Extração e caracterização do óleo das sementes de Annona Squamosa como matéria prima para produção de biodiesel.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Química Analítica

Autores

José da Silva, E. (IFMT BELA VISTA) ; Carol Eckert Caetano, J. (IFMT BELA VISTA) ; de Oliveira Campos, L. (IFMT BELA VISTA) ; Abreu Pereira, M. (IFMT BELA VISTA)

Resumo

O trabalho proposto tem como objetivo básico análises e avaliações do óleo da semente da Annona Squamosa obtido através da extração por solvente, a ser usado para a produção de biodiesel. Foram utilizadas sementes coletadas aleatoriamente, na cidade de Cuiabá/MT, trituradas para melhor interação com o solvente (hexano) e retirada do óleo. Em prol da ampliação do rol de matérias primas vegetais (renováveis) disponíveis em nosso país visando à produção de combustíveis alternativos a Annona Squamosa surge como promissora de vez que é uma planta tropical nativa do Brasil de fácil cultivo, perfeitamente adaptada às condições de solo e clima do nosso país, além de propiciar bom rendimento em óleo.

Palavras chaves

Ácidos graxos; Annona Squamosa; Biodiesel

Introdução

O Brasil possuí grande diversidade de espécies frutíferas que acarretam inúmeras oportunidades para cultivo e consumo humano além de aproveitamento industrial. A Annona Squamosa (conhecida regionalmente pelo país também como ata, pinha, fruta do conde, etc.), engloba um grupo de plantas frutíferas onde são relatadas mais de 2000 espécies (1) e está entre os meios frutíferos onde há o elevado potencial de fornecimento de matéria prima para indústrias de diversos setores, biocombustíveis incluso. Assim, os estudos aqui propostos mantêm-se em busca de abordar com clareza as características e utilizações dos óleos de sementes selecionadas. O objetivo deste trabalho foi extrair, avaliar o rendimento do processo extrativo de óleo e caracterizar os lipídeos do óleo das sementes de Annona Squamosa, determinando o teor de cada ácido graxo presente no óleo extraído e seu potencial como matéria prima para produção de biodiesel.

Material e métodos

O material para as análises foi constituído de sementes de Annona Squamosa coletadas no município de Cuiabá, secas ao ar livre. O óleo foi obtido através da extração química via Soxhlet (Vidrolabor), utilizando hexano (Tedia, ACS) como solvente. Por meio dos processos de evaporação e condensação, um evaporador rotativo (Heidolph - Laborota 4000) removeu grande parte desse solvente volátil presente na amostra. Retirou-se as amostras, as quais foram mantidas em estufa ventilada por 48 h para evaporar o restante do hexano. O óleo vegetal bruto foi armazenado em temperatura ambiente em frasco âmbar, ao abrigo da luz até o momento das análises. Para a determinação da composição fitoquímica do óleo foi utilizado um cromatógrafo à gás Agilent modelo 7890A com injetor splitess e amostrador automático Agilent G4513A em uma coluna cromatográfica HP-INNOWAX (30Mx0,32mm de diâmetro interno x 0,25mm de espessura).

Resultado e discussão

O óleo foi obtido via extração por Soxhlet em triplicata, tendo um rendimento médio de 7,2%. A caracterização da qualidade do biodiesel foi efetuada após a transesterificação alcalina do óleo. Os resultados obtidos em laboratório foram: 1,05 mgKOH/g para índice de acidez; 150 mg/kg para o teor de umidade; Índice de Iodo 72 g/100g; Aspecto: Límpido e Livre de Impurezas; Teor de éster 93%. A composição do óleo das sementes de Annona Squamosa em termos dos ácidos graxos pode ser vista na Tabela 1.

Tabela 1

Composição em ácidos graxos do óleo das sementes da Annona Squamosa.

Conclusões

É possível afirmar que o óleo analisado é de boa qualidade, de vez que os resultados obtidos foram próximos ou iguais aos estabelecidos para óleos vegetais refinados. O biodiesel produzido também pode ser considerado de boa qualidade, pois atende a maioria das especificações previstas na Resolução ANP n°45/2014(2).

Agradecimentos

Ao LPQPN/UFMT nas pessoas dos Profs Leonardo Vasconcelos e Eduardo Ribeiro pela extração do óleo e a Agro Análises pelas análises na pessoa do químico Júlio César.

Referências

(1) - BRASIL (2000), MAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária: Circular Técnica/Embrapa Cerrados n° 9, julho de 2000.

(2) - BRASIL (2014), ANP. Resolução ANP n. 45, de 25 de agosto de 2014, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Diário Oficial da União, 26 de agosto de 2014. Brasília, Brasil.

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