ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIACETILCOLINESTERASE DE FRAÇÕES DO RIZOMA DA ESPÉCIE ZINGIBER OFFICINALE ROSCOE

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Lopes Pascoal, K.L. (UECE) ; Ferreira de Souza Filho, A.C. (UECE) ; Furtado de Carvalho Filho, M.A. (UECE) ; Pires Pereira, E.J. (UECE) ; Viana França, J.L. (UECE) ; Solon Barreira Cavalcanti, E. (UECE)

Resumo

O uso de plantas medicinais, para tratamento, prevenção e cura de doenças, é uma prática antiga utilizada pela humanidade. As plantas são fonte importante de substâncias químicas biologicamente ativas, portanto se torna necessário estudar e sistematizar essas inúmeras classes de produtos naturais, que muitas das quais se constituem em modelos para a síntese de um grande número de fármacos. O presente trabalho visa a avaliação da atividade antioxidante e antiacetilcolinesterásica de frações do rizoma da espécie Zingiber Officinale R., popularmente conhecida como gengibre. Após a análise dos resultados dos testes, comparado com dados da literatura, observou-se eficiência dos extratos, que poderão ser utilizados como possível antioxidantes e inibidores da enzima acetilcolinesterase.

Palavras chaves

antioxidante; antiacetilcolinesterase; zingiber officinale

Introdução

As plantas medicinais são a mais antiga fonte de compostos farmacologicamente ativos e ainda hoje, representam o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos em todo o mundo (DI STASI, 1996). No Brasil, a espécie Zingiber officinale R., é conhecida como gengibre, e é uma planta da família Zingiberaceae, herbácea, perene, cujo rizoma é amplamente comercializado em função de seu emprego alimentar, medicinal e industrial. Popularmente é associada ao tratamento de doenças gastrointestinais, náuseas, desconfortos abdominais, tratamento de artrite, reumatismo, doenças cardiovasculares e doenças metabólicas. Através dos ensaios realizados com as frações clorofórmica e acetato de atila do rizoma desta espécie, almeja-se identificar substâncias bioativas com ação antioxidante, e assim ter uma alternativa natural e eficiente em relação a estabilização e inibição de radicais livres presentes no organismo, que estão associados a inúmeras doenças, como: câncer, reumatismo, aterosclerose e patologias neurodegenerativas. Além, de testar a aplicação de substâncias para melhorar um dos sintomas da doença de Alzheimer, por meio do teste de inibição da enzima acetilcolinesterase.

Material e métodos

pós a coleta do material, o rizoma do gengibre, o mesmo foi submetido à extração com etanol a frio por um período de sete dias. Após este período o material obtido foi concentrado, sob pressão reduzida, para a obtenção do extrato etanólico. A partir do extrato bruto etanólico do rizoma de Zingiber officinale R., foi realizado uma coluna cromatografia em sílica gel sob vácuo, empregando sequencialmente os solventes clorofórmio e acetado de etila. Para a análise da atividade antioxidante usou-se o método de varredura do radical livre DPPH, onde possíveis agentes redutores presentes no extrato reajam com o radical livre DPPH, tornando seus elétrons emparelhados e causando perda estequiométrica da cor da solução, com o número de elétrons recebidos (BLOIS, 1958). A quercetina foi usada como padrão na mesma concentração para comparação. No teste para eficácia da inibição da enzima acetilcolinesterase, usou-se a metodologia de ELMANN, adaptada por RHEE et al. (2001), para cromatografia em camada delgada (CCD) utilizando-se a solução dos reagentes ácido 5,5-ditriobis- 2-nitrobenzóico (DTNB) e iodeto de acetilcolina (ATCI) em tampão e solução da enzima acetilcolinesterase. A fisostigmina foi utilizada como padrão.

Resultado e discussão

O ensaio com as frações clorofórmica e acetato de etila do rizoma da espécie Zingiber officinale R., mostrou eficiência na inibição e degradação de espécies reativas de oxigênio. Os testes para atividade antioxidante apontaram resultados satisfatórios quando comparados ao padrão, tendo em vista que os índices de varredura do inibidor de cinquenta por cento do radical livre DPPH (IV50) foi de 0,23 mg.mL para o padrão quercetina e de 1,812 ± 0,021 mg.mL para a fração clorofórmica e 5,098 ± 0,026 mg.mL para a fração acetato de etila. A atividade anticolinesterásica é diretamente proporcional ao diâmetro do halo de inibição formado. A medida da atividade anticolinesterásica é dada pela medida (em cm) dos halos. Para esse teste a fração clorofórmica apresentou 0,7 cm na medida do halo de inibição e a fração acetato de etila apresentou 0,8 cm e a fisostigmina, padrão, apresenta um halo de inibição de 0,9 cm. O resultado é considerado muito satisfatório, destacando-se a fração acetato de etila, já que se aproximou mais do valor do padrão utilizado.

Conclusões

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que as frações do rizoma de Zingiber officinale R. apresentaram uma boa eficiência em relação à inibição de radicais livres, IV50 = 1,812 ± 0,021 mg/mL (Fração Clorofórmica) e IV50 = 5,098 ± 0,026 mg/mL (Fração Acetato de etila) , comparado com o padrão e também uma boa atividade antiacetilcolinesterásica frente ao padrão fisostigmina, logo o estudo pode ser usado como referência, quando se trata de substâncias naturais que possam ser utilizadas para o tratamento da doença de Alzheimer e como antioxidante natural.

Agradecimentos

Os autores agradecem à Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Referências

BLOIS, M. S. 1958. Antioxidant determination by the use of a stable free radical. Nature; v. 181, p. 1199-1200.

DI STASI, L. C. (org.). Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: UNESP, 1996, 230 p.

ELLMAN, G.C.; COURTNEY, K.D.; ANDRES,V.; FHEATHERSTONE, R.M.A. 1961. New and rapid colorimetric determination of acetiylcolinesterase activity. Biochemical Pharmacology. v. 7, n. 2, p. 88-95.

RHEE, I. K.; MEENT, M.; INGKANINAN, K.; VERPOORTE, R. 2001. Screening for acetylcholinesterase inhibitors from Amaryllidaceae using silica gel thin-layer chromatography in combination with bioactivity stainin. Journal of Chromatography A, v. 915, p. 217.

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