Tecnologia de Educação Especial para o Ensino de Química aos Alunos Surdos.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Sizo de Souza, E. (IFPA) ; dos Santos Junior, J.B. (IFPA) ; Tavares Sousa dos Santos, H. (IFPA) ; Silva e Silva, C. (IFPA)

Resumo

A implantação da Tecnologia de Educação Especial para o Ensino de Química aos Alunos Surdos tem como objetivo principal, facilitar o reconhecimento e o entendimento a partir da classificação dos elementos químicos e o conhecimento de suas propriedades, através da mediação no processo de ensino-aprendizagem, servindo de apoio às aulas teóricas, visando atingir as competências e habilidades exigidas pela disciplina de Química. A inserção dessa Tecnologia Educativa por meio de um jogo de cartas, onde os alunos devem consultar uma tabela periódica identificando os elementos químicos que são representados por imagens relacionadas ao dia-a-dia, de forma a facilitar o entendimento, além de ampliar a interação social entre os alunos não surdos e alunos surdos.

Palavras chaves

Tecnologia Educacional; Libras; Tabela Periódica

Introdução

A Educação Inclusiva é a certeza de que todos têm direito de pertencer à mesma sociedade e frequentar as mesmas escolas. A educação dos surdos brasileiros teve seu início marcado por dois acontecimentos: a chegada do professor francês Ernest Huet ao Rio de Janeiro e a fundação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (IISM) (GRASSI, 2010), hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O reconhecimento da Língua de Sinais Brasileira (Libras), como meio de comunicação das pessoas surdas, por meio da Lei nº 10.436/2002, tornou o ensino de Libras obrigatório nos cursos de formação de professores. De acordo com SANTOS (2006, p. 5), “[...] como principal objetivo aumentar as possibilidades de comunicação dos surdos no meio familiar e escolar, possibilitando, dessa forma, construir conceitos sobre si mesmo e sobre o seu meio”. O uso de jogos está descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+), pois desenvolve a capacidade afetiva e as relações interpessoais, permitindo ao aluno colocar-se no ponto de vista do outro, refletindo, assim, sobre os seus próprios pensamentos (BRASIL, 1997). A tecnologia aqui apresentada pode ser aplicada em turmas do 1º ano do ensino médio regular e educação especial, de forma inclusiva, sendo que a tecnologia de cartas é utilizada para reforçar o ensino da química e exercitar suas propriedades. O trabalho surgiu a partir da necessidade de facilitar o reconhecimento e o entendimento de alunos do 9º ano do ensino fundamental e alunos do 1º ano do ensino médio, sobre a tabela periódica e suas propriedades, em sala de aula. Desta maneira, alunos de graduação de licenciatura em química buscando otimizar a aprendizagem de alunos surdos, propuseram a Tecnologia Educativa de cartas como um agente mediador na relação ensino-aprendizagem.

Material e métodos

1.Construção das cartas com símbolos dos elementos químicos que constituem a Tabela Periódica 1.1 Materiais utilizados -Papéis (vergê,contact e A4); -Tesoura -Caixa MDF; -Tubos de ensaios rosqueados; -Notebook; -Impressora. 1.2 Descrição das cartas -Cartas-elemento: Contém os elementos da tabela periódica. Estas serão distribuídas de forma igualitária entre os participantes. -Cartas-objetivo: As cartas que movimentam a partida. Estas regem cada rodada. -Cartas-curinga: As cartas que ajudam os participantes. Essas têm como função ajudar os participantes quando eles não possuem a carta-elemento que a carta-objetivo pediu. -Cartas-surpresa: As cartas de “compra ou descarte”. Estas cartas têm como função, trazer a compra ou o descarte das cartas dos participantes, fazendo com que o jogo fique mais competitivo e emocionante. 1.3 Como utilizar as cartas como instrumento pedagógico As cartas devem ser embaralhadas (cartas-curinga misturadas com cartas- elementos e cartas-surpresas misturadas com cartas-objetivo). Iniciada a partida, as cartas-elementos são distribuídas aos participantes de forma que cada um deles possuam o mesmo número de cartas (07 cada um). Um dos integrantes tira uma carta-objetivo, vira e a põe sobre a mesa. Todos devem seguir o comando da carta, descartando assim, as cartas-elementos que o objetivo designa, por exemplo, se a carta-objetivo designar que sejam descartados os elementos do 3° período da tabela periódica, todos aqueles que possuírem as cartas deste período devem descartá-las uma por uma, cada qual em sua vez.Se o participante que em sua vez puxar do monte de cartas- objetivo, uma carta-surpresa,terá que seguir o comando que se pede, descartando ou comprando. Ganha o jogo quem descartar primeiro todas as cartas que estavam em mãos.

Resultado e discussão

A função da Tecnologia Educativa como facilitador da aprendizagem, deve estar bem definida. A mesma deve proporcionar o lúdico, que está ligado à diversão, ao prazer e ao desprazer e também dever exercer a função educativa. A utilização dessa ferramenta pode preencher lacunas deixadas pelo processo de transposição didática de conhecimentos, em especial para surdos (CAMPOS, 2002). Para o educador, essa ferramenta educativa permite ampliar os conhecimentos sobre algumas técnicas de ensino-aprendizagem desenvolvendo as capacidades pessoais e profissionais, instigando-o a recriar as práticas pedagógicas de forma didática. A Tecnologia Educativa por nós confeccionada foi aplicada como recurso didático a um estudante surdo voluntário, cursando o 1º ano do ensino médio, visando identificar as características e as propriedades da tabela periódica tais como grupos, períodos, bem como reconhecer a localização dos símbolos dos elementos químicos e seus respectivos números atômicos, discutindo a aplicação desses elementos no cotidiano.

Conclusões

A aplicação deste,nos possibilitou o conhecimento das prováveis soluções para os problemas enfrentados no ensino voltado aos alunos surdos,além de certificar uma considerável melhora de absorção do conteúdo trabalhado entre os alunos não surdos.A presença destes alunos em escolas regulares de ensino, exige uma adaptação dos processos metodológicos do professor e do sistema educacional.Tendo em vista essa perspectiva,o desenvolvimento de recursos didáticos para à facilitação da aprendizagem dos alunos surdos,surge como uma opção para sanar as dificuldades no processo de adaptação/transformação.

Agradecimentos

Ao IFPA-Campus Belém por oportunizar o curso de Licenciatura em Química, a Direção de Ensino, a Coordenação de Licenciatura em Química e aos orientadores professores

Referências

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+). Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. 2002. 144 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em: 14 de novembro de 2014.

BRASIL. MEC. – Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro
e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília; MEC/SEF, 1998.

CAMPOS, Luciana Maria Lunardi; BORTOLOTO, T.M.; FELÍCIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. 2002. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/aproducaodejogos.pdf>. Acesso: 15 de novembro de 2014.

FELTRE, Ricardo. Fundamentos de Química: vol. único. 4ª.ed. São Paulo: Moderna, 2005. 700 p.

GRASSI, D. O bilinguismo de surdos mediado por diálogos no orkut. 2010. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2010.

KAFROUNI, Roberta; PAN, Miriam Aparecida Graciano de Souza. A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais e os impasses frente à capacitação dos profissionais da educação básica: um estudo de caso. InterAÇÃO, Curitiba, 2001, v. 5. Disponível em: <ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/índex.php/psicologia/article/view/3316/2662>. Acesso em: 14 de novembro de 2014.

Normas da ABNT, Citações e Referencias Bibliográficas, disponível em: <http://www.leffa.pro.br/textos/abnt.htm> Acesso em: 16 de novembro de 2014.

SANTOS, Wildson L. Química & Sociedade. Nova Geração, São Paulo, 2005.

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