TEOR DE FENÓLICOS E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA PRÓPOLIS COLETADA NA REGIÃO SEMIÁRIDA DO VALE DO SÃO FRANCISCO (PE).

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Cavalcante, G. (UFRPE) ; Silva, T. (UFRPE) ; Camara, C. (UFRPE) ; Yamamoto, S. (UNIVASF) ; Silva, E. (UNIVASF) ; Silva, T. (UFRPE)

Resumo

Própolis é um material resinoso coletado e processado por abelhas. O teor de fenólicos totais e o potencial antioxidante da própolis coletada na Região Semiárida do Vale do São Francisco (PE) foram avaliadas. Foram testados o extrato EtOH e as frações hexânica e AcOEt para o teor de fenólicos totais (Folin- Ciocalteu) e atividade antirradicalar (DPPH e ABTS). A fração AcEOt apresentou maior teor de fenólicos totais e melhor atividade antirradicalar.

Palavras chaves

atividade antioxidante; própolis; Apis melifera

Introdução

A própolis é um material resinoso e balsâmico coletado e processado pela Apis melifera a partir de várias fontes vegetais. A composição química da própolis é complexa e está relacionada com a flora da região em que foi originada e a época da coleta, além da variação em decorrência de zonas geográficas e climáticas (LÓPEZ et al., 2014). De modo geral, a composição química consiste em ceras, resinas, água, compostos inorgânicos, compostos fenólicos e óleos essenciais (PETELINIC et al., 2013); sendo atribuído aos compostos fenólicos, principalmente os flavonoides e ácidos fenólicos as suas atividades biológicas (SILVA et al., 2014). Devido a grande diversidade da flora brasileira, as própolis do Brasil foram agrupadas em grupos distintos (Cabral et al., 2009), nos quais são descritas composição química e propriedades biológicas diferentes para amostras coletadas nas diversas regiões Brasileiras (FERNANDES-SILVA et al., 2013). Em continuidade ao estudo químico e atividades biológicas da própolis coletada na região semiárida de Pernambuco (CAVALCANTE et al., 2013; 2014), o escopo deste trabalho foi avaliar a composição fenólica e atividade antioxidante da própolis coletada na Região Semiárida do Vale do São Francisco (PE).

Material e métodos

A própolis foi coletada na Região Semiárida próximo ao Rio São Francisco, Petrolina, Pernambuco. 79,4 g de própolis foram misturadas com etanol em um Becker para extração em banho de ultrasom. A solução extrativa foi evaporada obtendo-se o extrato EtOH, que em seguida foi particionado com hexano e AcOEt. Após a separação foram obtidas 7,04 g da fração hexânica e 9,07 g da fração AcOEt. O extrato EtOH e as frações foram submetidos aos ensaios de teor fenólicos totais (Folin-Ciocalteu) e atividade antirradicalar (DPPH e ABTS), realizados em triplicatas. Os resultados do teor de compostos fenólicos totais foram expressos como equivalentes de ácido gálico, calculados por meio de uma curva construída com concentrações que variaram de 5 a 200 µg/mL. O potencial antioxidante foi determinado com os radicais livres DPPH (padrão: ácido ascórbico) e ABTS (padrão: trolox), sendo os resultados expressos através da CE50±DP, seguindo a metodologia descrita por Alves et al. (2010).

Resultado e discussão

Os resultados obtidos estão na Tabela 1. A fração AcEOt apresentou maior teor de fenólicos totais e melhor atividade antirradicalar. A concentração efetiva para inibir 50% (CE50) do radical livre DPPH para a fração AcEOt (CE50=47,62±0,34 µg/mL) foi relativamente mais alta do que o registrado por Fianco (2014), que analisando a própolis coletada na Região do Cerrado (MG) encontrou valores de CE50=0,52±0,01 µg/mL. Entretanto, os valores de fenólicos totais para o extrato EtOH (CE50=63,91±0,04 mg EAG/g) é semelhante ao registrado por Matos et al. (2014) para outras própolis de Região Semiárida (BA) e ao registrado por Cabral et al. (2009) para própolis coletada em Região de Caatinga (AL). As atividades apresentadas pela própolis coletada no Vale do São Francisco (PE) podem ser atribuídas aos flavonoides presentes e já identificadas anteriormente (CAVALCANTE et al., 2013).

TABELA 1



Conclusões

O extrato EtOH e a fração AcOEt da própolis coletada na região semiárida do Vale do São Francisco (PE) apresentou atividade antirradicalar, sendo a fração AcOEt a mais ativa e com maior teor de fenólicos totais. Este é o primeiro estudo detalhado da composição fenólica e atividade antioxidante para a própolis coletada nessa região.

Agradecimentos

CAPES, CNPq e FACEPE.

Referências

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