Avaliação do potencial genotóxico do óleo essencial dos frutos de Schinus terebenthifolius

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Cruz, G.C.S. (UEZO) ; Santos, J.L. (UEZO) ; Nascimento, C.C.H.C. (UEZO) ; Azevedo, L.A.C. (UEZO) ; Feliciano, G.D. (UEZO) ; Barreto, A.S. (UEZO)

Resumo

A espécie Schinus terebenthifolius, popularmente conhecida como Aroeira pertence à família das Anacardiáceas. Os óleos essenciais são responsáveis pelas principais ações terapêuticas desta planta. O óleo essencial dos frutos de Schinus terenbenthifolius foi obtido através de doação da empresa Laszlo Ind. e Com. Ltda no mês de maio de 2012, localizada em Belo Horizonte – Minas Gerais. Neste trabalho foi analisado o potencial genotóxico do óleo essencial desta planta por meio da técnica de difusão em meio sólido (Ágar Mueller-Hinton) por disco difusão, pela imposição das substâncias (SNCl2 e H2O2). A linhagem utilizada no teste foi Staphylococcus aureus ATCC 8096. Na avaliação genotóxica foi observado que o OE foi pouco genotóxico pois obteve o índice de lise menor que 80%.

Palavras chaves

Schinus terebenthifolius; óleo essencial; potencial genotóxico

Introdução

A espécie Schinus terebenthifolius, popularmente conhecida como Aroeira vermelha, corneíba, fruto-de-sabiá, Aroeira branca e Aroeira do sertão, pertence à família das Anacardiáceas, utilizada tanto na medicina popular como na culinária nacional e internacional. É uma árvore grande, e nativa da América do Sul(Peru), sendo também encontrada na Ásia, Europa e alguns países da América. É encontrada em várias regiões do Brasil, sendo catalogadas oito espécies diferentes. Seus frutos possui coloração verde no início e depois quando maduro vermelha. As partes dessa espécie que possuem propriedades medicinais são as cascas, os frutos e as folhas. Os óleos essenciais são responsáveis pelas principais ações terapêuticas, estes são compostos formados por várias funções orgânicas combinadas em diferentes tipos, não sendo substâncias puras, pois resultam da mistura de vários componentes orgânicos voláteis complexos, presentes em proporções variáveis de espécie para espécie. Os frutos de Schinus terebenthifolius são ricos em óleos essenciais, que apresentam em sua composição monoterpenos e sesquiterpenos. O óleo essencial do fruto de Schinus terebenthifolius, apresenta atividades larvicida, inseticida e repelente contra o Aedes aegypti, vetor do agente etiológico causador da dengue. Para alertar sobre riscos potenciais como o câncer e desordens genéticas existem diversos testes que avaliam a genotoxicidade de medicamentos, assim como de plantas utilizadas na medicina popular.

Material e métodos

Os frutos maduros de Schinus terebenthifolius (~três toneladas) foram submetidos à destilação por arraste a vapor (durante 6h) em destilador industrial de óleo essencial da LINAX à temperatura de 100ºC, obtendo-se 500mL de óleo essencial.O potencial genotóxico do OE de Schinus terebenthifolius foi avaliado por meio do método de difusão em meio sólido (Ágar Mueller-Hinton) por disco difusão. A linhagem utilizada no teste foi Staphylococcus aureus ATCC 8096. Para analisar a atividade genotóxica do óleo essencial dos frutos da aroeira, foram retiradas colônias bacterianas obtidas na placa de Petri com ágar nutriente e suspensas em tubo de ensaio contendo NaCl 0,9% e comparadas com a turvação estabelecida pela escala de MC Farland (0,5). Foram utilizados discos de papel com 6 mm de diâmetro, embebidos com as concentrações estabelecidas das substâncias cloreto estanoso e peróxido de hidrogênio e do óleo essencial em estudo, sendo posteriormente inseridos sobre o meio de cultura. As placas foram incubadas em estufa a 37°C durante 24 horas. Os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos em milímetros (mm) pela média aritmética do diâmetro dos halos de inibição formado ao redor dos discos nas três repetições. O teste-controle foi realizado com os discos embebidos com solução salina. Na avaliação genotóxica do óleo essencial, o Índice de Lise (IL - que indica a porcentagem de células degeneradas) foi determinado a partir do halo formado, Índice de Zona (IZ - ou seja, área não corada), pela imposição das substâncias cloreto estanoso – SNCl2 e peróxido de hidrogênio – H2O2 e do óleo essencial em estudo nos discos bacteriológicos.

Resultado e discussão

O resultado obtido no ensaio de genotoxicidade do OE de Schinus terebenthiflius foi analisado a partir dos dados da Portaria 1.480 de 31 de Dezembro de 1990 do Ministério da Saúde (MS, 1480/90) que determina o percentual de células degeneradas em testes in vitro. O cloreto estanoso e o peróxido de hidrogênio apresentaram índices de lise superior a 80% em determinadas concentrações, com isso, demonstrou genotoxicidade como descrito na literatura. Na avaliação genotóxica do óleo essencial se obteve o Índice de respostas (IR) que determina a porcentagem de células degeneradas, no qual demonstrou que o OE foi pouco genotóxico pois obteve o índice de lise menor que 80%. O OE + SnCl2 + H2O2, é possível especular o óleo essencial diminuiu a ação do H2O2, adquirindo um comportamento antioxidante.

Conclusões

O óleo essencial extraído dos fruto maduros de S. terebenthifolius não apresentou atividade genotóxica significativa. Este teste de genotoxidade com o óleo essencial de Schinus terebenthifolius é relevante, pois vem contribuir para as pesquisas com produtos naturais, como mais um dado para a segurança deste óleo essencial. Entretanto, ainda faz-se necessária a realização de outros testes de cunho toxicológico para verificar a total inocuidade deste óleo essencial.

Agradecimentos

CNPq pela bolsa concedida, Laboratório de Tecnologia de Cultura de Células(LTCC/UEZO).

Referências

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BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria nº 1.480, de 31 de dezembro de 1990.

CELEDONIO, N.R. Estudo do mecanismo de ação antinociceptivo e antiedematogênico do óleo essencial de Croton argyrophylloides e seus constituintes: alfa-pineno e trans-cariofileno. Universidade Estadual do Ceará, Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológicas, 2008.

Graf, U. et al., Environ. Mutagen. 1984, 6, 153.

Sotto, A. D. et al., Mutation Research. 2010, 699, 23.

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