Avaliação de elementos químicos da água da represa do Tijunqueiro

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

Ribeiro, E.A. (IF GOIANO CÂMPUS MORRINHOS) ; Felício, C.M. (IF GOIANO CÂMPUS MORRINHOS) ; Menezes, I.B. (IF GOIANO CÂMPUS MORRINHOS) ; Santos, M.V.C. (IF GOIANO CÂMPUS MORRINHOS) ; Boêno, J.A. (IF GOIANO CÂMPUS MORRINHOS) ; Queiroga, I.V. (SANEAMENTO DE GOIÁS -SA)

Resumo

A represa do Tijunqueiro situa-se em de Morrinhos/GO, é muito explorada pelo setor agrícola. Neste local existe um cultivo intenso de diversas culturas, sob irrigação, por pivô central. A represa fornece água para oito pivôs ao redor, sendo um destes de uso do IF Goiano câmpus Morrinhos. Observou-se a necessidade do estudo de elementos químicos que poderiam causar algum problema aos equipamentos de irrigação ou plantas. Foram realizadas três coletas de água, para avaliação dos elementos químicos cálcio, cloretos, ferro total, magnésio, manganês, nitrito, nitrato e sulfato. Os resultados médios foram comparados com a Resolução Conama 357/2005. Observou-se que o trecho estudado caracteriza-se como água classe 2 e atende a legislação específica.

Palavras chaves

Irrigação; Recursos Hídricos; Qualidade de água

Introdução

A represa do Tijunqueiro localiza-se na região sul do estado de Goiás, no município de Morrinhos-GO, nas proximidades do Instituto Federal Goiano Câmpus Morrinhos, onde existe um cultivo intenso de culturas anuais como soja, milho doce, milho grão e semente, tomate industrial (rasteiro) e feijão, sob irrigação, por pivô central (EMBRAPA, 2015). Segundo Rocha (2011) esta represa fornece água para oito pivôs ao redor, sendo um destes, um pivô de uso do IF Goiano câmpus Morrinhos, que irriga seus pomares com diversas frutas como goiaba, mexerica e suas hortaliças. Ayres & Westcot (1999) afirmam que para águas de irrigação com concentrações elevadas de ferro e manganês podem ser fito tóxicas às plantas e altas concentrações de sulfatos e cloretos, podem causar corrosões em tubulações utilizadas na irrigação, portanto, a utilização da água para irrigação deve ser feita com extrema cautela. Diante disso, teve-se como objetivo neste trabalho, avaliar alguns elementos químicos, na água da represa do Tijunqueiro, uma vez que a mesma é explorada pelo setor agrícola.

Material e métodos

Foram realizadas três coletas de água, no dia 11 fevereiro de 2015, as 9:00 h da manhã, na represa do Tijunqueiro, no município de Morrinhos/GO, nas proximidades do Instituto Federal Goiano, com localização referente a latitude igual a 17°49’44.22”Sul e longitude de 49°11’50.38”Oeste. O local de coleta das amostras e o local onde se encontram alguns pivôs de irrigação podem ser observados na figura 1. As amostras foram armazenadas em garrafas de 600 mL tipo PET e transportadas em caixas de isopor até o Laboratório de Química do Instituto Federal Goiano Câmpus Morrinhos, onde foram realizadas as determinações dos elementos cálcio, magnésio, ferro total, nitrito, nitrato, manganês, sulfato e cloretos por colorimetria seguindo o Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995).

Resultado e discussão

Os resultados referentes às análises físico-químicas da água da represa do Tijunqueiro estão apresentados na Tabela 1. Os valores de cálcio e magnésio estão de acordo com os valores aceitáveis para irrigação segundo Ayres & Westcot (1999). Já o valor encontrado para cloretos que ficou bem abaixo do limite máximo permitido pela resolução Conama 357 (Brasil, 2005). Segundo Cetesb (2015) valores elevados de cloretos em águas superficiais, pode indicar descargas de esgoto sanitários. Não foi entrado valor para sulfato. Segundo Cavalcanti (2009), sulfatos são provenientes de despejos industriais. Os valores encontrados para nitrito e nitrato, estão em conformidade com a legislação. A água analisada apresenta concentração de ferro menor que 1,5 mgL-1, neste caso, a água da represa, não causa risco de entupimento para irrigação, pois segundo Nakayama & Bucks (1986), águas com teor de ferro maior que este valor pode causar risco de entupimento para irrigação. Além disso, o valor encontrado atende as recomendações de Ayres & Westcot (1999) que afirmam que a concentração de ferro não pode ultrapassar 5 mgL-1 para águas de irrigação, pois nestas concentrações ele pode ser fito tóxico as plantas e solos aerados. A concentração de manganês encontrada, foi inferior a 0,1 mg.L-1, limite máximo permitido pela resolução Conama 357 (Brasil, 2005. Considerando água para irrigação, Ayres & Westcot (1999) comentaram que este elemento em concentração de alguns décimos até poucos mg.L-1 pode ser tóxico as culturas em solos ácidos, que não é o caso, já que a concentração identificada, ficou abaixo do valor da resolução.

Figura 1

Vista aérea da represa do Tijunqueiro e pivôs de irrigação. Fonte: Google Earth

Tabela 1

Valores médios, desvio padrão das amostras de água da represa do Tijunqueiro e limite máximo permitido pela Resolução Conama 357/2005, águas classe 2

Conclusões

Concluiu-se que os parâmetros analisados da represa do Tijunqueiro estão de acordo com a legislação específica, podendo ser utilizada para irrigação.

Agradecimentos

Ao IF Goiano câmpus Morrinhos; Ao CNPQ pela bolsa de PIBIC Jr.

Referências

APHA; A.W.W.A & W.P.C.F. Standard methods for examination of water and wastewater. 19a ed, Washington D.C. USA, American Public Health Association, 1995.
AYRES, R.S; WESTCOT, D.W. A qualidade da água na agricultura. Estudos de irrigação e drenagem, 29. Revisado 1º e 2º edição. Tradução H.R. Ghety e J.F de Medeiros, UFPB, Campina Grande-PB.p1-8.
BRASIL. Resolução CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente nº. 357 de 17 de março de 2005.

CAVALCANTI, J.E.W.A – Manual de Tratamento de Efluentes Industriais. São Paulo: Engenho Editora Técnica Ltda. 2009.

CETESB, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variáveis.asp>. Acesso em 01 ago 2015.

EMBRAPA. Sistemas de Produção. Brasília, DF. MAPA, 2011. Disponível em:< http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br >. Acesso em 15 Julho de 2015.

NAKAYAMA, F.S.; BUCKS, D.A. Trikles irrigation for crop production U.S. Department of Agriculture, Agricultura Research Service. U.S Water Consevation Laboratory, Phoenix, Arizona – U.S.A. p.383, 1986.

ROCHA, A. A. Monitoramento de agrotóxicos em áreas irrigadas por pivô central na microbacia do Tijunqueiro, município de Morrinhos, Goiás. 2011. 145 f. Tese (Doutorado) - Curso de Agronomia, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011.

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