Caracterização da qualidade de aquíferos em Manaus/AM

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

Barroso, P.A. (IFAM) ; Normando, M.N. (IFAM) ; Valle, C.M. (IFAM)

Resumo

O objetivo do trabalho foi estudar parâmetros de qualidade e fatores de risco de aquíferos, em duas zonas na área urbana da cidade de Manaus/AM. As coletas foram realizadas no período de dez/14 a maio/15, obedecendo à metodologia do Guia de Coleta e Preservação de Amostras de Água da CETESB. Os parâmetros estudados foram físico-químicos: pH, temperatura, turbidez, sulfato, nitrato, fósforo, OD, DBO5, nitrogênio total e sólidos totais. Microbiológicos: coliformes totais e termotolerantes, fecais. Os resultados obtidos mostraram que a situação de potabilidade das águas dos poços estudados é boa em relação aos parâmetros físico-químicos, porém os microbiológicos são preocupantes, pois três pontos amostrados não estão em conformidade, considerando a água imprópria para consumo.

Palavras chaves

Aguas subterrâneas; Qualidade das águas; Saúde Humana

Introdução

A água para consumo humano deve ser tratada, limpa e estar livre de qualquer contaminação, seja esta de origem microbiológica, química, física ou radioativa, não devendo oferecer riscos à saúde humana. A potabilidade é alcançada mediante várias formas de tratamento, sendo que a mais tradicional inclui basicamente as etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e a fluoretação[1]. A água de abastecimento deve apresentar quantidades limites para diversos parâmetros físico-químicos e microbiológicos que são definidos pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde e Resolução no 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente/Conama. A primeira exigência para o controle de qualidade da água é a proteção á saúde pública. Com o objetivo primordial de fornecer uma base para o desenvolvimento de ações que, juntamente à população, irão garantir a segurança do abastecimento de água através da eliminação ou redução à concentração mínima de constituintes por serem perigosos à saúde[2]. A crescente expansão da área urbana de Manaus que tem levado ao aumento na demanda dos recursos naturais, especialmente os recursos hídricos subterrâneos, o que leva a população a perfurar poços de maneira desordenada e muitas vezes em áreas vulneráveis à contaminação, comprometendo a sua qualidade[3]. A proposta deste trabalho foi analisar parâmetros da qualidade de aquíferos, e determinar os fatores de risco, em duas zonas (sul e norte) na área urbana da cidade de Manaus.

Material e métodos

Foram selecionados três pontos de coleta nas zonas Sul (SM, BI, CI) e Norte (LD, AC, RC) da cidade de Manaus. Em seguida solicitou-se autorização dos gestores dos locais amostrados e um Termo de Consentimento dos mesmos. Aplicou-se um questionário sobre as características dos poços. A amostragem foi realizada no período de dezembro/2014 a maio/2015, na torneira onde a comunidade se abastece, obedecendo a metodologia descrita no Guia de Coleta e Preservação de Amostras de Água da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental[4]. Durante as coletas higienizou-se as torneiras com álcool 70%, abriu-se e deixou-se correr a água durante três minutos. Utilizou-se sacos estéreis para o armazenamento/transporte em caixa de isopor, até o laboratório da GEAQMA/IFAM. As medidas de pH e temperatura foram feita “in loco” usando copos descartáveis, o procedimento foi realizado em triplicata, para cada amostra. Os parâmetros estudados foram físico-químicos: temperatura, pH, turbidez, sulfato, nitrato, oxigênio dissolvido, fósforo, DBO5, nitrogênio total e sólidos totais. Microbiológicos: coliformes totais (CT), coliformes termotolerantes, fecais (CTF). As condições metodológicas e equipamentos utilizados nas medidas desses parâmetros foram realizadas conforme o Standard Methods for Examination of Water and Wastewater[5].

Resultado e discussão

A partir dos resultados obtidos (Tabela 1), pode-se afirmar que todas as amostras analisadas estão em conformidade com os padrões estabelecidos para águas doce Classe 1 da Resolução no 357/2005 do Conama, exceto para o parâmetro OD nos seis pontos de coleta, uma hipótese provável, é que os valores altos encontrados estejam relacionados com a menor contribuição de matéria orgânica nestes locais. Tal relação ocorre porque adição de matéria orgânica nos cursos d’água consome oxigênio, através da oxidação química e bioquímica, via respiração dos microrganismos, depurando assim a matéria orgânica. Os dados de CT variaram de <1,1 a 2,2 NMP/100 mL, nos seis pontos de coleta, atestando a presença de coliformes totais em quatro amostras estudadas. Ficou caracterizada ainda uma discordância com o padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano, em três amostras, para o qual, em cada amostra de água com 100 mL não deve ser registrada a presença de coliformes termotolerantes fecais.




Conclusões

Os resultados das análises realizadas neste período mostram que a situação de potabilidade das águas dos poços estudados é boa em relação aos parâmetros físico-químicos na cidade de Manaus. Porém, a situação dos parâmetros microbiológicos são preocupante, pois três, dos pontos amostrados não estão em conformidade, considerando a água imprópria para consumo.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao IFAM pelo auxílio financeiro.

Referências

[1] FREITAS, V.P.S.; Padrão físico-químico da água de abastecimento público da região de Campinas. Revista Instituto Adolfo Lutz, Campinas, v. 61, n.1, p. 51-58, 2002.
[2] D’AGUILA, P.S.; ROQUE, O.C.C.; MIRANDA, C.A.S.; FERREIRA, A.P. Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 16(3):791-798, jul-set, 2000.
[3] COSTA, A.M.R.; WAICHMAN, A.; SANTOS, E.E.A. Uso e qualidade da água subterrânea na Cidade de Manaus. XIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, São Paulo, 2004.
[4] COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Guia de coleta e preservação de amostras de águas. São Paulo, 1998.
[5] AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and waste-water. 19th ed. Washington, D.C., 1995.

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