Jogos educativos: Uma alternativa para aprender Química

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Alves de Abreu e Sousa, P. (UFPI) ; Rodrigues de Sousa, H. (UFPI)

Resumo

A tecnologia é aliada para estimular professores e estudantes a interagirem com o mundo e as possibilidades que a Química pode oferecer. Logo, os jogos educativos presente em dispositivos móveis com conexão sem fio e interface sensível ao toque (touch-screen), tais como tablets e smartphones são ferramentas para tornar a química mais próxima da realidade. O estudo realizado com estudantes do ensino médio de escola particular de Teresina-PI, objetivou o uso de aplicativos (jogos) em celulares como alternativa para ensinar e aprender química. A unanimidade de interesse pelos alunos revelou que há carência de alternativas que visem tornar a química mais interessante. Para os professores, os aplicativos são ferramentas de auxílio aos estudantes e facilitam a relação ensino-aprendizagem.

Palavras chaves

Aplicativo; Ensino; Química

Introdução

Os incentivos por novas metodologias de ensino são necessários, principalmente para a Química do Ensino Médio. No qual, é estruturado em torno de atividades que levam a memorização de informações, formulas e conhecimentos que limitam o aprendizado e contribuem para a desmotivação em aprender e estudar Química. Tais limitações são relacionadas a capacidade de interpretação de conceitos, elaboração e compreensão de modelos científicos, a relação com o cotidiano, poucas metodologias alternativas e baixa/nenhuma inclusão tecnológica (internet e aparelhos celulares), este associado a aulas em laboratórios de informática, jogos educativos e aplicativos na área de química (BRASIL, 1997; SOARES, et al. 2003; SOARES, 2008; CUNHA, 2012). Desta maneira, a tecnologia é aliada para estimular professores e estudantes a interagirem com o mundo e as possibilidades que a Química pode oferecer. Assim, jogos educativos presentes em dispositivos móveis têm proporcionado mudanças na forma de compreender a informação e produzir conhecimento, apresentando significativo potencial para transformar a maneira de ensinar e de aprender (SOARES, 2004; FOCETOLA, et al. 2012). Logo, o processo de ensino e de aprendizagem de Química com a adoção de aplicativos, podem viabilizar oportunidades não possíveis em salas de aula convencionais e em laboratórios presenciais físicos, incluindo a possibilidade de superação de desafios da aprender a ciência Química (NICHELE; SCHLEMMER, 2014). Dessa maneira, o trabalho objetivou avaliar a necessidade de jogos no ensino de química, considerando a proposta metodológica empregada pelo professor, o interesse dos estudantes pelos jogos, bem como, a aplicação prática. Esta pesquisa foi realizada em escola particular com alunos do ensino médio, na cidade de Teresina-PI.

Material e métodos

Inicialmente foram selecionados os aplicativos (jogos educativos) disponíveis para smartfones e após seleção que considerava os seguintes itens: isento de pagamento, disponível em português, informações claras, de fácil entendimento. Os aplicativos escolhidos são do mesmo desenvolvedor (Asmolgam), que após contato concedeu permissão para uso e divulgação dos jogos, Ácidos+íons e Substâncias químicas. No qual, consistem em “quiz” para decifrar o nome da substância ou a formula química através de um conjunto de letras a serem escolhidas. Ambos disponibilizam a tabela periódica e informações adicionais sobre determinadas substâncias (íons, ácidos, bases, óxidos e sais). A avaliação na escola da rede privada (nome não autorizado a divulgação) consistiu em inicialmente apresentar o trabalho, conversar e explicar a importância dos jogos educativos para os professores de química e os estudantes, e solicitar que os 50 alunos da turma (1º ano do ensino médio) baixassem em seu dispositivo móvel os aplicativos. No segundo encontro, foi realizado a apresentação do aplicativo e estipulado um tempo de 25 minutos para que os alunos e professores pudessem usar (jogar) os dois aplicativos. Posteriormente foi realizada a coleta de dados, por questionário que avaliou o interesse dos professores e estudantes, o nível de dificuldade, o nível de aprendizado, a capacidade de entretenimento (considerando o aplicativo um jogo lúdico/divertido), se os aplicativos poderiam ser empregados como apoio metodológico e se poderiam ser utilizados como ferramentas de ensino- aprendizagem (na escola ou em outro recinto). Os dados foram analisados estatisticamente e a escola recebeu um pôster (banner) com informações de incentivo para o uso jogos educacionais de Química.

Resultado e discussão

As Figura 01 e 02 são dos aplicativos utilizados no trabalho. Comprovou-se que novas alternativas para aprender química são bem aceitas pelos estudantes, que foram unanime quando questionados sobre o interesse em baixar e usar o aplicativo, dentre as respostas se destaca o interesse do aplicativo como um jogo que auxiliaria para compreender os nomes das substâncias (ácidos, bases, sais, óxidos e íons) e as formulas orgânicas como fundamentais para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Cerca de 80% dos alunos não sentiram dificuldade no uso e na resolução das questões, pelo método de acertos e erros. Professores e alunos descreveram que os aplicativos são ferramentas de apoio metodológico e que poderiam usar e indicar para outros professores e estudantes. Em sua totalidade descreveram que o aplicativo é divertido, que conseguiram assimilar e distinguir os mais diferentes tipos de substâncias. Quanto à aprendizagem, os estudantes revelam que o nível de dificuldade aumenta com as fases, porem 90% não se sentiram desestimulados devido o método de acerto e erros na formação das formulas e nomes químicos. Neste sentido, as inclusões de jogos didáticos ganham espaço como instrumentos motivadores para a aprendizagem de conhecimentos químicos, à medida que propõe estímulo ao interesse do estudante (CUNHA, 2012).

Figua 01 - Aplicativo Ácidos+Íons em uso

O aplicativo dispõe de níveis que proporcionam ao estudante maior capacitação, além da tabela periódica para consultar os nomes das substâncias.

Figura 02 - O aplicativo Substâncias químicas em uso

O aplicativo apresenta testes e desafios com níveis de dificuldade progressivos. Além de todas as estruturas das substâncias em questão.

Conclusões

A Tecnologia para o Ensino de Química apresenta resultados significantes, pois aplicativos em smartfones possibilitam maior interação com a química. O método de tentativas foi mencionando como o fator diferencial para estimular a permanência no jogo. A unanimidade de interesse por materiais de apoio metodológicos revelou que há carência de alternativas que visem tornar a química mais interessante. Para os professores, os aplicativos são ferramentas de auxílio aos estudantes e facilitam a relação ensino-aprendizagem. Logo, alternativas que visem a aprendizagem são fundamentais para a Química.

Agradecimentos

Andrey Solovyev's (www.asmolgam.com) licença concedida para divulgação; Escola, professores e estudantes; Universidade Federal do Piauí; Coordenação de Aperfeiçoamento

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 126, 1997.
CUNHA, M.B. Jogos no Ensino de Química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na escola, v. 34, n. 2, p. 92-98, 2012.
FOCETOLA, P.B.M.; CASTRO, P.J.; SOUSA, A.C.J.; GRION, L.S.; PEDRO SILVA, N.C.; IACK, R.S.; ALMEIDA, R.X.; OLIVEIRA, A.C.; BARROS, C.V.T.; VAITSMAN, E.; BRANDÃO, J.B.; GUERRA, A.C.O.; SILVA, J.F.M. Os Jogos Educacionais de Cartas como Estratégia de Ensino em Química. Química Nova na Escola, v. 34, n. 4, p. 248-255, 2012.
NICHELE, A. G.; SCHLEMMER, E. Aplicativos para o ensino e aprendizagem de Química. Novas Tecnologias na Educação, v. 12, n. 2, p. 1-9, 2014.
SOARES, M. H. F. B. O Lúdico em Química: Jogos e atividades aplicados ao ensino de química. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Carlos. p. 203, 2004.
SOARES, M.H.F.B.; OKUMURA, F; CAVALHEIRO, E.T.G. Proposta de um jogo didático para ensinar o conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n.18, p.13, 2003.
SOARES, M. H. F. B. Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química: Teoria, Métodos e Aplicações. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, 2008.

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