A REALIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Souza, A. (CEAM)

Resumo

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o ensino das questões ambientais é proposta como um dos temas transversais, isto é, deve ser discutido em todas as disciplinas. Buscando entender se os professores das escolas publicas do estado do Rio de Janeiro estão conseguindo aplicar o conteúdo programático e ainda trabalhar esses temas transversais em sala de aula, foi feita uma pesquisa com 86 alunos e pode-se perceber que grande parte dos professores trabalha a questão ambiental, porém a maioria dos alunos ainda não consegue associar o conteúdo visto em sala de aula com o mundo que os cerca.

Palavras chaves

Educação Ambiental; Cidadania; Realidade nas escolas

Introdução

A análise crítica das questões ambientais e a necessidade da compreensão do lugar ocupado pelo indivíduo são os pontos de partida para exercer uma consciência de cidadania. Nesse ponto a escola tem um papel fundamental. A educação ambiental esta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e é tratada como um tema transversal, isto é, a Educação Ambiental deve estar presente em todas as disciplinas, perpassando seus conteúdos. Há autores que afirmam que diante da multidimensionalidade e da complexidade da temática ambiental, “ninguém mais se atreve a propor a educação ambiental como mais uma disciplina do currículo escolar e muito menos a imaginá-la sendo desenvolvida por um único professor” (FRACALANZA, 2004, p. 72). Ao mesmo tempo, como a Educação Ambiental não possui um “status” de ser uma disciplina única, esta vem sendo muitas vezes deixada em segundo plano em relação aos conteúdos disciplinares. Esse trabalho possui a finalidade de entender e responder algumas das seguintes perguntas: Nas escolas de ensino médio do estado do Rio de Janeiro os professores estão conseguindo fazer uma integração entre os conteúdos de suas disciplinas e a questão ambiental? Os alunos entendem que sua participação é primordial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?

Material e métodos

A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual André Maurois (CEAM), situado no Estado do Rio de Janeiro. Os participantes foram alunos do 1° e 2° ano do Ensino Médio. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário, dirigido a 86 alunos, com quatro perguntas, abordando temas como: Quais as disciplinas falaram sobre a questão ambiental no primeiro semestre desse ano (2015)? Quais os temas relacionados ao meio ambiente são os mais interessantes? (a- Ar e Energia; b- Substâncias Tóxicas; c- Água; d- Resíduos e solos contaminados). Você acredita que um meio ambiente equilibrado é um direito, um dever ou os dois? Nessa questão foi solicitada uma justificativa. E a última questão: O que você como cidadão faz que contribua para a preservação da natureza? Os alunos foram solicitados a não se identificarem. Com esse questionário procurou-se verificar se a questão ambiental vem sendo tratada de fato como um tema transversal e se os alunos já desenvolveram uma visão participativa e crítica sobre a sua realidade social.

Resultado e discussão

Os resultados apresentados foram analisados e pode-se perceber que 73,3% dos alunos entrevistados responderam que foi nas aulas de Química onde mais debateram sobre as questões ambientais, além de Biologia (50%), Geografia (40,7%), História (3,5%), Inglês (8,1%), Sociologia (7%),Espanhol (2,3%), Educação Física (1,1%). 3,5% dos alunos entrevistados acreditam não ter havido contato com as questões ambientais. Os temas de maior interesse observados foram: 51,2% a água, enquanto que 27,9% acham ar e energias, 19,8% acham substâncias tóxicas e 15,1% resíduos e solos contaminados. Foi observado que o interesse dos alunos foi geralmente por mais de um dos temas. Como resposta a terceira pergunta observou-se que 69,8% dos entrevistados acreditavam ser direito e dever, enquanto que 30,2% acreditavam que fosse apenas um dever. Porém, a maioria não sabia como justificar a resposta dada.Os alunos não foram capazes de desenvolver práticas argumentativas para as suas convicções. Na última pergunta, o que você como cidadão faz que contribua para a preservação da natureza? As respostas dos 86 entrevistados foram: Não desperdiço a água (50%), jogo o lixo no lugar adequado (36%), não jogo lixo no chão (31,4%), Separo o lixo (7%), ando de bicicleta ou a pé(2,3%), uso bolsas retornáveis (2,3%), preservo as plantas (2,3%),economizo na luz elétrica(2,3%),não contamino as águas (2,3%), não jogo óleo na pia (2,3%), tento conscientizar a minha família a economizar agua (1,1%), não queimo árvores (1,1%), não poluo a atmosfera com gases tóxicos (1,1%), reaproveito tudo o que posso (1,1%), descarto as pilhas e baterias no lugar certo(1,1%) e 7% dizeram não fazer nada.

Conclusões

A proposta dos PCNs é de uma abordagem ambiental integrada, tanto entre as disciplinas como entre a sociedade. De acordo com as respostas apresentadas pode-se observar que a proposta da educação ambiental como tema transversal tem sido respeitada e que a grande parte dos professores tenta abordar esse tema em suas disciplinas. Mas, na maioria das vezes os conteúdos são apresentados de forma conteudísta e não são explorados de forma com que aja a efetiva formação consciente do aluno como cidadão.

Agradecimentos

Aos alunos das turmas 2007, 2008 e 1001 do Colégio Estadual Andre Maurois.

Referências

FRACALANZA, H. As pesquisas sobre educação ambiental no Brasil e as escolas: alguns comentários preliminares. In:TAGUEBER, J. E; GUERRA, A. E. S. (Orgs). Pesquisa em educação ambiental : pensamentos e reflexões. Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental. Pelotas: Ed. Universitária, UFPel, 2004. In: BRASIL. Vamos cuidar do Brasil:conceito e práticas em educação ambiental na escola. Brasília: Ministério da Educação,Coordenação Geral de Educação Ambiental: UNESCO, 2007.
_____. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec, 1999.

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