Análise de metais poluentes presentes nas nascentes do rio meia ponte.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ambiental

Autores

Costa, H.S. (PGBB) ; Rocha, C. (PUC GOIÁS) ; Barbosa, I.S. (PUC GOIÁS) ; Rodriguez, A.P. (PUC GOIÁS)

Resumo

Estando presente em todas as estruturas químicas, a água constitui uma substância de fundamental importância para a vida. Podendo vir a causar problemas à saúde humana e de animais, a utilização de práticas intensivas na agricultura e pecuária vê-se responsável pela alteração das características dos corpos hídricos. Este trabalho objetivou determinar metais poluentes em amostras d’água coletadas nas nascentes do rio meia ponte – localizadas no Estado de Goiás. A análise dos dados revelou contaminação por Cd, Pb, Zn e Mn devido à ações antrópicas e às características geológicas da área investigada.

Palavras chaves

parâmetros físico-químico; águas naturais; metais em água

Introdução

A manipulação adequada da água pode levar a ótimos resultados na produção de alimentos. Todavia, seu uso inadequado causa degradação do meio físico natural (NASCIMENTO, 2005). As águas de nascentes, fundamentalmente de origem subterrânea, veem-se (essencialmente) livres da presença de metais. Entretanto, quando inexiste a preocupação em preservar-se o ambiente que circunda estes nascedouros, alterações podem ocorrer. As características naturais de corpos d’água mostram-se alteradas devido, em grande medida, a chegada a eles de um grande montante de sedimentos (fruto de processos de assoreamento) e de substâncias oriundas da agropecuária (como defensivos agrícolas e dejetos liberados por animais) (MORAES e JORDÃO, 2002).

Material e métodos

Coleta das amostras: As amostras foram coletadas no período de seca para evitar efeitos de diluição (OLUBUNMI e OLORUNSOLA, 2010), em um percurso de 200 m a jusante e a montante de 20 pontos amostrais (n=40) nas nascentes do Rio Meia Ponte no estado de Goiás, no município de Itauçu, localizado a 70 km da capital Goiânia. Para tanto foram utilizadas coletores plásticos de 1,0 L previamente lavados com HCl 10% e no momento da coleta lavadas com a própria água da bacia, a maioria das amostras foi coletada a uma profundidade de 30 cm, devido à baixa profundidade do córrego. Todas as amostras foram preservadas acidificadas com 1,0 mL de HCl concentrado Analises dos metais poluentes em água: A determinação da concentração de metais de cádmio (Cd), chumbo (Pb), zinco (Zn), cromo (Cr), manganês (Mn) e cobre (Cu), foi realizada por espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Antes das análises as amostras foram pré- concentradas por redução de volume a 50% em banho-maria e armazenadas em frascos de polietileno devidamente etiquetados. Análise dos dados: As análises estatísticas dos dados foram realizadas por meio de softwares R versão 2.15 e MINITAB versão 14, com nível de significância de 5% (p=0,05).

Resultado e discussão

Cobre não foi detectado (LD = 0,005 mgL-1) nas amostras coletadas e por isso pode-se afirmar que está dentro dos limites estabelecidos pela legislação que é de 0,009 mgL-1 (BRASIL, 2005). Com exceção do ponto 1 Jusante, todos os outros pontos apresentaram concentração de Cádmio abaixo do limite estabelecido pelo CONAMA 357/05 (0,001mgL-1). O aumento de cádmio nesse ponto amostral pode se devido à presença de atividade agropecuária na proximidade, a falta de vegetação nas margens do rio e a alta inclinação do terreno podem facilitar a entrada dos resíduos no curso d’água. As concentrações de Cr encontrados nas amostras estão todas dentro dos padrões estabelecidos pelo CONAMA (0,05 mgL-1) para água classe 1. Para o chumbo observou-se que apenas o ponto 1 jusante apresentou concentração de 0,038 mgL-1, acima do estabelecido pelo CONAMA 357/2005 de (0,01mgL-1), os demais apresentaram valores abaixo do estabelecido. O chumbo nestes pontos pode ser proveniente de dejetos bovinos, uma vez que verificou-se a criação de gado próximo a este ponto. Pode ser observada que para os 20 pontos jusantes e para os 20 pontos a montante não há anomalia de zinco, conforme preconiza a legislação (Limite máximo estabelecido = 0, 18 mgL-1). Foi observado com bastante frequência que os índices de manganês estão acima 0,1 mgL-1, valor máximo permitido pela legislação (CONAMA 357/05), tanto nas amostras a jusante e a montante. No total, 50% das amostras apresentaram valores acima do permitido para manganês. O solo predominante na região de estudo é o Latossolo que é rico em manganês. Assim essa anomalia de manganês pode ser atribuída às características geológicas do local.

Conclusões

Foram observadas concentrações de cádmio, crômio, chumbo, zinco e manganês acima do permitido pela legislação em vários pontos de coleta. Uma vez que as amostras foram coletadas nas nascente do rio Meia Ponte, onde não se esperaria contaminação, mas algumas ações antrópicas como a produção agropecuária e a não preservação das áreas de nascente foram verificadas nos locais de amostragem e poderiam explicar as anomalias para os três primeiros metais. Por outro lado, as altas concentrações de zinco e manganês podem ser atribuídas a fatores geológicos, uma vez que o tipo de solo da região é rico nesses metais.

Agradecimentos

À FAPEG, pelo auxílio.

Referências

OLUBUNMI, F, E.; OLORUNSOLA, O.E. Evaluation of the Status of Heavy Metal Pollution of Sediment of Agbabu Bitumen Deposit Area. European Journal of Scientific Research, v. 41, n. 3, p.373-382, 2010.

BRASIL. Portaria n° 518, de 25 de março de 2004. Legislação para águas de consumo humano. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 de mar. 2004. Seção 1.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente.Resolução CONAMA no 20, de 18/06/1986. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acesso em: 15.02.2013.

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