ANÁLISE FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTICOLINESTERÁSICA E ANTIOXIDANTE E TOXICIDADE EM Artemia salina de Senna cana

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Silva, A.A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ferreira Júnior, J.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Monteiro, J.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Silva, M.G.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Araújo, H.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Morais, S.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O Gênero Senna é cientificamente reconhecido pela relevante presença de metabólitos como flavonóides e antraquinonas, os quais têm recebido muita atenção da comunidade científica por seus efeitos biológicos. Este trabalho objetivou fazer um estudo fitoquímico de Senna cana e avaliar suas atividades antioxidante e anticolinesterásica e toxicidade em Artemia salina. A atividade antioxidante foi determinada através do método do radical estável DPPH. Os testes fitoquímicos revelaram a presença de antraquinionas, taninos, xantonas, flavonóides, triterpenóides e alcalóides. Os ensaios de inibição da enzima acetilcolinasterase demonstraram resultados significantes. A partir destes estudos, conclui-se que os extratos de S. cana apresentam compostos com potencial anticolinesterásico e antioxidante.

Palavras chaves

Senna cana; Antioxidante; Acetilcolinesterase

Introdução

O Genero Senna, pertencente à família Fabaceae, que inclui cerca de 260 espécies, das quais 200 ocorrem no continente americano. Espécies deste gênero possuem aplicações na medicina popular no tratamento de gripes e resfriados e laxativo onde, atividades antioxidantes, citotóxicas e inibidoras de acetilcolinesterase foram comprovadas. Antraquinonas como o Crisofanol (1,18-diidroxi-3-metil antraquinona) e fisciona (1,8-diidroxi-3-metil-6-metoxi-antraquinona) foram compostos identificados em variadas espécies de Senna, onde estes, principalmente o crisofanol, está sempre associado a atividades antiinflamatórias, antimicrobiana, purgativa, antitumoral, antimalárica e antioxidante (VIEGAS et al., 2006). Neste artigo é relatado o estudo fitoquímico e biológico da Senna cana H. S. Irwin & Barneby.

Material e métodos

Foi utilizada neste estudo a espécie Senna cana. Foram preparados extratos etanólicos e hexânicos de folhas e galhos de S. cana. Os testes fitoquímicos qualitativos de antraquinonas, esteróides, triterpenos, alcalóides e flavonóides foram realizados com base em Matos (2009). A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade dos antioxidantes presentes nas amostras em sequestrar o radical estável DPPH. O teste de toxicidade em A. salina foi realizado de acordo com o método proposto por Meyer et al. (1982), com algumas modificações. O ensaio de inibição da Enzima Acetilcolinasterase foi baseado em Ellman et al. (1961), adaptado para CCD por Rhee et al. (2001).

Resultado e discussão

Os testes fitoquímicos para os extratos etanólicos dos galhos e folhas revelaram a presença de alcalóides, antraquinonas, flavonóides, triterpenos, taninos, xantonas. Os extratos hexânicos apresentaram resultado positivo para a presença antraquinonas e esteróides (tabela 01). A avaliação da atividade antioxidante para os extratos de Senna cana apresentaram resultados relevantes, principalmente relacionados os extratos etanólicos, onde estes são demonstrados na Tabela 02: Os extratos etanólicos apresentaram uma relevante atividade antioxidante quando comparados ao padrão BHT, o que significa que esta fração possui uma maior capacidade sequestradora de radicais livres, sendo este resultado associado ao sinergismo das substâncias presentes. Os resultados de atividade antioxidante obtidos neste ensaio estão associados diretamente aos compostos fenólicos presentes nos extratos das folhas e galhos, pois a presença desta classe de biomolécula está diretamente relacionada com a inibição de oxidação por radicais livres (DUARTE-ALMEIDA, 2006). Um dos metabólitos presentes possivelmente associados a atividade antioxidante são os flavonóides, onde estes apresentam uma estrutura básica constituída por quinze átomos de carbono arranjados em três anéis C6-C3-C6, sendo dois anéis fenólicos substituídos (A e B) e um pirano (cadeia heterocíclica C) (MARÇO et al., 2008). Verificou-se que o extrato etanólico das folhas apresentou uma atividade antioxidante superior a atividade do padrão BHT. Os resultados obtidos no ensaio de inibição da AChE, indicaram que apenas os extratos hexânicos do caule e folhas apresentaram atividade inibitória (4 mm e 5 mm). Drogas com essa ação constituem fonte para estudos contra o mal de Alzheimer.

Tabela 1

Prospecção fitoquímica dos extratos de Senna cana

Tabela 02

Atividade antioxidante para os extratos de Senna cana

Conclusões

Diante dos resultados obtidos verificou-se que os extratos etanólicos da Senna revelaram a presença de alcalóides, antraquinonas, flavonóides, taninos, triterpenos e xantonas. Os extratos hexânicos apresentaram resultado positivo para a presença de antraquinonas e esteróides. Os extratos etanólicos apresentaram melhor desempenho em relação à atividade antioxidante, possivelmente devido a presença de compostos polifenólicos, principalmente flavonóides, antraquinonas e taninos.

Agradecimentos

Referências

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