ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA MASSA ESPECÍFICA DO BIODIESEL DE MAMONA RicinuscommunisL.QUANDO SUBMETIDOS A MISTURAS COM BIODIESEL DE BABAÇU Attalea spp.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Tecnológica

Autores

Marinho, F.G. (IFMT - CÁCERES) ; Santos, M.C. (UFVJM) ; Santos, C.C.A. (IFMT - CÁCERES) ; Maia, E.D. (IFMT - CÁCERES) ; Araújo, J.P.B. (IFMT - CÁCERES) ; Almeida, S.C.G. (IFMT - CÁCERES) ; Lima, C.J.B.L. (IFMT - CÁCERES)

Resumo

O uso em larga escala de energia proveniente da biomassa é apontado como uma grande opção que poderia contribuir para o desenvolvimento sustentável nas áreas ambiental, social e econômica. No Brasil, devido à grande diversidade de espécies oleaginosas, pode-se produzir biodiesel a partir dos óleos de diferentes espécies vegetais, como: soja, milho, amendoim, algodão, babaçu, mamona e palma. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento da massa específica do biodiesel de mamona quando submetido a misturas com biodiesel de babaçu. Após a mistura, o biodiesel formado apresentou massa específica dentro dos padrões estabelecidos pela ANP

Palavras chaves

Biodiesel; Misturas; Massa específica

Introdução

O biodiesel é uma alternativa interessante aos combustíveis fósseis, pois seu uso contribui para a redução na emissão de CO2, SOx e hidrocarboneto aromático durante o processo de combustão (ABREU et al., 2004) A mamoneira é uma oleaginosa que apresenta potencial de relevante importância econômica e social, com várias aplicações industriais, sendo encontrada em várias regiões do Brasil. Suas sementes, depois de industrializadas, dão origem à torta e ao óleo, onde apresenta um percentual de rendimento que varia entre 40 e 50%, produzindo de 0,5-1 t de óleo/hectare (OLIVEIRA et. al, 2005). O babaçu, pertence à família Arecaceae(palmáceas). O óleo extraído apresenta um rendimento aproximado de 40%. Normalmente esse óleo é mais utilizado para produção de sabão. Sendo assim, o óleo poderá ser usado na fabricação de biodiesel visto que, o mesmo possui características físico-químicas de qualidade (LIMA et. al, 2014), que poderá ser usado como aditivo para melhorar as características dos biodieseis de qualidade inferior. Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento da massa específica do biodiesel de mamona quando submetido a misturas com biodiesel de babaçu.

Material e métodos

O experimento foi conduzido na Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Estado de Ceará NUTEC-CE. A produção dos ésteres metílicos do óleo de mamona e do óleo de babaçu foi produzida a partir da reação de transesterificação dos triglicerídeos com metanol na presença do catalisador básico hidróxido de potássio (KOH). As amostras dos óleos foram pesadas em um balão de fundo chato de 250 mℓ e a partir da massa do óleo obteve-se a massa do álcool e do catalisador em seguida. A relação estequiométrica entre óleo/álcool foi de 1:6 e a massa do catalisador foi de 0,7% em relação à massa do óleo. A reação ocorreu por um período de 45 minutos a uma temperatura de 40 ºC e 60º C para o óleo de babaçu e mamona respectivamente, visando diminuir a viscosidade e facilitar o processo de transesterificação. Após o processo, separou-se o biodiesel da glicerina por meio de decantação e posteriormente lavado com água a uma temperatura de 85ºC por três vezes. O produto obtido da reação foi submetido a um aquecimento de 110ºC por 30 minutos para a retirada da umidade remanescente. As misturas foram realizadas com o auxilio de uma pipeta de precisão, logo em seguida submetidas à análise de massa específica, de acordo com a norma da ABNT NBR 14065. Para a realização deste procedimento utilizou-se um densímetro digital da marca ANTON PAAR modelo DMA 4500.

Resultado e discussão

O biodiesel de mamona apresentou massa específica fora dos parâmetros estabelecidos pela ANP, segundo a agência reguladora o biodiesel precisa possuir massa específica entre 850-900 kg/m³. No entanto, o Gráfico 1, mostra que o biodiesel de mamona apresentou massa específica de 925,0 kg/m³. Segundo Ventura (2010), em condições de transesterificação via rota etílica do óleo de mamona, na presença de catalisador básico (KOH) foi encontrado valores de massa específica de 910,0 kg/m³. Após misturar o biodiesel de mamona ao biodiesel de babaçu nas proporções 50-50% e 25-75%, a massa específica da mistura reduziu para 889,0 e 886,9 kg/m³respectivamente atendendo aos parâmetros estabelecidos pela ANP.

Gráfico1. Comportamento da massa específica



Conclusões

Com base nos resultados apresentados, conclui-se que a mistura dos biodieseis de mamona-babaçu nas proporções de 50-50% e 25-75%,apresentaram massa específica dentro dos padrões exigidos pela ANP.

Agradecimentos

Ao Núcleo de Tecnologia do Ceará (NUTEC).

Referências

ABREU, F. R. et al. Utilization of metal complexes as catalysts in the transesterification of Brazilian vegetable oils with different alcohols, Journal of Molecular Catalysis, 29: 209, 2004.

FERNANDES, D. M. Obtenção e caracterização físico-química dos biodieseis metílico e etílico de algodão. 2011. Dissertação (Mestrado em química), Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.

LIMA, M. G. Caracterização química do óleo de babaçu orbignyaspeciosa e obtenção de biodiesel por catálise heterogênea. Disponível em: <http://www.ufpi.br/19sic/Documentos/RESUMOS/Exatas/Mariane%20Gomes%20de%20Lima.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2014.

OLIVEIRA I. P., et al. Potenciais da mamona ricinuscommunis. Na região centro - oeste brasileira.Revista Eletrônica Faculdade Montes Belos. Goiás, v.1, n.2, nov. 2005. Disponível em: <http://www.fmb.edu.br/revista/edicoes/vol_1_num_2/mamona.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2014.

VENTURA, D.A.M.F. et.al. Análise comparativa entre o biodiesel de girassol e o biodiesel de mamona. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energética. João Pessoa, PB. 2010. Disponível em: <http//:www.cbmamona.com.br/pdfs/BID-06.pdf>. Acesso em 25 fev. 2014.


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