O uso de flavonóides como substância anticâncer: uma breve revisão de 1977 a 2015.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Michelini, L.J. (IFGOIANO) ; Carvalho, A.G. (IFGOIANO) ; Brito, L.M. (IFGOIANO)

Resumo

Flavonóides são um vasto grupo de polifenóis encontrados naturalmente como metabólito de algumas plantas e utilizado para várias potencialidades farmacêuticas. Com o intuito de verificar o andamento das pesquisas que utilizam os flavonoides como princípio ativo no tratamento do câncer, foi feito um levantamento bibliográfico de trabalhos disponíveis no sítio da plataforma do periódico capes, selecionando os trabalhos e classificando-os de acordo com assunto, data e periódico de publicação. Percebeu-se que a partir do ano de 2013 houve um aumento significativo de trabalhos na área, a maioria publicada na língua inglesa, e com autores de origem asiática. Isso é possível evidência da busca de novas fontes para o tratamento do câncer a partir de fontes naturais.

Palavras chaves

flavonoides; revisão bibliográfica; anticâncer

Introdução

Flavonóides são um vasto grupo de polifenóis encontrados naturalmente como metabólito de algumas plantas. Sua composição consiste em flavonas, glicosídeo flavonas, flavonois, entre outros (SHIBATA & SAITOH, 1978 appud NG et al, 1996). Esses compostos são importantes para manutenção da saúde de animais herbívoros, incluindo também os seres humanos e possuem atividade potencialmente anti-inflamatórias, antialérgicas e antitumorais (MIDDLETON & KANDASWAMI, 1992). As investigações sobre as potencialidades farmacêuticas dos flavonoides iniciaram em 1936 com o trabalho de Swent-Gyorgyi e Rusanyak, publicado na revista Nature (SARAF & OGANESYAN, 1990). Estudos indicam mais de 4000 estruturas de flavonoides conhecidas de origem natural (MIDDLETON &ALLERGY, 1988 appud SARAF & OGANESYAN, 1990) e dessas, em mais de 40 estruturas foram detectadas atividades biológicas (MACANDER, 1986 appud SARAF & OGANESYAN, 1990). Dentre os efeitos bioquímicos dos flavonoides pode-se citar a inibição de várias enzimas, tais como, 5- lipo-oxigenase e ciclo-oxigenase; propriedades antioxidantes; inibição de certas proteínas, tais como, tirosina e quinase; inibidor de atividades proteolíticas; potencial genotóxico e carcinogênico, dentre outros (BRANDI, 1992). Características que evidenciam o grande potencial farmacológico, inclusive antitumoral, desse grupo de compostos. O levantamento bibliográfico de assuntos científicos faz-se de grande relevância para quantificar e correlacionar os trabalhos já realizados sobre o assunto,traçando um perfil da pesquisa sobre o assunto. Por isso, o objetivo desse trabalho foi levantar dados bibliográficos e fazer uma breve revisão sobre flavonoides utilizados como potenciais recursos farmacêuticos nas atividades antitumorais, anticancerígenas e antineoplásicas.

Material e métodos

No sítio da plataforma do periódico capes, no dia 06 de julho de 2015, às 14 h e 03 min, foi feita uma busca avançada, com os trabalhos cujo título apresentavam a palavra “flavonoids”, e cujo trabalho apresentava o termo “antitumour activity” em assunto, título ou palavras chaves. As pesquisas foram categorizadas por data de publicação, idioma, coleção, autor, tipo de recurso e assunto principal.

Resultado e discussão

A busca captou 278 trabalhos publicados entre os anos de 1977 e 2015. Desses trabalhos, 263 eram artigos, 10 resenhas, 4 atas de congresso, 4 artigos de jornal, 2 recursos textuais e 1 dissertação. O autor que mais publicou sobre o assunto foi Bast, A. com 6 trabalhos, seguido de vários autores que publicaram 3 ou menos artigos. A coleção que mais publicou trabalhos foi a Scopus com 180 trabalhos, seguida da MEDLINE/PubMed com 127, já as demais coleções publicaram menos de 100 trabalhos. A língua mais utilizada foi o inglês, presente em 276 trabalhos, seguida do alemão, 2 trabalhos, e do português, 1 trabalho. O periódico com mais trabalhos publicados foi o “Planta Medica”, com 12 publicações, seguida do “Food Chemistry”, com 11, e “Free Radical Biology and Medicine”, com 7. O primeiro trabalho publicado foi de Romeo et al (1977) que fez uma revisão sobre o tema. Já o trabalho que estuda diretamente as atividades antitumorais foi de autoria de Baker (1992). Visto isso, percebe-se uma distância de 15 anos entre uma e outra publicação. Depois desse período, vários autores começaram a tratar das potencialidades antitumorais dos flavonoides, como por exemplo, Hünken et al (1995) sobre o potencial cardiotóxico. Woerdenbag et al (1995) o uso em células pulmonares, entre outros. O ano com maior número de publicações foi de 2014, 56 publicações, seguido de 2013, 40, e os demais tiveram menos de 20, inclusive o ano de 2015. O assunto mais abordado nos trabalhos foram as atividades antitumorais, anticâncer, genotoxicas e mutagênicas dos flavonoides. Dos cânceres mais citados foram relatados quatro estudos para câncer de coração, quatro para mama e quatro para leucemia. Cerca de 30% dos trabalhos trataram sobre potencialidades diversas, tais como, antidepressivas e antioxidantes.

Conclusões

Levando em consideração que o câncer é a maior preocupação da saúde pública, visto o aumento considerável de casos, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, o uso de substâncias naturais com atividades farmacêuticas anticâncer são de extrema relevância para serem estudadas. Visto isso, os flavonoides influenciam grandemente nos eventos associados com o desenvolvimento e progressão do câncer. É perceptível o aumento considerável de estudos sobre suas potencialidades farmacêuticas e boas perspectivas futuras de utilização na medicina e aplicação na saúde humana.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal Goiano

Referências

BAKER, M. E; Evolution of regulation of steroid-mediated intercellular communication in vertebrates: insights from flavonoids, signals that mediate plant-Rhizobia sybiosis, J. Steroid Biochem. Molec. Biol. v. 41, n. 3-8, pp. 301-308, 1992.
BRANDI, M. L; Flavonoids: biochemical effects and therapeutic applications, Bone and Mineral, v. 19, pp. 6-14, 1992.
HÜSKEN, B. C. P. et al, Modulation of the in vitro cardiotoxicity of doxorubicin by flavonoids, Cancer Chemoter Pharmacol, v. 35, p. 55-62, 1995.
MACANDER, P. J. Plant flavonoids in biology and medicine, New York, 1986, p. 489-492.
MIDDLETON, E. JR; KANDASWAMI, C; Effects of flavonoids on immune and inflamatory cell functions, Biochemical Pharmacology, v. 43, n. 6, pp. 1167-1179, 1992.
MIDDLETON, E. JR; ALLERGY, A; 61, nº 6 , 53-57, 1988.
NG, T. B. et al. Examination of Coumarins, Flavonoids and Polyssaccharopeptide for Antibacterial Activity, Gen. Pharmac., v. 27, n. 7, pp. 1237- 1240, 1996.
PARK, Y. C. et al. Activity of monomeric, dimeric, and trimeric flavonoids on NO production, TNF-α secretion, and NfκB-dependent gene expression in RAW 264.7 macrophages, FEBS Letters, v. 465, pp. 93-97, 2000.
SARAF, A. S; OGANESYAN, É. T; Flavonoids as potencial antiallergic compounds, Pyatigorsk Pharmaceutical Institute, v. 25, n, 2, pp. 4-8, 1991.
SHIBATA S; SAITOH T; Flavonoid compounds in Licorice root, J. Indian Chem. Soc., v. 12, pp. 1184-1191, 1978.
WOERDENBAG, H. J. et al, Decresead helenalin-induced cytotoxicity by flavonoids from Arnica as studied in a human lung carcinoma cell line, Phytomedicine, v. 2, n. 2, pp. 127-132, 1995.

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