IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE ALUMÍNIO EM DESODORANTES ANTITRANSPIRANTES

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Química Analítica

Autores

Diniz, E.C. (IFMA) ; Lima, B.B.O. (IFMA) ; Pereira, A.B.A. (IFMA) ; Lima, D.M. (IFMA) ; Brandão, C.M. (IFMA) ; Vasconcelos, N.S.L.S. (IFMA)

Resumo

O desodorante é um produto muito consumido, devido a sua eficiência e praticidade. Entretanto, possui em sua composição o Alumínio que, segundo apontam alguns estudos, pode ser o causador de doenças como: dermatite, mal de Alzheimer e até câncer de mama. A análise quantitativa do alumínio por gravimetria nas amostras de desodorantes foi realizada em quatro etapas: digestão da amostra, pelo método disposto no manual dos cosméticos da ANVISA, seleção do alumínio, pelo método de precipitação por um agente precipitante, filtração simples e calcinação. De acordo com a ANVISA, a quantidade máxima de cloridrato de alumínio permitida nos desodorantes antitranspirantes é de 15%. Diante dos resultados obtidos, foi observado que os desodorantes selecionados estão em conformidade com esse padrão.

Palavras chaves

ANÁLISE; ANTITRANSPIRANTE; ALUMÍNIO

Introdução

Segundo a dermatologista Valéria Campos, membro da SBD, o Brasil é o país que mais usa desodorante no mundo [3]. Boa parte dos antitranspirantes hoje funciona também como desodorante, os quais possuem derivados de alumínio na fórmula para inibir a sudorese, segundo estudos [4]. O alumínio já foi considerado isento de risco para humanos. Contudo, vem sido relacionado a várias complicações clínicas, destacando-se o mal de Alzheimer, anemia, osteomalácia e encefalopatia, o que motivou sua avaliação toxicológica. O alumínio contido em desodorantes pode também desenvolver arritmias cardíacas [2]. Além disso, uma vez absorvido pela pele, o metal contido nos desodorantes pode ter efeitos tóxicos, causando respostas alérgicas como dermatite e urticária de contato. Em vista disso, a motivação inicial desta pesquisa foi a possibilidade de expor uma nota de utilidade pública, uma vez que diversos consumidores estão alheios aos seus possíveis riscos, incentivando a realização de mais pesquisas sobre essa temática Este projeto visa, também, verificar se o teor de cloridrato de alumínio de uma amostra de desodorante está de acordo com as especificações da ANVISA, a qual prevê como sua quantidade máxima permitida o valor de 15% [1]. Para tanto, utilizou-se uma metodologia baseada nas técnicas de gravimetria descrita por Vogel (1981, p.277), na qual o Alumínio presente no desodorante é precipitado em sua forma de Hidróxido.

Material e métodos

Analisaram-se, em triplicata, duas amostras de desodorante do tipo roll-on, sendo uma destinada ao público feminino e a outra destinada ao público masculino. Pesou-se aproximadamente 5 gramas de cada amostra de desodorante. Logo após, adicionou-se 200 mL de água deionizada e 50 mL de HCl (P.A) para a realização da digestão da amostra, eliminando assim boa parte dos resíduos orgânicos presentes. A amostra foi digerida sobre uma chapa de aquecimento com agitação magnética. Esperou-se a amostra esfriar à temperatura ambiente, para que fosse diluída em balão volumétrico de 500 mL. Em seguida, 150 mL da solução diluída foram transferidos a um béquer, no qual se adicionou Hidróxido de Amônio até que a solução chegasse ao pH 10, para que o alumínio precipitasse na forma de Hidróxido de Alumínio (Al(OH)3). Após a obtenção do precipitado, a solução foi filtrada em papel de filtro (livre de cinzas) próprio para precipitados grossos e gelatinosos. O papel de filtro com o precipitado foi seco e calcinado a 1000°C durante 2 horas de patamar a uma taxa de aquecimento de 5°C/min, no forno de marca Quimis, para que se obtivesse Al2O3. Por fim, a partir de cálculos estequiométricos, determinou-se o percentual de Cloridrato de Alumínio na amostra.

Resultado e discussão

Após a realização dos procedimentos já mencionados, foi possível obter vários resultados a partir da amostra de desodorante destinado ao público feminino. Em média, o teor de Alumínio obtido foi de 0,0135658553g. Em consonância com o método utilizado pela ANVISA determinou-se a quantidade de Cloridrato de Alumínio existente na amostra, obtendo-se o valor equivalente em massa de 1,4612g, sendo o percentual de Cloridrato de Alumínio (Al2(OH)5Cl) existente no desodorante igual a 2,9225%. Os procedimentos mencionados também foram realizados com relação a amostra de desodorante destinado ao público masculino. Por sua vez, a média de Alumínio obtida foi de 0,0197g, e, realizando-se diversos cálculos, foi possível obter 2,1284g de Cloridrato de Alumínio, que equivale a 4,2569% do total da amostra. Analisando os resultados obtidos, pode-se concluir que as taxas de cloridrato de alumínio, em ambas as amostras analisadas, estão abaixo do padrão de 15% estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

Conclusões

Analisando os resultados obtidos, pode-se concluir que as taxas de cloridrato de alumínio estão abaixo do padrão de 15% estabelecido pela ANVISA. Destacam-se, também, os métodos utilizados, que possuem limitações, uma vez que não havia registros de utilização destes para tal finalidade. É importante ressaltar que, embora o resultado do teor de alumínio obtido na amostra tenha sido abaixo do permitido, faz-se necessário o investimento em pesquisas, as quais proporcionem resultados mais precisos com relação às reais consequências que o Alumínio pode trazer ao organismo humano.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus e aos nossos pais que nos prepararam com dedicação. Ao IFMA – Monte Castelo e às Profª. Socorro Vasconcelos e Profª. Clenilma Brandão.

Referências

[1] ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC 79, de 28 de agosto de 2000. Estabelece normas e procedimentos para registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e adota a definição de produto cosmético. Diário Oficial da União, Brasília, n. 169-E, Seção 1, p. 34. ago. 2000.
[2] BERMÚDEZ A. F. et al. El desodorante anti-transpirante y su efecto arritmogénico por acción del aluminio: experiencia clínica y electrocardiográfica en 1.500 Pacientes. Archivos Venezolanos de Farmacología y Terapéutica, Caracas, 2000. v. 19, n. 2, p. 117-120.
[3] Detox de desodorante pra já! Blog da Lilian Pacce. Disponível em: <http://www.lilianpacce.com.br/beleza/desodorante-detox-sem-aluminio-sem-parabeno/>. Acesso em: 27 jun. 2015.
[4] NASCIMENTO, Ludmila Pinheiro. et al. Aspectos atuais sobre a segurança no uso de produtos antiperspirantes contendo derivados de alumínio. Infarma, Porto Alegre, v. 16, n. 7-8, p. 69, 2004. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/79/20-aspectos.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2015.
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. São Paulo: Editora Mestre Jou,1981.p.277.

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