Aproveitamento do óleo residual de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) na produção de um sabão em pedra: estratégia de demonstração da reação de saponificação.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Gama, K.M. (UEA) ; Silva, A.C. (E.E.S.J.B) ; Gomes, A.C. (UEA) ; Ribeiro, E.N. (E.E.S.J.B) ; Costa, K.F.G. (E.E.S.J.B) ; Azevedo, K.M.C. (UEA) ; Guerreiro, M.V. (UEA) ; Martins, V.H.C. (E.E.S.J.B) ; Jacaúna, V.P. (E.E.S.J.B) ; Eleutério, C.M.S. (UEA)

Resumo

Esta experiência foi desenvolvida na Escola Estadual Senador João Bosco e envolveu professores, bolsistas do PIBID e alunos da Educação Básica. A experiência visava demonstrar aos alunos a ocorrência da reação de saponificação conhecida também como hidrólise alcalina. Quando o óleo residual da andiroba entrou em contato com a soda cáustica (NaOH) formou o glicerol e uma mistura de sais alcalinos de ácidos graxos denominados de sabão. Na produção do sabão de pedra foi utilizado óleo residual de andiroba, soda cáustica, álcool, essência da própria andiroba e corantes. Os resultados da experiência contribuíram com a divulgação cientifica, mudança de atitudes de nossos alunos que com certeza tornar-se-ão agentes multiplicadores da Educação Ambiental na escola e fora da escola.

Palavras chaves

Óleo residual; Sabão; Reação de saponificação

Introdução

Esta oficina foi desenvolvida na Escola Estadual Senador João Bosco com a finalidade de demonstrar a ocorrência da reação de saponificação conhecida também como hidrólise alcalina. Como esta reação envolve óleos e gorduras, foi utilizado o óleo residual de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) na produção de um sabão em pedra. Os sabões segundo Fernandes (2009) são sais de ácidos carboxílicos que possuem cadeia longa apolar e extremidade polar. Essa característica possibilita a interação do sabão com meio polares e apolares, atuando por meio de micelas que permitem a limpeza. Os sabões são capazes de diminuir a tensão superficial dos líquidos que entram em contato, enfraquecendo, dessa maneira, a quantidade de interações entre as moléculas que o constituem e, por consequência, aumentando o contato entre a superfície do líquido e os agentes de limpeza. Para confeccionar o sabão em pedra foi utilizado óleo residual de andiroba (Carapa guianensis Aubl.), soda cáustica, álcool, água fervida, corantes e essência de andiroba. Foram envolvidos nesta oficina professores supervisores e bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID/QUIM/CESP/UEA. Os resultados da experiência permitiram mostrar a química presente no cotidiano dos alunos a partir da ocorrência da reação de saponificação.

Material e métodos

Para produzir o sabão em pedra foi necessário seguir algumas orientações como: levantamento bibliográfico para se conhecer o processo de fabricação do sabão; coleta do óleo residual e andiroba (Carapa guianensis Aubl.), filtragem e armazenamento do óleo; separação dos materiais, confecção das embalagens e por fim a produção do sabão em pedra. Para produzi-lo foi necessário utilizar 350mL de óleo residual de andiroba, 70 mL de soda cáustica, 13 mL de álcool, 70 mL de água (quente), espátulas de madeira e formas. Em um recipiente de plástico foram misturados e homogeneizados o óleo, a soda cáustica e o álcool e aos poucos foram acrescentadas alíquotas de água quente até a formação de uma massa consistente. Para que o sabão não ficasse com cheiro do óleo residual foi acrescentado à essência de andiroba. Os alunos que desejaram obter um sabão colorido acrescentaram pigmentos artificiais melhorando a estética do produto. A massa foi depositada em embalagens reutilizadas como pote de margarina, caixa de leite, e formas de acetato de diferentes formas. As amostras de sabão foram deixadas no Laboratório de Ciências da escola por três dias até solidificarem por completo para que pudessem ser embalados, etiquetados com data de fabricação e tempo de validade.

Resultado e discussão

A oficina possibilitou demonstrar como ocorre a reação de saponificação (Figura 1) e as funções orgânicas presentes na reação química.Os alunos ampliaram seus conhecimentos a partir da oficina de produção de sabão em pedra. A reação de saponificação ou hidrólise alcalina é uma reação de neutralização. Quando o óleo residual da andiroba que é um glicerídeo entrou em contato com a soda cáustica (NaOH) que é uma base forte formou outras substâncias o glicerol e uma mistura de sais alcalinos de ácidos graxos denominados de sabões. Esse processo possibilitou mostrar que a saponificação é a interação entre um ácido graxo existente em óleos ou gorduras com uma base forte com aquecimento. O sabão produto dessa reação é um sal de ácido carboxílico capaz de se solubilizar tanto em meios polares quanto em meios apolares, mas isso só é possível porque possui uma extensa cadeia carbônica em sua estrutura molecular (ASSIS JR, 2008). De acordo com este autor, o sabão é um tensoativo, ou seja, reduz a tensão superficial da água fazendo com que ela "molhe melhor" as superfícies. O sabão produzido pode ser utilizado no próprio laboratório da própria escola para lavagem de vidrarias e outros utensílios.

Figura 1: Reação de Saponificação



Conclusões

De modo geral, avaliamos esta experiência como produtiva, pois correspondeu as expectativas dos pibidianos e alunos desta escola que perceberam na prática que existem inúmeras maneiras de reaproveitar os óleos vegetais que constantemente são despejados nas pias de nossas casas e da escola, contribuindo para a degradação do meio ambiente. Experiências desse tipo, desenvolvida no ensino formal contribuem para mudança de hábitos de nossos alunos, tornando-os agentes multiplicadores da Educação Ambiental na escola e fora da escola.

Agradecimentos

À CAPES, ao Gestor e alunos da Escola Estadual Senador João Bosco.

Referências

ASSIS JR. P. C. de. Reações Orgânicas II. Aula 190. Projeto Aprovar: o Pré-vestibular da UEA. Out. 2008.
FERNANDES, P. C. A. Produção de sabão líquido a partir de óleo alimentar usado. Dissertação de mestrado. Orientação: Dra. Lúcia Maria Silveira Santos, FEUP, p. 1 - 43, 2009.

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