura em média de 85 a 120 dias. A cultura exige disponibilidade de água durante todo o ciclo, requer clima quente e baixa umidade. O plantio de melancia dar-se por semeadura direta, por sementes diretamente no campo ou em laboratório com a produção de mudas para o posterior transplantio e vendas (BHERING et al. 2003). O cultivo de melancia possui grande importância sócio-econômica, visto que é realizado por pequenos agricultores gera emprego e renda para o trabalhador rural. O gênero citrullus apresenta quatro espécies diferentes que são bem conhecidas na Ásia e na África. A polpa do fruto de Citrullus lanatus possui propriedades nutricionais e medicinais, contudo, pouco se conhece ainda das folhas desta planta.

Material e métodos

As folhas da espécie Citrullus lanatus (Curcubitaceae) foram coletadas, trituradas, pesadas, extraídas em etanol e o extrato evaporado. Uma alíquota de 10 mg de extrato foi encaminhada para análise citotóxica. A linhagem de células tumorais de Carcinoma de laringe (HEP) foi cultivada em meio DMEN, suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos, mantida em estufa a 37 °C, em atmosfera com 5% de CO2. A amostra foi diluída em DMSO puro e estéril, e testada na concentração de 50 µg/mL. A análise de citotoxicidade pelo método do MTT tem sido empregada no programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI), que testa mais de 10.000 amostras a cada ano (SKEHAN et al., 1990). Este é um método rápido, sensível e de baixo custo, descrito primeiramente por Mosman (1983), tendo a capacidade de analisar a viabilidade e o estado metabólico da célula. Trata de uma análise colorimétrica baseada na conversão do sal 3-(4,5-dimetil-2-tiazol)-2,5-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT) em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas células metabolicamente ativas. O estudo citotóxico pelo método MTT permite determinar a citotoxicidade, todavia nada revela acerca do mecanismo de ação (BERRIDGE et al., 1996). As células foram plaqueadas na concentração de 1x105 células/mL. As substâncias previamente dissolvidas em DMSO e diluídas em série no meio RPMI para obtenção das concentrações finais e adicionadas em placa de 96 poços (100 μL/poço). As placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5% de CO2 a 37°C. Em seguida, foram adicionados 25 μL da solução de MTT (sal de tetrazolium), e as placas foram incubadas por 3h. A absorbância foi lida após dissolução do precipitado com DMSO puro em espectrofotômetro a 595nm.

Resultado e discussão

O experimento foi desenvolvido em condições especiais realizado em concentrações diferentes e observado o índice de inibição das células citotóxicas padrão HEp-2 para câncer de laringe. A leitura do resultado experimental foi analisado segundo as médias e desvio padrões usando o programa computacional GraphPad Prism. Os resultados obtidos foram realizados pela determinação da Cl50, concentração que inibe 50% da proliferação celular em relação ao controle. ADOLPHE & BARLOWATZ-MEIMON, 1988). As amostras foram diluídas em DMSO e testadas na concentração de 50 µg/mL. Análise de citotoxicidade pelo método do MTT vem sendo utilizada no programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI). As células foram plaqueadas na concentração de 1x105células/mL. As substâncias previamente dissolvidas em DMSO foram diluídas em série no meio RPMI para obtenção das concentrações finais e adicionadas em placa de 96 poços (100 μL/poço). As placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5% de CO2 a 37°C. Em seguida foram adicionados 25 μL da solução de MTT e as placas reincubadas por 3h. As amostras foram avaliadas dentro de uma escala seguindo as seguintes classificações adotadas. Sem atividade (1 a 20% de inibição do crescimento celular), com pouca atividade (inibições de crescimento celular variando de 20 a 50%), com atividade moderada (inibição de crescimento celular de 50 a 70%), com muita atividade (inibição de crescimento variando de 70 a 100%). O resultado desse estudo em relação ao percentual de inibição do crescimento celular (IC%) do extrato etanólico foi acima do esperado. Na linhagem tumoral testada na dose única de 50 µg/mL apresentou excelente efeito inibitório na percentagem de 73,73281% com taxa de erro padrão 2,298378 para câncer de laringe

Conclusões

Para o teste foi utilizada apenas um tipo de célula de linhagem tumoral HEp-2 (carcinoma de laringe). O resultado do extrato etanólico das folhas de melancia (Citrullus lanatus) para o teste de citotoxicidade in vitro foi avaliado com base em uma escala de intensidade a fim de determinar o potencial da amostra testada. Alto índice inibitório foi constatado para as células tumorais de carcinoma de laringe HEp-2 com índice de 73,7328 1% com taxa de erro padrão 2,298378. Esse resultado é animador, sobretudo, porque no mundo o câncer de laringe é o segundo maior incidente no aparelho respiratório.

Agradecimentos

Ao CNPq pelo financiamento do Projeto. Aos alunos do laboratório Cancerologia Experimental do Departamento de Antibióticos da UFPE pela cooperação.

Referências

ADOLPHE M., BARLOVATZ-MEIMON G. Culture de Cellules Animales. Méthodologies Applications. In Ed. INSERN, Paris, 1988.

ALMEIDA, D. P. F. 2003. Melancia. Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, Textos Acadêmicos. Disponível em:

<http://dalmeida.com/hortnet/Melancia.pdf> Acesso em: 09 ago. 2013.
BHERING M. C. et al. 2003 Avaliação do vigor de sementes de melancia (Citrullus lunatus schrad.) pelo teste de envelhecimento acelerado. Revista Brasileira de Sementes, vol. 25, nº 2, p.1-6.

Instituto Nacional de Câncer (INC) José Alencar Gomes da Silva. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José

MOSSMAN, T. Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival:application to proliferation and cytotoxicity assays. J. Immunol. Methods, 65: 55-63, 1983.

SKEHAN, P.; STORENG, R.; SCUDIERO, D.; MONKS, A; MCMAHON, J.; VISTICA, D.; WARREN, J.T.; BODESCH, H.; KENNEY, S.; BOYD, M. R. New colorimetric cytotoxicity assay for anticancer – drug screening. J. Natl. Cancer Inst. 82, 13: 1107-1112, 1990.

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