AVALIAÇÃO ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Anniba canelilla FRENTE AO FITOPATÓGENO Colletotrichu gossypii: RESULTADOS PARCIAIS

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Produtos Naturais

Autores

Bicho, L. (UNIFESSPA) ; Ribeiro, A. (UFPA) ; Ramos, A.R. (UNIFESSPA) ; Guida, T.M. (UNIFESSPA) ; Mourão, S. (UNIFESSPA) ; Silva, D.P. (UNIFESSPA)

Resumo

Colletotrichum gossypii é um fungo fitopatógeno causador da antracnose, doença que ataca o algodeiro. Como alternativa para o controle de doenças no algodoeiro, que cresce exponencialmente, aumenta o interesse pelo potencial antifúngico de produtos naturais visando o seu incremento na agricultura e uma diminuição na utilização de agrotóxicos. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial do óleo essencial de Anniba canelilla (Lauraceae) como alternativa ao controle do Colletotrichum gossypii.Uma alíquota foi preparada para futura identificação da composição química por GC-MS. A composição química está sob análise. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada em 1µL/mL.

Palavras chaves

Anniba canelilla; Colletrotrichum gossypii; Inibição

Introdução

Os óleos essenciais são encontrados em diversas partes das plantas, principalmente folhas, madeiras e flores, em estruturas especializadas, como os pelos glandulares e bolsas secretoras. Os óleos essenciais de algumas espécies de Laurácea apresentam excelentes condições de exploração econômica, com aproveitamento no mercado de fragrâncias, cosméticos etc (MAIA & ANDRADE 2009). Apesar das lauráceas apresentarem diversificados usos, muitas ainda não foram estudadas e de acordo com alguns autores são matérias primas promissoras para o isolamento de novas substancias químicas com diferentes atividades farmacológicas (PASCUAL et al., 2001; STASHENKO, JARAMILLO & MARTTÍNE, 2003). O gênero Colletotrichum foi descrito por Corba em 1983. Os fungos pertencentes a esse gênero são conhecidos como causadores da antracnose (BAILEY; JEGER 1992). Além do algodoeiro cultivado, a ramulose também afeta outras espécies do gênero Gossypii (COSTA;FRAGA JR.,1993). A patogenidade de isolados pode estar relacionada com sua capacidade de esporulação em meio de cultura (TANAKA & MENTEN, 1992; LIMA, 1981; SUASSUNA, 2005). Como alternativa para o controle de doenças no algodoeiro que cresce exponencialmente, o interesse pelo potencial antifúngico de produtos naturais visando o seu incremento na agricultura e uma diminuição na utilização de agrotóxicos. Diante desta perspectiva, o objetivo deste estudo é avaliar o potencial do óleo essencial da espécie Anniba Canelilla como alternativa de controle do Colletotrichum gossypii.

Material e métodos

A espécie Anniba canelilla foi coletada município de Jacundá, Pará. Uma exsicata foi depositada no Herbário do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém. Folhas e ramos finos foram submetidos à secagem por ventilação em estufa e posteriormente moída em moinho de facas. Os óleos essenciais foram obtidos por hidrodestilação usando aparelho tipo Clevenger modificado por um período de 3 horas. O rendimento foi calculado relacionando o volume do óleo obtido com a base livre de umidade. Os óleos essenciais obtidos foram centrifugados, secos com sulfato de sódio anidro. Posteriormente foram armazenados em frascos âmbar, na ausência de oxigênio e conservados em ambiente refrigerado, entre 5-10°C. Uma alíquota foi preparada para futura identificação da composição química (MAIA & ANDRADE, 2009). Os bioensaios foram efetuados com fungos Colletotrichum gossypii que foram cultivados em placas de petri em meio de cultura BDA (dextrose, batata e ágar). O preparo da suspensão de esporos foi efetuado por meio nutritivo desses esporos. Este meio foi em helemaias e dissolvido por 90 ml deágua destilada e isolados. O óleo da Anniba Canelila foi incorporado em meio BDA fundente para obter as concentrações finais de 5μg/mL, 2,5μg/mL e 1μ/mL. Discos de micélio do fungo Collethotrichu Gossypy (0,9 cm) foram transferidos para o centro das placas de Petri (60x15 mm). Os experimentos foram realizados em quadruplicada, e placas sem as amostras foram usadas como controle. Posteriormente todas as placas foram fechadas e isoladas com para filme e colocados na BOD na temperatura de 25ºC onde foram observadas e medidas por régua para analisar o crescimento do controle e a inibição das placas com concentrações de óleos por um período de 11 dias, sendo feita a análise a cada 48 horas (RAMOS, 2013).

Resultado e discussão

O rendimento em óleo foi próximo de 1%, mostrando ter um bom rendimento do material utilizado. Os resultados dos ensaios de atividade antifúngica mostraram que o óleo essencial teve efeito inibitório significativo sobre o crescimento de Collethotrichum Gossypi (Figura 1). A Figura 2 ilustra a ação do óleo essencial de Aniba cenelila em diferentes concentrações nos fungos de Collethotrichum gossypi. É possível observar o fungo tratado na concentração de 5µL/mL teve o efeito inibitório mais perceptível. O óleo essencial atingiu 100% de inibição do crescimento micelial na concentração de 5µL/mL, 98,4% na concentração de 2,5µL/mL e 71,1% na concentração de 1µL/mL quando comparado com o grupo controle. A partir das medidas do crescimento micelial, pode-se determinar o índice de atividade antifúngica. Nesta pode-se perceber que a inibição do fungo é 100% quando tratado com 5 µL de óleo de Anniba canelilla.

Figura 1.

Crescimento micelial (em milímetros) de Collethotrichu gossyppii em diferentes concentrações do óleo essencial de Aniba canelilla no período de 11 dia

Figura 2.

Efeito inibitório do óleo essencial (em diferentes concentrações) de Aniba canelilla sobre o crescimento micelial de Colletotrichum gossypii.

Conclusões

O óleo essencial de Anniba Canelilla possui efeito inibitório significativo contra sobre Colletotrichum gossypii. A inibição de crescimento do fungo chega a 100% na concentração de 5µL/mL de óleo essencial estado. É necessário determinar a composição química do óleo essencial para verificar qual(is) a(s) substância(s) é(são) responsável(is) pelo efeito inibitório no fungo.

Agradecimentos

À UNIFESSPA pela bolsa PIBIC concedida. Aos bolsistas do Laboratório de Biologia da UNIFESSPA.

Referências

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BERG, M.E. Plantas medicinais na Amazônia: Contribuição ao seu conhecimento sistemático. 2ª Ed. Ver. e Aum. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi, 1993.

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