COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DAS FOLHAS/RAMOS DE Ocimum campechianum Mill (LAMIACEAE) OBTIDOS POR SISTEMA DE CLEVENGER MODIFICADO E ORIGINAL

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Bichara Junior, T.W. (MPEG) ; Silva, S.G. (UFPA) ; Nascimento, L.D. (MPEG) ; Andrade, E.H.A. (MPEG) ; Cardoso, J.L.V. (UFPA) ; Maia, J.G.S. (UFPA)

Resumo

O óleo essencial das folhas/ramos (fresco e seco) de O. campechianum cultivada em Abaetetuba-PA foi obtido por hidrodestilação (HD) utilizando sistema de Clevenger original (ORI) e modificado (MOD). A composição química foi analisada por CG/EM. Os rendimentos de óleos essenciais (mL/100g) obtidos das folhas/ramos fresco e seco no extrator MOD foram superiores (4,25% e 3,18%) ao ORI (3,90% e 2,29%). O constituinte majoritário identificado em todos os óleos obtidos foi o fenilpropanóide metileugenol (76,41% e 82,63%) no sistema MOD e (77,80% e 82,25%) no sistema ORI, fresco e seco, respectivamente, ou seja, não houve alteração quantitativa da composição química.

Palavras chaves

Lamiaceae; Ocimum campechianum; Óleo essencial

Introdução

A família Lamiaceae, compreende cerca de 250 gêneros e 6970 espécies (JUDD et al, 1999), distribuídas pelo mundo. Ocimum campechianum é uma planta de porte herbáceo pertencente à família Lamiaceae, conhecida no Brasil como “alfavaca-do-campo, manjericão-grande ou alfavaca-de-galinha” e é usada para muitas finalidades como culinária, banhos e uso medicinal (ZOGHBI et al, 2007). A principal matéria prima obtida por plantas deste gênero são os óleos essenciais, com elevado valor nos mercados nacional e internacional, contidos nas folhas e flores de espécies como manjericão doce (SIMON et al, 1999). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o teor e a composição química de óleo essencial das folhas/ramos in natura e seco de Ocimum campechianum, utilizando extratores Clevenger modificado e original.

Material e métodos

A espécie O. campechianum foi cultivada no município de Abaetetuba, Pará. Folhas e ramos (in natura e seco) foram submetidos à hidrodestilação em sistemas de vidros do tipo Clevenger original (ORI) e modificado (MOD), acoplados a sistema de refrigeração para manutenção da água de condensação entre 10-15º C, durante 3 h. A porcentagem de água nas amostras foi determinada através do analisador de umidade por infravermelho. Os óleos essenciais obtidos foram centrifugados, desidratados com Na2SO4 anidro. A composição química dos óleos essenciais foi analisada através de Cromatografia de Fase Gasosa/Espectrometria de Massas em sistema Thermo DSQ-II equipado com coluna capilar de sílica DB-5MS (30 m x 0,25 mm; 0,25 mµ de espessura do filme) nas seguintes condições operacionais: programa de temperatura: 60°-240°C, com gradiente de 3° C/min); temperatura do injetor: 240° C; gás de arraste: hélio (velocidade linear de 32 cm/s, medida a 100° C); injeção sem divisão de fluxo (0,1 µL de uma sol. 2:1000 de n-hexano); temperatura da fonte de íons e outras partes 200° C. O filtro de quadrupolo varreu na faixa de 39 a 500 daltons a cada segundo. A ionização foi obtida pela técnica de impacto eletrônico a 70 eV. A identificação dos componentes químicos foi baseada no índice retenção linear e no padrão de fragmentação observados nos espectros de massas, por comparação destes com amostras autenticas existentes nas bibliotecas do sistema de dados e da literatura (ADAMS, 2007).

Resultado e discussão

O rendimento de óleo essencial (mL/100 g), independente do tipo de extrator (ORI e MOD) foi superior no material in natura (78,65% de umidade) com relação ao seco (umidade 16,38%). Os maiores teores de óleo essencial das folhas/ramos de O. campechianum foram obtidos no extrator Clevenger MOD (4,25% e 3,18%) quando comparado ao ORI (3,90% e 2,29%). A porcentagem dos constituintes químicos majoritários e seus respectivos índices de retenção (IR) encontram-se na Tabela 1. O fenilpropanóide metileugenol foi o constituinte majoritário identificado em todos os óleos obtidos, tanto no sistema ORI quanto no MOD, assim como no material in natura (76,41%) e seco (82,63%), seguido pelos hidrocarbonetos sesquiterpênicos β-cariofileno (5,34% - 7,53%), β- elemeno (2,17% - 3,67%), β-selineno (3,85% - 4,66%) e α- selineno (2,43% - 3,41%). O Gráfico 1 mostra similaridade dos constituintes químicos (≥ 3,0%) obtidos dos óleos essenciais por hidrodestilação usando Clevenger original (ORI) e modificado (MOD) das folhas/ramos frescos (FF) e secos (FS) de O. campechianum.

Tabela dos Constituintes de O. campechianum

Tabela 1. Constituintes químicos dos óleos essenciais de folhas/ramos (in natura e seco) de O. campechianum obtidos pelos sistemas ORI e MOD

Gráfico dos Constituintes de O. campechianum

Gráfico 1. Similaridade dos constituintes químicos (≥ 3,0%) obtidos dos óleos essenciais por hidrodestilação usando Clevenger original (ORI) e modificado (MOD) das folhas/ramos frescos (FF) e secos (FS) de O. campechianum.

Conclusões

O maior rendimento de óleo essencial das folhas/ramos de O. campechianum encontra-se na planta in natura, sendo que o melhor percentual é obtido no extrator Clevenger modificado. Metileugenol é o constituinte majoritário no óleo, independente da umidade da planta e do tipo de extrator Clevenger (original e modificado).

Agradecimentos

PIBIC/CNPq, MPEG e UFPA

Referências

ADAMS, R.P. Identification of essential oil components by gás chromatography / mass spectrometry. Illinois: AlluredPublishing Corporation, 2007.

JUDD, W. S.; CAMPBELL, C. S.; KELLOGG, E. A.; STEVENS, P. F. Plant Systematics. A phylogenetic approach. Inglaterra, Sinauer Associates Inc., 1999. p. 383.

SIMON et al. Brazil: a source of aroma compounds and a popular culinary and ornamental herb. In: J. Janick (Ed.). Perspectives on new crops and new uses. Alexandria: ASHS Press, 1999.

ZOGHBI, M. G. B.; OLIVEIRA, J.; ANDRADE, E. H. A.; TRIGO, J. R.; FONSECA, C. M.; ROCHA, A. E. S. Variation in Volatiles of Ocimum campechianum Mill. and Ocimum gratissimum L. Cultivated in the North of Brazil. Jeobp (3) 2007, p. 229-240.

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