COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE CITOTÓXICA DO ÓLEO ESSENCIAL DOS FRUTOS DE SCHINUS TEREBENTHIFOLIUS

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Cruz, G.C.S. (UEZO) ; Santos, J.L. (UEZO) ; Nascimento, C.C.H.C. (UEZO) ; Azevedo, L.A.C. (UEZO) ; Lima, A.M.B. (FIOCRUZ) ; Silva, R.C.A. (FIOCRUZ) ; Feliciano, G.D. (UEZO) ; Barreto, A.S. (UEZO)

Resumo

O óleo essencial dos frutos de Schinus terenbenthifolius foi obtido através de doação da empresa Laszlo e a sua composição química foi analisada através de Cromatografia Gasosa e Cromatografia Gasosa acoplada à espectrometria de massas(CG e CG-EM). Com essa técnica, foi possível identificar os constituintes presentes no óleo essencial. O principal componente encontrado nos frutos foi α-pineno. O teste de citotoxicidade foi realizado através do método da difusão em meio sólido por disco difusão. A linhagem utilizada no teste foi Staphylococcus aureus ATCC 8096. O óleo essencial apresentou atividade antimicrobiana significativa e, quando administrado com os discos de antibióticos em estudo foi observado que não houve a interferência do óleo essencial sobre o halo de inibição dos mesmos.

Palavras chaves

Schinus terebenthifolius; óleo essencial; atividade citotóxica

Introdução

A espécie Schinus terebenthifolius pertence à família das Anacardiáceas, popularmente conhecida como Aroeira, é uma árvore grande, de casca fina e escamosa, originária da América do Sul. É constituída por frutos com uma coloração verde no início e depois quando maduro vermelha, este possui um odor semelhante à pimenta. Na medicina popular tem atividade adstringente, antidiarréica, antiinflamatória, entre outras. Os óleos essenciais (OE) constituem uma variedade de elementos voláteis que estão presente em muitas partes das plantas, e, estão relacionados com diversas funções necessárias à sobrevivência. Estes são responsáveis pelas principais ações terapêuticas desta planta. Os frutos de Schinus terebenthifolius são ricos em óleos essenciais, que apresentam em sua composição monoterpenos e sesquiterpenos. Esta ampla gama de usos medicinais, muitos dos quais de origem popular, tem despertado o interesse em aprofundar os conhecimentos acerca das propriedades biológicas da espécie, e para tanto, muitas pesquisas vem sendo realizadas. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o estudo químico e biológico do óleo essencial dos frutos maduros de S. terebenthifolius, tendo como proposta apresentar as diversas aplicações do mesmo, contribuindo como fonte de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos a partir de extratos vegetais.

Material e métodos

O material vegetal (frutos maduros) foi coletado e extraído no estado de Minas Gerais, Brasil, no mês de maio de 2012, cedidos pela empresa Laszlo Ind. e Com. Ltda, localizada em Belo Horizonte – Minas Gerais. Os frutos maduros de Schinus terebenthifolius (~três toneladas) foram submetidos à destilação por arraste a vapor (durante 6h) em destilador industrial de óleo essencial da LINAX à temperatura de 100ºC, obtendo-se 500mL de óleo essencial. As análises Cromatográficas (Cromatografia Gasosa e Cromatografia Gasosa acoplada à espectrometria de massas - CG e CG/EM) foram realizadas em parceria com a Fiocruz - Farmanguinhos. A avaliação da atividade citotóxica foi realizada através da técnica de difusão em meio sólido (Ágar Mueller-Hinton) por disco difusão. A linhagem utilizada no teste foi Staphylococcus aureus ATCC 8096. Para analisar a atividade citotóxica do óleo essencial dos frutos da aroeira, foram retiradas colônias bacterianas obtidas na placa de Petri com ágar nutriente e suspensas em tubo de ensaio contendo NaCl 0,9% e comparadas com a turvação estabelecida pela escala de MC Farland (0,5). Foram utilizados discos de papel com 6 mm de diâmetro, embebidos com as concentrações estabelecidas do antibiótico amoxicilina e da amostra em estudo, sendo posteriormente inseridos sobre o meio de cultura. Paralelamente, realizou-se controle de sensibilidade da cepa ensaiada frente à ação dos antibióticos (Ampicilina, Amoxicilina, Cloranfenicol e Gentamicina), sendo esta sensível aos antibióticos em estudo. O teste-controle foi realizado com os discos embebidos com solução salina. Os resultados foram avaliados a partir da mensuração dos diâmetros dos halos de inibição de crescimento em milímetros (mm). O ensaio foi realizado em triplicata.

Resultado e discussão

O perfil cromatográfico do OE de Schinus terebenthifolius apresentou uma maior composição de monoterpenos em relação aos sesquiterpenos. O constituinte majoritário encontrado nos frutos maduros foi o α-pineno. Na avaliação citotóxica do óleo essencial, este foi eficiente para inibição da cepa avaliada, apresentando atividade antimicrobiana significativa e, quando administrado com os os discos de antibióticos, foi observado que não houve a interferência do óleo essencial sobre o halo de inibição dos mesmos. O OE de Schinus terebenthifolius mostrou uma atividade microbiana promissora, visto que inibiu o crescimento da cepa ensaiada. Os resultados obtidos no ensaio de citotoxicidade do OE foi analisado a partir dos dados da Portaria 1.480 de 31 de Dezembro de 1990 do Ministério da Saúde (MS, 1480/90), que determina o percentual de células degeneradas em testes citotóxicos in vitro.

Conclusões

Nas condições do nosso estudo, torna-se possível especular que o óleo essencial dos frutos maduros de S. terebenthifolius apresentou um efeito inibitório satisfatório sobre a cepa de Staphylococcus aureus. Esta foi sensível ao óleo essencial em estudo. Por isso, a aplicação do óleo essencial pode ser uma forma eficiente de controle alternativo do patógeno. Muitas pesquisas têm sido realizadas com ênfase na busca de novos produtos naturais que possua atividade antimicrobiana, entre outras, associado a uma menor toxicidade ao hospedeiro.

Agradecimentos

Plataforma de Métodos Analíticos(PMA)da FIOCRUZ, pelas análises, CNPq pela bolsa concedida, Laboratório de Tecnologia de Cultura de Células(LTCC/UEZO)

Referências

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Ostrosky E.A.; Mizumoto M.K.; Lima M.E.L.; Kaneko T.M.; Nishikawa S.O.; Freitas B.R. Métodos para avaliação da atividade antimicrobiana e determinação da concentração mínima inibitória (CMI) de plantas medicinais 18(2): 301-307, 2008.

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