Análise do Crescimento da linhagem fúngica R11B2 em diferentes concentrações de cobre e variações de pH

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Química Orgânica

Autores

Onça, L.O. (UNIFESSPA) ; Silva, S.C. (UNIFESSPA) ; Leal, L.V. (UNIFESSPA) ; Alchaar, M.F. (UFG) ; Oliveira, M.N. (UNIFESSPA) ; Silva, S.Y.S. (UNIFESSPA)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo fazer as análise de crescimento de fungos em meio de cultura contendo metal pesado, em diferentes concentrações e havendo variação de pH, através da técnica de biorremediação. Como instrumento deste trabalho foram usados meios de cultura BDA (Potato Dextrose Ágar), sulfato de cobre pentahidratado e a linhagem fúngica R11B2. Em síntese, o resultado do trabalho foi satisfatório, em que ao analisar a linhagem fúngica cresceu em grande parte das concentrações através desta técnica.

Palavras chaves

Biorremediação; fungos; metais pesados

Introdução

O aumento populacional e o desenvolvimento industrial acelerado têm contribuído para o despejo industrial acelerado de resíduos sólidos e líquidos, os quais aumentam em grande escala o número de áreas contaminadas, acentuando assim, os problemas ambientais. A remoção de poluentes do ambiente pode ser realizada por vias biológicas e a este processo dá-se o nome de biorremediação (Silva, 2007). Nos últimos anos extensas pesquisas tem sido feitas através de métodos biológicos para a remediação de metais pesados. Neste contexto, os fungos apresentam-se com eficiência para este método, pois eles possuem mecanismos múltiplos para a remoção de um determinado poluente (Mishra, 2014). O isolamento dos microrganismos de áreas contaminadas pode facilitar a seleção de agentes despoluidores eficientes para os estudos de biorremediação. Ensaios prévios em escala de laboratório devem ser realizados visando avaliar o potencial biorremediador, verificando o grau de degradação do contaminante (Silva, 2007). Em síntese, o trabalho a seguir utiliza métodos de biorremediação através de fungos de rejeitos isolados de área de mineração, para analisar o crescimento do mesmo em meio de cultura contendo diferentes concentrações do metal pesado CuSO4.5H2O, com variações de pH. Desta forma, obter a melhor linhagem fúngica que seja capaz, possivelmente, de descontaminar áreas degradadas com metais pesados.

Material e métodos

Foram preparadas duas soluções de BDA (Potato Dextrose Ágar), uma solução foi enriquecida com sulfato de cobre pentahidratado (CuSO4.5H2O) com a concentração de 100 ppm, e outra solução sem o sal, usada para as placas controles. A partir da solução de concentração de 100 ppm, foram diluídas para fazer concentrações de 50 e 25 ppm. Em cada concentração foram aferidas valores para o pH 2, 4, 8 e 10 usando ácido nítrico 4M para o meio ácido e hidróxido de potássio 2M para o meio básico, dessa forma foi feito o ajuste do pH. Sendo que no meio de cultura para as placas controles também foram separados em quatro erlenmeyers, em que cada um foi necessário ajustar para os pH 2, 4, 8 e 10. Em seguida, verteu-se o meio de cultura nas placas petri, identificando suas possíveis concentrações e pH para fazer suas análises e comparações com as placas controles, e nelas foram colocados os fragmentos de micélio da linhagem fúngica R11B2, já repicados anteriormente, vale ressaltar, que todos os experimentos foram feitos em triplicata. Mais adiante as placas foram levadas para uma incubadora do tipo BOD, à temperaturas de aproximadamente 29ºC a 31ºC, e ficaram lá por 13 dias, sendo observados de dois em dois dias para medir o crescimento dos fungos neste intervalo.

Resultado e discussão

Após 13 dias de observações do crescimento micelial, a linhagem fúngica R11B2 cresceu em todas as concentrações com pH 8 e 10, crescimento e características estas similares as fungos das placas controles que tiveram um crescimento rápido, enquanto nas concentrações com o meio ácido pH 4, ao analisar as concentrações de 100, 50 e 25 ppm tiveram um crescimento um pouco mais lento e houveram mudanças de coloração e formato do inóculo em comparação com a placa controle, mas cresceram ocupando a placa toda. Nas concentrações de 100, 50 e 25 ppm pH 2 cresceu somente o fungo de concentração de 25 ppm de forma lenta, havendo mudanças em sua coloração, nas demais concentrações não houve crescimento. Nas concentrações com o pH 4 todos os fungos cresceram porém com características diferentes das placas controles, cresceram esbranquiçados e formas diferentes. Não foi possível medir quantos centímetros eles cresceram nos intervalos de dois em dois dias devido o seu crescimento espalhado na placa.

Figura 1

Imagens da linhagem fúngiica  de pH 8 e concentrações de 25, 50 e 100 ppm.

Figura 2.

Imagem da linhagem fúngica de  de pH 2 e concentração de 25 ppm.

Figura 3.

Imagens da linhagem fúngica  de pH 10 concentração de 25-50 ppm.

Figura4

Imagens da linhagem fúngica de pH 4 concentração 25-5-100 ppm e placa controle.

Conclusões

Em síntese, conclui-se que foram obtidos resultados satisfatórios principalmente em concentrações com o pH básico, já que os fungos cresceram e acompanharam o crescimento das placas controles. Enquanto em meio ácido, observou-se o crescimento no pH 4, em todas as concentrações, porém o inóculo sofreu mudanças em suas características, como forma e coloração e em seu crescimento lento, mais adiante ao observar diminuição do pH para 2 o fungo não demostrou bons resultados, pois cresceu somente na menor concentração. Logo entende-se, que para se ter resultados mais satisfatórios é necessário trabalhar com pH básico. E através dos resultados obtidos, pode-se fazer novos experimentos de biorremediação, assim aumentando as concentrações do metal pesado, para ter melhores resultados.

Agradecimentos

Agradeço à UNIFESSPA por conceder o espaço e o laboratório para realizar o trabalho, à FAPESPA pela bolsa concedida, e ao Orientador Sebastião Cruz Siva.

Referências

Mishra et al. Bioresource Technology, 2014.
Júnior et al. Ecologia e fisiologia de fungos filamentosos isolados de solo contaminado por metais pesados. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre,v.5, supl.2,p.903-905, jul.2007.

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