ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Iniciação Científica
Autores
Costa, M. (UFPA) ; Freitas, H. (UFPA) ; Souza, A. (UFPA) ; Santos, L. (UFPA) ; Silva, T. (UFPA) ; Lacen, R. (UFPA) ; Almeida, C. (UFPA) ; Deyse, L. (UFPA) ; Pereira, S. (UFPA)
Resumo
Esta pesquisa tem o objetivo, avaliar a qualidade das águas da Usina Hidrelétrica Samuel, localizada em Canideias do Jamari-RO. foi usado o índice de Preservação de Vida Aquática-IVA. As coletas foram feitas em quatro campanhas em intervalo trimestral obedecendo ao período de maior e menor precipitação pluviométrica, em 11 estações de coleta. Os pontos de coleta foram georreferenciados por GPS. As coletas das amostras foram realizadas em três estratos de profundidade. As amostras foram levadas para o laboratório de Química Analítica e Ambiental – LAQUANAM/UFPA e para o Laboratório Central da Eletronorte – LACEN/ELETRONORTE. O OD, Temperatura e pH foram medidos in situ. Através do IVA, identificamos que o reservatório Samuel e classificado como bom, de acordo com os parâmetros estabelecido.
Palavras chaves
IVA; qualidade da água; vida aquática
Introdução
Segundo a Agência Nacional de Águas – ANA (2006), o planeta não está perdendo água, mas a qualidade disponível está diminuindo, os mananciais utilizados para diversos fins estão sendo comprometidos pelo lançamento de esgotos, originando organismos patogênicos e substâncias tóxicas, tornando essa água inapropriada para o consumo humano. O IVA leva em consideração a presença e concentração de contaminantes químicos tóxicos, seu efeito sobre os organismos aquáticos (toxicidade) e duas das variáveis consideradas essenciais para a biota (pH e oxigênio dissolvido). Desta forma, o IVA fornece informações não só sobre a qualidade da água em termos ecotoxicológicos, como também sobre o seu grau de trofia (ZAGATTO E BERTOLETTI, 2006). Para o calculo de IVA é necessário investigar algumas variáveis químicas e físico-químicas da água tais como: surfactantes, fenóis, transparência, OD, pH e alguns metais (Cd, Cu, Cr, Hg, Ni, Pb, P, Zn). A clorofila a é frequentemente utilizada como indicadora da biomassa fitoplanctônica, ou seja, um indicador do crescimento de algas e cianobactérias devido ao enriquecimento por nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, fenômeno este denominado de eutrofização. O oxigênio é um dos fatores mais importantes na presença ou ausência de espécies estuarinas, pois é necessário na respiração e decomposição de matéria orgânica. É responsável por manter as condições de vida dos seres aquáticos. A área de estudo foi a barragem de Samuel, situada no Rio Jamari na Cachoeira de Samuel, 52 km da cidade de Porto Velho, Rondônia. A área do reservatório, na época quando foi inundada, era quase toda sob floresta tropical primária. Com a intenção de conhecer os parâmetros e indicadores que avaliam a toxidade para a vida aquática escolhemos o IVA para esse estudo.
Material e métodos
As amostras foram coletadas em diversos pontos amostrais, sendo planejadas 11 estações de coletas. Foram feitas quatro campanhas em intervalo trimestral obedecendo ao período de maior e menor precipitação pluviométrica, ano de 2015. Tivemos o auxílio de um barco, ao longo da represa nos pontos escolhidos. Os locais de amostragens foram georreferenciados através do GPS. As coletas foram efetuadas através de garrafa "Van Dorn" (5L). Para o acondicionamento das amostras para análise dos metais e parâmetros químicos e clorofila a foram usados frascos de polietileno com capacidade de 1 litro, previamente descontaminados, lavados e etiquetados. Para a coleta da água destinada a análise dos parâmetros surfactantes e fenóis, foram usados frascos de vidro tipo âmbar de 1 litro, descontaminados, da mesma maneira que a dos frascos de polietileno. As amostras destinadas ao ensaio dos metais que foram acidificadas a pH < 2 para posterior análise no Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM/UFPA. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em caixa de poliestireno expandido (EPS) com gelo, para a manter a temperatura de aproximadamente 4ºC. Em Belém estas foram postas em geladeiras no LACEN- ELETRONORTE para posterior tratamento e análise. Algumas análises como surfactantes, clorofila e fenóis foram realizadas no intervalo máximo de 24 h. Parâmetros físico-químico como transparência, OD, pH, Temperatura foram medidos in situ. As amostras foram filtradas em membranas tipo GFF (Millipore 0,45 mM) a vácuo. A transparência foi medida através de um disco de Secchi. As demais variáveis foram medidas em sondas multiparamétricas. Para analisarmos os metais contidos nas amostras de água utilizamos o Espectrômetro de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES).
Resultado e discussão
O resultado do cálculo de IVA foi identificado a partir da equação 1,
através de seu resultado podemos classificar as categorias de qualidade:
ótima, boa, regular, ruim e péssima conforme a Tabela 1. Uma forma de
adaptar o IVA para uma determinada região é utilizar a estatística
multivariada para justificar a entrada ou saída de um parâmetro do cálculo
de IVA. Além de considerar as observações das características de cada corpo
d’água.
IVA = (IPMCA x 1,2) + IET (Equação 1)
De acordo com a Legislação Estadual (Regulamento da Lei 997/76, aprovado
pelo Decreto Estadual 8468/76) e Federal (Resolução CONAMA 357/05), a
proteção das comunidades aquáticas está prevista para corpos d'água
classificados nas classes 1, 2 e 3, sendo, portanto, pertinente a aplicação
do IVA somente para esses ambientes. Assim sendo, para os corpos d'água
considerados em classe 4 não aplicamos o cálculo do IVA.
Na tabela 2 são apresentados os IVAs para UHE-Samuel, o qual foi
classificado como BOM par a média anual do Índices de Qualidade das Águas
para Proteção da Vida Aquática - IVA.
Fonte: CETESB, 2010
Conclusões
Os resultados observados nas amostras de água de forma geral, todos os parâmetros estiveram de acordo com os valores estabelecidos, 357/2005 do CONAMA. O objetivo deste trabalho de avaliar a qualidade das águas para fins de proteção da fauna e flora foi alcançado. O reservatório de Samuel foi classificado como BOM de acordo com o estabelecido pela CETESB, 2010. Esta pesquisa foi realizada em parceria com o Programa Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento – PEPD.
Agradecimentos
Agradeço à parceria do LAQUANAN/UFPA, LACEN/ELETRONORTE e PIBIC/UFPA, assim como todos da equipe, em especial à minha orientadora pela paciência e por acreditar em me
Referências
ANA - AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Panorama da Qualidade das Águas Superficiais no Brasil, Caderno de Recursos Hídricos, Brasília, SPR. 2006.
CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Amostragem e monitoramento das águas subterrâneas – Norma CETESB, 1988.
CETESB. Variáveis de qualidade da água. Disponível em <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp> acesso em 10/01/2010.
CONAMA (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). RESOLUÇÃO No. 357. Ministério do Meio, 2005
MINISTÉRIO DA SAÚDE, “Portaria 518/2004. Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade”. Brasília, Fundação Nacional da Saúde, 2004.
ZAGATTO, P.A.; BERTOLETTI, E. (Eds.). Ecotoxicologia Aquática – Princípios e Aplicações. 1 ed. São Paulo, SP, Brasil. Editora Rima, 2006. p.347-382.
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