EDUCAÇÃO QUÍMICA DO CIDADÃO QUANTO AO USO DE ERVAS MEDICINAIS

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Química Orgânica

Autores

Santos, L.S. (UEAP) ; Rocha, I.F. (UEAP) ; Aragão, R.M. (UEAP) ; Silva, D.B. (UEAP) ; Silveira, A.J. (UEAP) ; Brito, D.C. (UEAP)

Resumo

As ervas medicinais acompanham a evolução humana e são muito utilizadas na cura de diversas doenças. Esta pesquisa teve objetivo de contribuir, com ensinamentos a respeito do uso adequado das plantas medicinais, com relação a propriedades químicas, efeitos farmacológicos, utilização medicinal. Foram pesquisadas informações a cerca devinte e uma ervas medicinais, das famílias: Malvaceae, Piperaceae, Asteraceae, Caesalpiniaceae, Liliaceae, Poaceae, Iradaceae, Bixaceae, Verbenaceae, Bignoniaceae, Labiatae, Chenopodiaceae, Caprifolinaceae e, Rutaceae.Usadas na medicina popular, por amapaenses de localidades ribeirinhas, dai a necessidade de fazer um estudo para educar a cidadania no uso correto das referidas ervas.

Palavras chaves

ervas medicinais; propriedades químicas; cidadania

Introdução

As plantas medicinais são utilizadas principalmente sob a forma de chás desde a antiguidade. De acordo com registros seu uso começou na Ásia, chegando à Europa durante a idade média e se disseminando pelos outros continentes durante as grandes navegações (BRAIBANTE, 2014). O conhecimento popular é o principal responsável por difundir esta prática que é repassada de geração em geração. A chamada medicina popular acabou por influenciar a medicina tradicional pelo uso dessas ervas.Apesar dos esforços de tentar controlar o uso deste tipo de medicamento por órgãos regulamentadores, a fiscalização ainda é pouco eficiente. Os efeitos colaterais de uma superdosagem e a interação com outros fármacos não devem ser desconsiderados (JUNIOR, 2005).Nas últimas décadas ocorreu um grande avanço científico no estudo de ervas medicinal. Os estudos químicos e farmacológicos destas plantas indicam que possuem compostos de grande valor terapêutico para tratamento de doenças como malária, hipertensão, glaucoma, infecções, e tantas outras. A interação entre as áreas da Botânica, Química e Farmacologia se faz necessário para que se possa obter a propriedade terapêutica que tanto é investigada nestas plantas (YUNES ,1998).O presente trabalho aborda o uso de ervas da flora amapaense na medicina popular, assim como, a abordagem de suas propriedades biológicas e químicas e os devidos cuidados que se devem ser tomados com relação a sua utilização. A educação química a respeito das ervas foram desenvolvidas nas localidades ribeirinhas da Ilha de Santana e de Anauerapucu.

Material e métodos

As plantas medicinais têm na sua utilização uma grande importância popular, pois são de fácil acesso e baixo custo. Atrelado a esse fato, está a dificuldade de acesso, que os ribeirinhos encontram na busca da medicina tradicional, em decorrência a falta de médicos nessas localidades. Sujeito da pesquisa, foram moradores das referidas comunidades ribeirinhas.A coleta de dados foi efetuada em três módulos: no primeiro foi realizada a pesquisa de campo, em feiras de vendas de ervas medicinais; no segundo módulo, uma pesquisa literária a respeitodos dados científicos das ervas selecionadas foram obtidos no Instituto de Estudo e Pesquisa Cientificas do Amapá (IEPA), desta forma, foi possível obter a composição química e o uso farmacológico; no terceiro módulo, palestras informativas a respeito do uso das ervas, foram realizadas nas comunidades ribeirinhas.

Resultado e discussão

Após a organização dos dados, foi elaborada uma tabela com informações básicas a respeito do uso farmacológico das ervas mais consumidas pelos Amapaenses de localidades ribeirinhas. A cidadania foi orientada quanto ao uso correto e aplicação das plantas medicinais, pois o consumo de forma incorreta pode trazer danos a saúde. Os registros de cada módulo, indicaram que 100% dos moradores entrevistados conhecem o poder de cura das ervas; 70% tinham conhecimento a respeito da toxidade das plantas medicinais; 20% utilizavam extratos de plantas feitos com cachaça ou água na cicatrização de ferimentos. Ao longo do desenvolvimento do trabalho, foi mostrado aos ribeirinhos a importância da sabedoria popular para o desenvolvimento de pesquisas com plantas medicinais. O gráfico 1 mostra o uso das plantas estudadas com relação as doenças comuns entre essas comunidades. A babosa (Aloe barbadensis Miller) e a arruda (Ruta graveolens L.) são de grande consumo entre a população ribeirinha, e apresentam em suas propriedades químicas um componente altamente prejudicial à saúde humana, que é o ácido salicílico e seu uso pode comprometer as paredes do estômago, por causa do seu poder de corrosão. A arruda deve ser administrada com cautela por possuir propriedades abortivas. Comprometimento do fígado e danos hepáticos agudos como hepatites com plantas contendo alcalóidespirrolizidínicos tem sido largamente reportado, principalmente envolvendo plantas como a aloe vera (Aloe barbadensis Miller.) (Capasso et al., 2000; Langmead&Rampton, 2001).

Grafico 1

Gráfico demonstrativo do uso de ervas no tratamento de doenças nas comunidades ribeirinhas.

Conclusões

A pesquisa realizada é uma fonte de informações para o acervo cientifico de plantas medicinais, pois contribuiu com informações básicas quanto ao uso das ervas no tratamento de doenças. Através de palestras, os ribeirinhos foram informados a respeito da composição química das ervas medicinais, assim como, as reações adversas que as mesmas podem ocasionar. Foi colocado ao longo das palestras, casos de intoxicações devido ao uso incorreto dessas plantas. Certamente essa pesquisa contribuiu com informações importantes para os ribeirinhos, a respeito das propriedades terapeuticas das ervas.

Agradecimentos

A todos qυе direta e indiretamente contribuiram para a conclussão desse trabalho e as comunidades onde trabalhamos, о mеυ muito obrigado.

Referências

BRAIBANTE, Mara Elisa Fortes; SILVA, Denise da; BRAIBANTE, Hugo T. Schmitz; PAZINATO, MauríciusSelvero. A Química dos chás.Química Nova na Escola, Vol. 36, Nº 3, p. 168-175, São Paulo - SP, 2014.
CAPASSO R, Izzo AA, Pinto L, Bifulco T, Vitobello C, Mascolo N 2000. Phytotherapy and quality of herbal medicines.Fitoterapia 71:S58-S65.
CAMPESATO VR 2005. Uso de Plantas Medicinais Durante a Gravidez e Risco para Malformações Congênitas. Tese de Doutorado - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
JUNIOR, Valdir F. Veiga; PINTO, Angelo C.; MACIEL, Maria Aparecida M. Plantas Medicinais: Cura Segura?.Química Nova, Vol. 28, nº 3, p. 519-528, São Paulo - SP, 2005.
YUNES, Rosendo A. Estratégias para a obtenção de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade. Química Nova, Vol. 21, nº 1, p. 99-105, São Paulo - SP, 1998.

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