UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS AQUOSOS E ALCÓOLICOS DE PIMENTÕES AMARELOS E VERMELHOS COMO INDICADORES ACIDO-BASE ALTERNATIVOS

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

da Silva Oliveira, A.G. (UFPA) ; Melo da Silva, P.M. (UFPA) ; da Costa Barbosa, I.C. (UFRA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

Resumo

Neste trabalho apresentamos uma alternativa para o ensino da química, mas precisamente a temática de ácidos e bases, utilizando pimentões (Capsicum spp) vermelhos e amarelos como produtos naturais para possíveis indicadores àcido-base, com o intuito de dinamizar o aprendizado em sala de aula, assim viabilizando o ensino de uma forma agradável e mais interessante, já que a experimentação desperta no aluno a curiosidade cientifica.

Palavras chaves

ensino de química; indicadores alternativos; ácido e bases

Introdução

O educador de química precisa fazer com que o aluno contextualize os conceitos químicos com os aspectos sociais. A Química é uma ciência experimental, sendo assim são necessárias atividades práticas para melhor compreendê-la, mas infelizmente vários desafios são encontrados nesse caminho, tais como: pouco tempo para trabalhar todo conteúdo, falta de estrutura nas escolas e falta de laboratório. Outra questão é que se a experimentação não fizer parte de um contexto e for só repetição de um protocolo este aprendizado fica sem significado para o aluno, tornando-se desinteressante e ineficaz, pois não articula a teoria e a prática (De JONG, 1998). A prática facilita a aprendizagem quando é realizada de forma contextualizada (MELLO, 2004). O aluno deve ser parceiro de trabalho do professor, deve aprender reconstruindo para desenvolver a crítica e a criatividade. Desta forma, precisa ser participativo querer aprender e não apenas repetir receitas prontas (DEMO, 1996). Os indicadores de pH são substâncias que mudam de cor quando estão em meio ácido ou básico. No caso dos indicadores naturais, trata-se quimicamente, das antocianinas que são glicosídeos das antocianidinas (VOLP et al., 2008). Tendo em vista todos esses pontos, neste trabalho se utilizou de pimentões amarelos e vermelhos como recurso na elaboração de indicadores naturais e alternativos para o ensino de química.

Material e métodos

Três pimentões grandes e vermelhos e três pimentões grandes e amarelos foram adquiridos em supermercados de Belém e levados para o laboratório, onde foram cortados e tendo suas sementes descartadas. Para extração das substâncias indicadoras ácido-base naturais (antocianinas) foram pesados duas alíquotas de 100 gramas de pimentão amarelo e duas do vermelho, totalizando quatro amostras de extratos de pimentão. Cada amostra sofreu a trituração com o auxilio de um liquidificador, sendo uma amostra de cada pimentão (amarelo e vermelho) diluída com água destilada e as outras com álcool comercial (97º GL). Após a trituração, os extratos obtidos foram filtrados com a ajuda de um crivo. Foram preparadas soluções ácidas e básicas a partir de HCl concentrado e NaOH PA, com pHs variando de 0,1 a 14, para se criar uma escala de pH. Quatro quites de quinze tubos de ensaio de 20 mL foram usados para se criar quatro escalas de pH: duas para se inserir a solução de pimentão amarelo (em água e em álcool) e as outras duas para a solução de pimentão vermelho (também em água e em álcool). Em cada um dos tubos de ensaio dos quatro quites foram postas alíquotas de 15 mL de cada uma das quinze soluções de pH conhecidos (criando quatro escalas de pH). Após esse procedimento, foram acrescidos dez gotas de extratos de pimentão aos tubos de ensaio para se verificar a possível mudança de coloração do meio.

Resultado e discussão

Os extratos obtidos com o uso da água destilada como meio extrator se mostraram menos intensos do que os extratos que foram obtidos com o uso de álcool comercial, indicando que o álcool é um extrator mais adequado para o caso tanto do pimentão amarelo como para o caso do pimentão vermelho. Ao se adicionar as dez gotas de cada um dos quatro extratos de pimentão produzidos aos conteúdos dos quinze tubos de ensaio (escalas de pH), não se percebeu nenhuma mudança de coloração dos extratos conforme a variação de pH, o que está ilustrado na Figura 1, que traz os extremos de coloração obtidas para o extrato alcóolico de pimentão amarelo, mostrando a coloração dos dois extremos da escla de pH. Observa-se que não houve uma mudança de colração. O mesmo pode ser visualizado na Figura 2, para o caso do extreto alcóolico de pimentão vermelho. Com os resultados obtidos é possível concluir que existe a possibilidade de aplicação dos indicadores naturais em determinadas substâncias encontradas no cotidiano, e que a variação de pH contribui para a mudança de coloração de acordo com o indicador utilizado. Porém, o pimentão não se mostrou suficientemente satisfatório, pois a mudança obtida na coloração tanto do vermelho quanto do amarelo foram mínimas, conforme pode ser observado nas figura 1 e 2.

Figura 1. Extremos da escala de pH para o extrto de pimentão amarelo

Extremos de pH

Figura 2. Extremos da escala de pH para o extrto de pimentão vermelho

Extremos de pH

Conclusões

Verificou-se a conveniência da utilização de indicadores naturais extraídos de frutas, verduras e plantas, que são componentes acessíveis e baratos para futura utilização na identificação de substâncias ácidas e básicas de produtos comerciais em aulas experimentais no ensino de química, porém, os extratos aquosos e alcóolicos de pimentão (vermelho e amarelo) usados neste trabalho se mostraram inviáveis como indicadores ácido-base.

Agradecimentos

A Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal Rural da Amazônia pela infraestrutura necessária ao andamento deste trabalho.

Referências

De JONG, Investigátion Didáctica: los experimentos que plantean problemas em las aulas de Química: Dilemas y Soluciones. Enseñanza de las Ciencias v.16, n. 2 p. 305 a 314.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.
MELLO, G. N. de; DALLAN, M. C.; GRELLET, V.. Por uma didática dos sentidos (transposição didática, interdisciplinaridade e contextualização). In: MELLO, G. N. de. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX? São Paulo: Artmed, 2004. p. 59-64.
VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. P.; BARRA, K.; STRINGUETA, P. C. Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde. Revista Brasileira de Nutrição Clínica ;23, p. 141-149, 2008.

Patrocinadores

CAPES CNPQ Allcrom Perkin Elmer Proex Wiley

Apoio

CRQ GOIÁS UFG PUC GOIÁS Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Goiás UEG Centro Universitário de Goiás - Uni-ANHANGUERA SINDICATO DOS TRABALHADORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO BIOCAP - Laboratório Instituto Federal Goiano

Realização

ABQ ABQ Goiás