Atividade antioxidante de extratos aquosos de Ruta graveolens

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Freitas Santos, V. (IFG) ; Pereira Alves, B.H. (IFG)

Resumo

Ruta graveolens (arruda) é uma planta muito conhecida popularmente, porém, existem poucas pesquisas sobre essa planta. Neste sentido, esta pesquisa consistiu em analisar a atividade antioxidante dos extratos aquosos de Ruta graveolens. As extrações foram realizadas pelos métodos de infusão das folhas secas e através do extrator de lipídeos com folhas frescas e secas. A atividade antioxidante foi determinada pelo radical livre estável 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) seguindo o método descrito por Lima (2008). A espécie apresentou atividades antioxidantes confirmadas através dos cálculos de CE50, o extrato aquoso da folha seca apresentou a maior atividade antioxidante, inibindo 78,83% dos radicais DPPH.

Palavras chaves

Extratos foliares; Ruta graveolens; radicais livres

Introdução

Atualmente, ainda é possível perceber, com relativa frequência o uso de plantas no tratamento de doenças. Essa prática, eficaz ou não, é tradicional e utilizada há milhares de anos, a partir de suas observações e experiências, o homem, sofreu um processo biológico evolutivo descobrindo, nas plantas, o tratamento de injurias e doenças (MIGUEL; MIGUEL, 1999). Além das propriedades medicinais, os compostos extraídos das plantas permitem uma ampla aplicação em indústrias agrícolas, cosméticas e alimentícias. No uso agrícola, o estudo é voltado às ações alelopáticas e à extração de substâncias usadas no controle de pragas. Nas indústrias cosméticas e alimentícias, o interesse é pela busca de nutrientes importantes para o corpo humano, em especial compostos que possuam ação antioxidante (LIMA, 2008). Este trabalho focalizou o estudo e a análise da atividade antioxidante de uma planta medicinal originária da Europa Meridional e cultivada em vários países, como o Brasil, e especialmente da Europa Oriental: Ruta graveolens L., conhecida popularmente por sua versatilidade, é usada por apresentar propriedades fitoterápicas e condimentares. Apesar da espécie em questão ser bastante conhecida e utilizada no país, uma busca bibliográfica realizada em sites de pesquisa, indicam que até o presente momento, poucos estudos científicos referentes aos constituintes químicos e a potencial ação antioxidante da planta são encontrados na literatura. Com isso, percebe-se a relevância cientifica em se realizar a caracterização química desta espécie vegetal. O trabalho tem como objetivo geral, avaliar a atividade antioxidante dos extratos aquosos das folhas secas e frescas de Ruta graveolens (arruda).

Material e métodos

As amostras de folhas foram coletadas em residências no município de Itumbiara- GO, uma parte foi levada a extração imediatamente após as coletas e outra parte foi colocada para secagem em estufa a 36ºC por aproximadamente 72 horas, triturada e acondicionada em freezer até a realização das extrações. Realizou-se a determinação de umidade por diferença de peso e o teor de umidade foi expresso por porcentagem. As extrações foram realizadas por extrator de lipídeos, utilizando 250 mL de água e aproximadamente 5 g de folhas secas e frescas, o tempo de extração foi de 8 horas, e infusão, utilizando 100 g de folhas secas com 250 mL de água. Para avaliar a atividade antioxidante foram colocados 0,3 mL de cada concentração das amostras de extrato aquoso de Ruta graveolens diluídos em metanol e 2,7 mL da solução previamente preparada de DPPH em tubos de ensaio em duplicata. Foi feito um branco nas mesmas condições, com todos os reagentes, exceto a amostra. Posteriormente foram feitas as leituras a cada 15 minutos durante 1 hora no comprimento de onda de 517 nm, em um espectrofotômetro Shimatzu UV- 160 1 PC, conforme LIMA (2008).

Resultado e discussão

As folhas de arruda apresentaram um teor de umidade, em porcentagem, de 72,50 ±0,59 %. Nas extrações pelo extrator de lipídeos foram obtidos os extratos aquosos das folhas secas e frescas de Ruta graveolens com os respectivos rendimentos 3000 µg/mL e 4570 µg/mL . A infusão aquosa foi realizada com as folhas secas devido à conservação pela atuação regressiva na ação enzimática e a maior quantidade de princípios ativos em relação à folha fresca (COSTA et.al, 2005). Os rendimentos dos extrativos por infusão foram inferiores a extração por extrator de lipídeos, se comparado a quantidade de folhas utilizada. A atividade antioxidante foi calculada pela inibição do radical DPPH, que segundo Lima (2008), mede a capacidade de consumo do radical livre (1,1- Difenil-2- picrilidrazila), de coloração púrpura, formando um radical estável e incolor pelo recebimento de átomos de hidrogênio radicalar e elétrons. Os resultados obtidos de cada amostra, pelas absorvâncias em cada tempo seguem na tabela 1. Foram utilizadas as equações 1 e 2 para o cálculo da porcentagem de DPPH remanescente, porcentagem inibitória de DPPH e concentração de inibição de 50% do DPPH (CE50 ) % DPPHrem = {[DPPH] am /[DPPH]bran} * 100 (equação 1) e % I = 100 - %DPPH REM (equação 2) De acordo com Chang et al. (2001), quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra, menor será a sua CE50 e maior a sua atividade antioxidante. Os resultados indicam que o extrato aquoso da folha seca apresentou a maior atividade antioxidante dentre os extratos analisados. A elevada atividade antioxidante das folhas secas ocorre devido à redução da degradação enzimática e a consequente minimização das perdas de princípios ativos (COSTA et al, 2005).

Tabela 1

Tabela 1- Valores* da % DPPH remanescente, porcentagem de inibição e concentração inibitória de 50% dos radicais DPPH

Conclusões

A espécie apresentou atividades antioxidantes confirmadas através dos cálculos de CE50 e comparadas com outras espécies já analisadas. O extrato aquoso, (por extrator de lipídeos) da folha seca foi o que melhor solubilizou substâncias com princípios antioxidantes, apresentando o menor valor de concentração de inibição de 50% de DPPH. Outros estudos poderão ser realizados com óleos essenciais e extratos desta planta, a fim de comparar o teor de atividade antioxidante, por diferentes métodos.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás- Itumbiara e ao Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia.

Referências

CHANG, Shang-Tzen; WU, Jyh-Horng; WANG, Sheng-Yang; KANG, Pei-Ling; YANG, Ning-Sun; SHYUR, Lie-Fen.; Antioxidant activity of extracts from Acacia confusa bark and heartwood. J. Agric. Food Chem., v. 49, p. 3420-3424, 2001.

COSTA, Larissa. C. B.; CORRÊA, Ricardo. M.; CARDOSO, Julio. Cesár. W.; PINTO, José. Eduardo. B. P.; BERTOLUCCI, Suzan. K. V.; FERRI, Pedro. H. Secagem e fragmentação da matéria seca no rendimento e composição do óleo essencial de capim-limão. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.956-959, 2005.

LIMA, Rafaela Karin de. Óleos essenciais de Myristica fragrans Houtt. e de Salvia microphylla H. B. K.: caracterização química, atividade biológica e antioxidante. Tese (Doutorado) – Programa de Pós- graduação em Agroquímica, Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG, 2008.

MIGUEL, Marilis Dallarmi; MIGUEL, Obdúlio Gomes. Desenvolvimento de fitoterápicos. São Paulo: Probe Editorial,1999.

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