Avaliação da casca de banana como agente removedor de ácido acetilsalicílico em meio aquoso.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

Ribeiro, J.N. (UFES) ; Ribeiro, A.V.F.N. (IFES) ; Licinio, M.V.V.J. (UFES) ; Pereira, M.G. (UNEB) ; dos Santos, R.T.L. (IFES) ; Cunha, T.P. (IFES) ; de Oliveira, J.P. (UFES) ; Guimarães, M.C.C. (UFES)

Resumo

A contaminação dos recursos hídricos com poluentes químicos representa perigo para o meio ambiente. Dentre os poluentes destacam-se os compostos farmacêuticos, cuja presença em ambientes aquáticos representa problemas de saúde pública. Sendo assim, torna-se necessário o desenvolvimento de metodologias eficientes e de baixo custo para remoção destes compostos em água. Neste trabalho avaliou-se a eficiência da casca de banana na remoção de ácido acetilsalicílico em meio aquoso. Os resultados revelaram que este material possui uma capacidade máxima adsortiva de 2,29 mg/g em relação ao fármaco avaliado. Tal resultado estimula estudos mais avançados com propósito de transformar a casca de banana em mais uma alternativa como adsorvente de ácido acetilsalicílico.

Palavras chaves

casca de banana; adsorção; acido acetilsalicílico

Introdução

A contaminação dos recursos hídricos com diversos poluentes químicos gera significativo impacto ambiental e risco para a saúde humana. Dentre esses poluentes destacam-se os compostos farmacêuticos (RIBEIRO et al., 2011). A constante detecção de fármacos no meio ambiente aquático e os seus possíveis efeitos tóxicos tem atraído grande atenção. Sendo assim, faz-se necessário o desenvolvimento de metodologias eficientes para a remoção dos mesmos em recursos hídricos. Dentre as técnicas mais estudadas destaca-se a adsorção com carvão ativado. No entanto, este adsorvente possui custo relativamente elevado quando comparado a alguns adsorventes naturais. Este e outros fatores tornam comuns os estudos com adsorventes naturais de baixo custo, sendo alguns com consideráveis capacidades adsortivas e grande disponibilidade. Além disso, o uso deste material natural em estações de tratamento de água possibilitaria uma nova alternativa de reaproveitamento destes resíduos agroindustriais evitando seu acúmulo no meio ambiente (RIBEIRO et al., 2011). Portanto, este trabalho teve como finalidade verificar a eficiência da casca de banana (CB) na remoção de ácido acetilsalicílico (AAS) em meio aquoso.

Material e métodos

Visando a avaliação da adsorção de AAS presente em águas de abastecimento, foi utilizada como bioadsorvente a casca de banana prata. O material foi lavado, seco em estufa a 60°C por 48h e triturado. Para a caracterização do mesmo foi utilizada a microscopia eletrônica de varredura (MEV). Em seguida realizaram-se os procedimentos para a obtenção da capacidade máxima adsortiva (CMA) da casca de banana (CB) em relação ao AAS. Para isso foram executados ensaios sobre a influência da massa de CB, pH das soluções aquosas contendo AAS e tempo de agitação das soluções contendo o fármaco e o adsorvente. No ensaio da massa de CB, soluções aquosas (250 mL) contendo 100 mg/L de AAS e em pH 7 foram agitadas (1000 rpm) por 5 min. com diferentes massas do adsorvente (0,5 a 5,5 g). Em seguida foi variado o pH (3, 4, 7, 10 e 12) das soluções de AAS. Finalmente avaliou-se a influencia do tempo de agitação (0 a 25 min.). Após cada ensaio, as soluções foram filtradas e o AAS foi quantificado em espectrofotômetro UV/VIS, Biospectro Modelo SP-220 (275 nm). Após os ensaios descritos acima, avaliou-se a influência da concentração de AAS no processo adsortivo. Os resultados deste procedimento permitiram obter a CMA (capacidade máxima adsortiva) de CB em relação ao AAS. Para isso, soluções de diferentes concentrações de AAS (10 a 100 mg/L) em pH 7,0 foram agitadas por 15 min. na presença de 3 g de CB. A partir dos dados de AAS quantificado (em 275 nm) nesta etapa, foi possível construir a isoterma de adsorção. Tal isoterma, depois de linearizada, permitiu, através do Modelo de Langmuir, obter a CMA.

Resultado e discussão

Imagens de MEV revelaram uma superfície de CB irregular e rica em reentrâncias, o que pode favorecer o processo adsortivo. Resultados semelhantes a esse foram encontrados por RIBEIRO et al. (2011) ao avaliarem bagaço de cana-de-açúcar e esponja vegetal na remoção de paracetamol em meio aquoso. Nos experimentos de otimização dos parâmetros: massa de CB, pH das soluções de AAS e tempo de agitação, os melhores resultados de adsorção foram obtidos com pH 3,0, massa 3 g de CB e tempo de agitação de 15 minutos. Apesar do pH 3,0 ter apresentado maior eficiência na adsorção, o pH 7,0 foi o escolhido devido ao fato de estar dentro da faixa de pH indicada para uma estação real de tratamento de água (CONAMA 357/2005). A fim de quantificar o quanto de massa de contaminante AAS pode ser removida por grama de adsorvente CB, construiu-se a isoterma de adsorção de acordo com o Modelo Matemático de Langmuir. Após linearização foi possível obter a CMA (2,29 mg/g) de CB em relação ao AAS. Tal valor é considerado satisfatório, uma vez que os fármacos são encontrados em ambientes aquáticos naturais na ordem ng/L a μg/L (RIBEIRO et al., 2011).

Conclusões

Os resultados sugerem a casca de banana como possível removedor de AAS em água e fornecem mais uma alternativa para a reutilização deste resíduo, diminuindo seu acúmulo no meio ambiente.

Agradecimentos

Ao IFES,FAPES pelo apoio financeiro e ao Laboratório de Ultraestrutura Celular Carlos Alberto Redins pelas análises de MEV.

Referências

RIBEIRO, A. V. F. N.; BELISARIO, M.; GALAZZI, R. M.; BALTHAZAR, D.C.; PEREIRA, G. M.; RIBEIRO, J. N. Evaluation of two bioadsorbents for removing paracetamol from aqueous media. Electronic Journal of Biotechnology, v.14,1-8, 2011.

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