A divulgação da ciência por meio do Museu Itinerante de Química: Simulando um vulcão através de reações químicas.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, R.I. (IFPI-PICOS) ; Silva, F.C.A. (IFPI-PICOS) ; Rodrigues, A.M. (IFPI-PICOS) ; Lima, M.J. (IFPI-PICOS) ; Borges, V.F.S. (IFPI-PICOS) ; Davi, A.O. (IFPI-PICOS) ; Silva, M.E. (IFPI-PICOS) ; Sá, L.C. (IFPI-PICOS) ; Brito, J.I. (IFPI-PICOS) ; Brito, I.A. (IFPI-PICOS)

Resumo

Através das atividades realizadas pelo PIBID implantado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí/Campus de Picos (IFPI), identificou-se falta de motivação e conhecimento dos alunos pelo estudo da química por meio de um estudo prévio. Por isso promoveu-se a divulgação da Química por meio do MIQ (Museu Itinerante) através de experimentos com a capacidade de instigar curiosidades nos alunos, levando-os a elaborar suas próprias ideias. A seção demonstrou o fenômeno da erupção vulcânica com maquete utilizando substâncias e cartazes informativos. A pesquisa foi qualitativa, descritiva e com observação sistemática e ocorreu em duas escolas públicas da cidade de Picos, onde se evidenciou a motivação dos alunos pelos conhecimentos químicos voltados a espaços contextualizados.

Palavras chaves

Divulgação da Química; Experimentação; Museu Itinerante

Introdução

Gomes (2012) destaca que o verbalismo teórico e conceitual desvinculado do contexto histórico-social do aluno nas aulas de Química contribui para a formação de ideias e conceitos essencialmente acadêmicos desvinculados da ciência e sociedade. Fato evidenciado pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) 2012. Nesse contexto a divulgação científica pode ser uma estratégia importante, auxiliando a percepção dos conhecimentos químicos no cotidiano e sua relação com o contexto escolar. Gomes (2012) destaca que esta conexão é importante para professores no sentido de integrar os conteúdos a serem ensinados com a realidade social e os conhecimentos prévios dos alunos. O discente pode utilizar a experimentação e maquetes para auxiliá-lo, para Leal (2010) é uma prática que ressalta o fator cooperativo e participa dos avanços e novas descobertas da Química, além de contribuir para que haja estímulo e participação dos alunos (SOUZA, 2014). Os professores podem ser incentivadores da divulgação científica, fazendo com que seus alunos adquiram o interesse pela ciência. Pensando nisso, uma alternativa é o Programa Institucional de Bolsa Iniciação à Docência (PIBID) que promove o ingresso de estudantes de licenciatura no contexto escolar e no mundo da pesquisa, onde dentre suas tarefas destaca-se a busca por melhores meios de ensino, facilitando e potencializando a aprendizagem, além da tentativa de despertar a curiosidade dos alunos e desenvolver seu senso crítico. Esta pesquisa investigou a divulgação da química através do desenvolvimento de uma seção do Museu Itinerante de Química (MIQ) utilizando a experimentação no ensino de química por meio de uma maquete do “vulcão químico” e sua contribuição aos alunos do ensino médio de duas escolas da cidade de Picos – PI.

Material e métodos

Tendo em vista que, segundo Barão et al. (2014), a maioria dos alunos da Escola Landri Sales se sentem desmotivados para com a disciplina de Química, realizou-se a devida pesquisa, entre fevereiro e maio de 2015. Através da observação sistemática analisou-se a reação e participação dos alunos durante a apresentação. A pesquisa foi dividida em três etapas: (1) estudo bibliográfico, (2) produção da maquete e cartazes informativos, (3) exposição. O MIQ foi construído no IFPI e contou com várias seções. A primeira seção voltou-se para a apresentação e divulgação do Museu. A segunda teve como foco a tabela periódica. Já terceira, com ligações químicas. A última trabalhou com experimentos. O MIQ foi exposto na Unidade Escolar Landri Sales, na Rua Monsenhor Hipólito, 959 - Centro e no Centro Estadual de Educação Profissional Petrônio Portela – PREMEN, localizado na Rua Monsenhor Hipólito - Canto da Várzea. Para a pesquisa analisou-se apenas a exposição da maquete “Vulcão Químico” (seção experimentos), formada por uma base de madeira, dois potes de vidro (um grande e outro pequeno), lâmpada, jornais, papel alumínio, argila, tinta guache marrom e vermelha. Para a simulação da erupção realizou-se a reação de neutralização através de ácido acético (vinagre) e bicarbonato de sódio como reagentes, acompanhados de detergente e corante artificiais nas cores vermelho e amarelo com o intuito de fazer com que a reação gerasse algo o mais parecido possível com a lava de um vulcão em erupção. Produziu-se também cartazes informativos acerca da origem e presença dos vulcões na Terra, assim como suas consequências para a sociedade, analisando-se a presença dos elementos químicos, reações envolvidas na simulação e comentários sobre a presença de tais substâncias no cotidiano dos alunos.

Resultado e discussão

A investigação de Barão et al. (2014), identificou que a disciplina de Química era vista pelos alunos do Landri Sales como de linguagem complexa, difícil e pouco contextualizada. As exposições do MIQ tiveram como meta levar para os alunos a química presente na sociedade, os alunos visualizaram a reação de neutralização, formando CO2 que foi liberado dando o efeito da lava assim analisando a reação entre bicarbonato de sódio e o vinagre (ácido acético). Os alunos do Landri Sales interagiram com a seção do Vulcão Químico analisando o fenômeno, mas demonstraram fragilidade no envolvimento com o caráter teórico e social por trás dessa seção. Fato explicado pela falta de professor de Química na escola e ausência de práticas dessa natureza, contribuindo assim para um maior distanciamento dos alunos com a disciplina. Toda via os conhecimentos prévios de alguns alunos se destacaram ao longo da seção. No PREMEN, segunda exposição, os alunos interagiram, fizeram questionamentos, mostraram-se atentos e participativos às falas e explicações, gerando inquietações sobre os vulcões, reação química vinculada ao fenômeno simulado e os conhecimentos específicos da química requeridos na seção (reação com liberação de gás e expansão gasosa). De modo geral os alunos recrutaram conhecimentos do dia-a-dia que puderam ser usados para o entendimento do fenômeno da erupção vulcânica e simulação, utilizando explicações simplistas, com isso pode-se estimular uma melhor elaboração da fala e indução a elaboração de hipóteses pelos alunos, gerando motivação por meio da curiosidade e discussão sobre a química no cotidiano buscando atingir um maior público possível, além de perceberam a importância da contextualização por meio de temáticas sociais (meio ambiente) vinculadas à química.

Conclusões

A atividade promoveu a divulgação da Química de maneira diferente da rotina das escolas por meio da seção do vulcão químico e discussões sobre os fenômenos naturais simulados, gerando inquietações e dúvidas nos visitantes do MIQ. Em virtude da ausência deste tipo de ação evidenciou-se a importância da divulgação da química, pois através dessa iniciativa pelo PIBID os alunos relataram que apesar de não gostarem tanto da disciplina sentiram-se motivados por haver facilitação de aprendizagem e interação, gerando significação dos conhecimentos, autonomia e liberdade com práticas desse tipo.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, à CAPES/PIBID, a minha coordenadora e orientadora Francisca das Chagas Alves da Silva e a todos que puderam me apoiar no desenvolvimento desse trabalho.

Referências

BARÃO, A. A. F. et al. Reflexões Acerca do PIBID de Química na Escola Landri Sales. EITEC. v.3., n. 2. Picos: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, 2014. Disponível em: < http://eitecpicos.com/novo/files/EITEC-III/Reflex%C3%B5es%20Acerca%20do%20PIBID%20de%20Qu%C3%ADmica%20na%20Escola%20Landri%20Sales.pdf > acessado em: 10/06/2015.

CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Editora, 2000.

GOMES, V. B. Divulgação Científica na Formação Inicial de Professores de Química. 2012. 16-17 p. Tese (Mestrado em Ensino de Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira. PISA 2012: Relatório Nacional. Apresentação. Brasília. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/resultados/2014/relatorio_nacional_pisa_2012_resultados_brasileiros.pdf > acessado em 01/06/2015.

LEAL, M. C. Didática da Química: Fundamentos e Práticas para o Ensino Médio. 1. ed. Belo Horizonte: Dimensão, 2010. 27 - 28 p.

SOUZA, R. R. Oficina de Maquete de Relevo: um recurso didático. Terræ Didatica. v.10, n. 1, p. 22-28, 2014.

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