Experimentação no Ensino médio: O teor de álcool presente na Gasolina na cidade de Anápolis Goiás.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Karlla Moreira de Oliveira, A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS) ; Antônio Pereira Júnior, C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS)

Resumo

Para a comercialização da gasolina no Brasil adiciona-se álcool anidro, sendo permitido pela ANP (Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) 25% do volume, admitindo erro de 1% para mais ou menos. O presente trabalho objetivou-se determinar a quantidade de etanol presente na gasolina distribuída nos postos de combustíveis da cidade de Anápolis - GO, verificando juntamente com os estudantes se os postos estão dentro das normas estabelecidas pela ANP. Utilizou para a separação o teste proveta, gasolina, etanol e água com cloreto de sódio. Apenas um posto de combustível estava de acordo com a ANP.

Palavras chaves

Experimentação; Ensino médio; Ensino-aprendizagem

Introdução

As atividades experimentais no ensino de química proporcionam compreender os fenômenos que ocorrem no cotidiano envolvendo a teoria e a prática. Segundo Guedes (2010, p.25) o aluno assume uma postura de autonomia deixando de ser apenas um observador, tornando o principal agente investigador, questionando, observando e propondo meios para responder diversas perguntas. Segundo Hodson (1989), citado por Machado et al (1999), “os experimentos são uma ferramenta que pode ter grande contribuição na explicitação, problematização e discussão dos conceitos com os alunos, criando condições favoráveis à interação e intervenção pedagógica do professor, de modo que eles possam discutir tentativas de explicação relacionadas aos conceitos”, isso implica que a experimentação pode ser uma importante aliada na construção de conhecimentos químicos em sala de aula.

Material e métodos

O trabalho desenvolvido teve como caráter quantitativo através de aulas experimentais e aplicação de questionário, sendo realizado na cidade de Anápolis Goiás no Colégio Estadual Leiny Lopes de Souza no turno noturno com 72 estudantes do terceiros anos divididos em duas turmas. Foram recolhidas amostras de gasolina comum dos postos mais próximos do colégio, da Br 153 e no DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis), totalizando quatro postos. Em cada turma dos 3° foram utilizadas provetas de 100 mL de vidro graduada. Adicionou-se na proveta 50 mL de gasolina e 50 mL de solução de cloreto de sódio, misturou-se a solução e esperou 10 minutos para que as duas camadas se separassem completamente. Logo após calculou a porcentagem de álcool presente na gasolina, observando-se os volumes finais da solução heterogênea.

Resultado e discussão

As aulas experimentais foram baseadas nos três momentos de Delizoicov: A “problematização inicial” abordou temas do cotidiano instigando os estudantes sobre: “Porque o carro apaga quando abastecemos em certos postos?” gerou um dialogo nos dois 3°, pois grande parte dos estudantes responderam que os problemas do automóvel ocorrem devido ao motor e não pela gasolina. Apenas um aluno afirmou que os carros falham devido à quantidade de álcool presente na gasolina. No período “construção do conhecimento” os alunos dos 3° ano participaram dos experimentos adicionando as substâncias na proveta até o traço de aferição, observando a separação das fases orgânica e aquosa, foram discutidas em sala as polaridades de cada substância e os hidrocarbonetos presentes na fase orgânica. Para a fase “aplicação do conhecimento” foi realizado um debate entre professor e os alunos onde buscou-se refletir as possibilidades de utilização do conceito de polaridade, a presença dos compostos orgânicos no cotidiano e as possíveis relações entre a teoria e a prática da questão da qualidade da gasolina nos centros urbanos. Os resultados da abordagem realizada através de experimento com ênfase na proposição de hipótese e investigação pode-se observar uma aprendizagem química relevante para os alunos do 3º ano do ensino médio. Nas turmas analisadas foi observado que dos 72 estudantes 45% resolveram corretamente todas as questões, 4% deixaram em branco, 50 % não respondeu corretamente nenhuma das questões. Podemos então relacionar com Ferreira et al., (2010) no qual revelaram que abordagem de um experimento com caráter investigativo é eficiente para a consolidação de um conhecimento químico, uma vez que grande parte dos alunos integraram a atividade e tiveram êxito no questionário aplicado. Pode-se observar também que a proposta investigativa do experimento, demostrou um resultado satisfatório, onde os estudantes compreender que o conhecimento químico está presente no cotidiano e que pode ter algum significado em suas vidas.

Figura 1

Teste da Gasolina nos 3 anos do Ensino médio.

TABELA 1

Porcentagem de etanol presente em cada amostra de gasolina, de diferentes postos.

Conclusões

Observou-se que a maioria dos postos de combustíveis de Anápolis, Goiás não estão cumprindo as determinações exigidas pela legislação, apenas um posto esta na margem de erro que é estabelecida pela ANP. Os valores das gasolinas que estavam de promoção estavam fora das normas permitidas pela ANP. A aplicação do teste da gasolina gerou resultados satisfatórios, pois com tal metodologia de trabalho foram possibilitados diversos momentos e aspectos relevantes para a construção do conhecimento em sala, tanto na prática como na teórica. Notou-se que os estudantes, por meio das atividades experimentais, ficaram mais interessados pela disciplina química, no momento que conseguiram perceber aplicação desses conhecimentos em seu cotidiano, através dos experimentos e atividades expositivas e diferenciadas aplicadas.

Agradecimentos

Ao Colégio Estadual Leiny Lopes de Souza, núcleo de Estágio da Universidade Estadual de Goiás.

Referências

DELIZOICOV, D.; A.NGOTTI, J. A. Metodologia do Ensino de Ciências. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1992.
GUEDES, S. S. Experimentação no ensino de ciências: atividades problematizadas e interações dialógicas. Dissertação (Mestrado Profissional) – Universidade de Brasília, Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2011/ciencias/dissertacao/02suzana_souza_guedes.pdf>. Acesso em: 1707/2015.
MACHADO, Andréa H. ; SILVEIRA, Katia P. ; CASTILHO, Dalva L. As aulas de Química como espaço de investigação e reflexão. Química Nova na Escola, n. 9, p. 14-17, mai 1999.

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