OBTENÇÃO, FRACIONAMENTO E ATIVIDADE CITOTÓXICA EM Artemia salina DE EXTRADO DA CASCA DO CAULE DE Odontadenia lutea (APOCYNACEAE)

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Produtos Naturais

Autores

Aguiar Teixeira, G. (UEG) ; Severo Menezes, A.C. (UEG)

Resumo

As cascas do caule coletadas foram trituradas e logo depois maceradas em etanol. O fracionamento ocorreu no uso de celulose microcristalina em diferentes solventes. análises cromatográficas foram feitas para purificar os extratos e tentou-se fracionar a maior quantidade de metabolitos em cada fase. Com os extratos de metanol, diclorometano, hexano e acetato de etila foi realizado um ensaio microbiologico utilizando nauplios de artemia salina em metodologia propria descrita no presente trabalho. A dose letal para matar a metade da população de artemia foi calculada para cada extrato. A presente pesquisa teve fins investigatório sobre o potencial citotóxico de mortalidade de artemias de cada fração para possibilitar ou não testes em celulas tumorais.

Palavras chaves

Apocynaceae; , Odontadenia; fitoquímica

Introdução

O uso das plantas para fins medicinais tem despertado um grande interesse pelo conhecimento da composição química das plantas (SIMÕES, 2001). Dos vegetais são extraídas várias substâncias, e grande parte delas responsáveis pela aplicabilidade na alimentação e na saúde. Isto tem sido estímulo ao desenvolvimento do estudo de muitas plantas, dentro do âmbito da química orgânica, objetivando o estudo das estruturas e da química destes compostos que é extremamente ampla e diversificada (SANTOS, 2002). O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos tempos, provavelmente utilizadas pelo homem das cavernas, até as formas tecnologicamente sofisticadas da fabricação industrial utilizada pelo homem moderno (LORENZI et all, 2000). O estudo fitoquímico é um desafio a ser realizado pela comunidade científica, uma vez que o uso das espécies vegetais para fins terapêuticos é crescente e preocupante. As análises fitoquímicas fornecem informações relevantes à cerca da presença de metabólitos secundários nas plantas, para que assim possa chegar ao isolamento de princípios ativos importantes na produção de novos fitoterápicos (CARDOSO,2004). Para a realização do presente trabalho, foram utilizadas duas técnicas de análise fitoquímica: uma denominada por Matos (1997) e Honda (1990) como Técnica de Prospecção de constituintes químicos de extratos de plantas e a outra técnica de análise foi a Cromatografia em Camada Delgada (CCD), utilizando a metodologia proposta de Vogel (1989) e Chaves (1997).

Material e métodos

3.1 PREPARAÇÃO DO EXTRATO BRUTO ETANÓLICO As cascas foram coletadas e secadas em uma estufa com circulação de ar, do modelo MARCONI MA-035 a uma temperatura de 50°C, durante 48 horas e triturada aos pequenos fragmentos com o auxílio de um moinho de facas modelo MA-580. Após essa etapa, foi realizada a maceração utilizando etanol P.A em erlenmeyers de dois litros, onde o material vegetal foi colocado e deixado por 17 dias para extração. O solvente foi filtrado e teve seu volume reduzido em um rotoevaporador sob pressão reduzida a uma temperatura de 50°C e foi obtido o extrato bruto etanólico (O.L. EtOH), extrato escuro e viscoso. 3.2 PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA Realizou-se primeiramente o teste de flavonoides, onde foi preparado uma solução contendo uma ponta de espátula pequena do extrato bruto etanólico em 2 mL de etanol, onde, adicionou-se a mesma, um pedaço de aproximadamente 0,5 cm de fita de magnésio com 2 mL de ácido clorídrico concentrado, e após a efervescência a coloração da solução variou de parda a vermelha que indicou a presença de flavonoides. Em outro tubo de ensaio contendo 2 ml da mesma solução de extrato diluído em etanol, adicionou-se 3 gotas de solução alcoólica de FeCl3, agitou-se fortemente e a mudança de cor da solução para verde até azul constatou a presença de taninos hidrossolúveis aos taninos condensados. O teste para identificar alcaloides também foi realizado com 2 mL da solução diluída do extrato bruto alcalinizado com quinze gotas de hidróxido de sódio 1% e acrescido de 2 mL de água, e adicionou-se 2 mL de clorofórmio. A fração aquosa foi desprezada e a fração clorofórmica acrescida de quinze gotas de ácido clorídrico a 1%, em seguida extraída com 2 mL de água.

Resultado e discussão

As plantas da família Apocynaceae caracterizam-se quimicamente por apresentar em sua composição alguns metabólitos secundários que possibilitam uma bioatividade ressaltando a citoxicidade dos extratos em Artemias salinas. O teste para verificação dos metabólitos executado no presente trabalho identificou no extrato bruto etanólico a presença de flavonoides, tanino e alcaloide através dos métodos experimentais da bibliografia e a cromatografia de camada delgada (CCD), que possibilitou uma maior detecção de alcaloides além de indicar a proporção de solvente ideal para uma possível separação dos mesmos em uma cromatografia de coluna, visto que foi utilizado uma mistura de solventes apolar e polar, aumentando gradativamente aos poucos a porção de solvente polar da mistura. As frações obtidas a partir da partição com celulose microcristalina possibilitou a análise das citoxicidade dos extratos vegetais frente a linhagem de náuplios de Artemias salinas com três concentrações dos extratos vegetais da casca do caule, que foram diluídos em DMSO 5% e Tween 80 na proporção 2:1. As concentrações de 1000 μg/mL, 100 μg/mL e 10 μg/mL, que foram obtidas das soluções padrões de 2000 μg/mL, resultaram-se provenientes de 1 miligrama de cada extrato e foi observado que a frações acetato de etila (O.L.A.E.) e extrato etanólico bruto apresentaram toxicidade e mataram 1 e 4 náuplios, respectivamente, na concentração de 1000 μg/mL porém, o valor significativo foi baixo em termos da dose letal para matar 50% da população dos náuplios. Os outros extratos analisados no teste microbiológico, como as frações hexânica (O.L.H.), metanólica (O.L.Me), diclorometânica (O.L.D.M), não apresentaram citotoxicidade, juntamente com o solvente, o controle positivo (água salina) e o controle negativo (K2Cr2O7)

Conclusões

Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que as frações vegetais não apresentaram inicialmente, nos testes microbiológicos, bons resultados de citotoxicidade as larvas de Artemias salinas. A DL50 para a fração acetato de etila, ficou abaixo da ideal, e a fração etanol (O.L. EtOH) teve o maior DL50, porém, longe do ideal dos níveis de significância quando comparados aos de células tumorais.

Agradecimentos

UEG FAPEG CAPES

Referências

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