Caracterização Química e Físico-Química por RMN de 1H do Óleo das Sementes de Annona hypoglauca Mart.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Santos, R.C. (PPG-BIONORTE/UFRR) ; Melo Filho, A.A. (PPGQ/UFRR) ; Porto, A.K. (DQ/UFRR) ; Ribeiro, P.R.E. (PPGQ/UFRR) ; Holanda, L.C. (PPGQ/UFRR) ; Moreira, L.P. (DQ/UFRR) ; Nascimento, F.C. (PPGQ/UFRR) ; Costa, H.N.R. (PPGQ/UFRR) ; Melo, A.C.G.R. (PPGQ/UFRR) ; Silva, G.R. (PPGQ/UFRR)

Resumo

A Annona hypoglauca é uma fruta pouco conhecida, mas é utilizada na alimentação humana e na medicina popular contra anemia, diarreia crônica e parasitas intestinais. Suas sementes não são consumidas, e as mesmas são descartadas. O objetivo deste trabalho é o de verificar o potencial em ácidos graxos essenciais à saúde humana do óleo das sementes de A. hypoglauca, bem como a análise das propriedades físico-química presentam. Ambas análises se dará pela técnica de RMN 1H.

Palavras chaves

Annona hypoglauca; ácidos graxos; óleo vegetal

Introdução

A espécie Annona hypoglauca (Annonaceae) é conhecido no Brasil como ata-brava, beribá, graviolinha do igapó. Possui valor alimentar e medicinal (Gottsberger, 1978; Braga et al., 2008). Sua madeira possui atividade antitumoral significativa contra a célula tumoral adenocarcinoma de mama (SUFFREDINI et al. 2007). Outros testes citotóxicos foram realizados, confirmando, portanto, outras atividades contra as linhagens de células tumorais como câncer de próstata, pulmão, cólon, sistema nervoso central, leucemia, entre outras atividades (RINALDI, 2007). Os extratos das folhas de A. hypoglauca apresentam atividade, in vitro, fungicida e bactericida (Santos, et al., 2014). Porém, o uso das sementes desta espécie vegetal é desconhecido, desta forma, como não há estudos quanto ao óleo das sementes de A. hypoglauca, este trabalho tem como objetivo realizar a caracterização química e físico-química por ressonância magnética nuclear (RMN) de 1H do óleo obtido das sementes A. hypoglauca, bem como sua atividade bactericida e fungicida.

Material e métodos

As amostras foram adquiridas no município do Amajari, Roraima. As sementes de Annona hypoglauca foram higienizadas em água corrente, em seguida secas à temperatura ambiente, e por conseguinte foram secas em estufa a 50ºC por 12 horas. Após secagem as sementes foram moídas e, posteriormente, peneiradas para homogeneização das partículas entre 20–40 mesh. Obteve-se o óleo das sementes de A. hypoglauca pelo método de extração por Soxlhet, num período de 3 horas sob o refluxo de solvente hexano, onde a amostra permaneceu em contato direto com o solvente, conforme Correia (2009). Com o auxílio do programa denominado PROTÓLEOS RMN 1H, foi fornecido a quantificação dos parâmetros de qualidade tais como: índice de iodo (II), índice de acidez (IA), índice de saponificação (IS), massa molecular média (MM), calculando ainda as porcentagens dos ácidos: oleico (Ѡ-9), linoleico (Ѡ-6), linolênico (Ѡ-3) e saturados (SAT), além de calcular a área de próton (Ap), prótons olefínicos (V), total de prótons (T), relação de hidrogênios olefínicos/alifáticos (Ro,a) (FARIAS, 2013).

Resultado e discussão

A extração de óleo das sementes de A. hypoglauca apresentou um rendimento de 15,05%, sendo inferior ao óleo das sementes de atemoia “Gefner”, híbrido entre a fruta-do-conde (A. squamosa) e a cherimoia (A. cherimola) (25,92%) (Cruz et al., 2012). De acordo com as equações fornecidas por Guillén e Ruiz (2003), sugere-se a presença de ω-9 (0,467%), ω-6 (3,267) e de AGS (96,267%) no óleo das sementes de A. hypoglauca. O sinal (B) indicativo de ω-3 não aparece. Os ácidos graxos poli-insaturados, como por exemplo o ácido linoleico (ω-6) e o ácido α-linolênico (ω-3) são ácidos graxos essenciais, pois suas duplas ligações, situadas no sexto e terceiro átomos de carbono respectivamente. Esses ácidos são chamados essenciais, os quais devem ser supridos pela alimentação, uma vez que os mesmos não podem ser produzidos pelo organismo humano e sim obtidos a partir da dieta (SÚAREZ-MAHECHA et al., 2002). Mas, além da dieta humana, os ácidos graxos possuem aplicações em indústrias de plásticos, cosmetologia, borrachas, lubrificantes, couro e papel (CANGEMI; SANTOS; NETO, 2010). Os triglicerídeos são armazenados como óleo nas sementes de vários tipos de plantas, fornecendo energia e percussores biossintéticos durante a germinação da semente (LEHNINGER, 2011). O óleo obtido apresentou os seguintes resultados: II de 88,94 (mg I2/g); o IS de 170, 80 (mg KOH/g), indicando baixo grau de deterioração; IA foi de 100, 64; e a A massa molecular média foi de 965,321 g/mol.

Conclusões

O óleo de sementes de A. hypoglauca apresentou-se como uma fonte alternativa de obtenção de óleo vegetal, na qual pode ser inserida como matéria-prima nas indústrias farmacêutica e alimentícia. A análise da composição dos ácidos graxos insaturados no óleo das sementes da espécie supracitada sugere uma pequena quantidade de ω-9 e acima de 3% de ω-6, sendo os AGS em maior quantidade, 92,27%. Bem como, propriedades físico-químicas compatíveis com outras espécies vegetais.

Agradecimentos

CAPES

Referências

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REDA, S. Y.; CARNEIRO, P. I. B.; CARNEIRO, E. B. B. 1H NMR Characterization of Seed Oils from Rangpur Lime (Citrus limonia) and “Sicilian” Lemon (Citrus limon). Ann. Magn. Reson, v. 4, n. 3, p.64- 68, 2005.

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