Construção de equipamentos laboratoriais com materiais alternativos para a Escola Estadual Manoel de Melo Montenegro.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Souza, J.B. (IFRN) ; Bezerra, D.R.S. (IFRN) ; Gomes, K.K.A.C. (IFRN) ; Silva, F.R. (IFRN) ; Junior, C.A.B.S. (IFRN)

Resumo

O trabalho objetivou a construção de uma balança de pratos e uma chapa aquecedora com materiais alternativos ou de baixo custo financeiro, na tentativa de suprir a escassez de equipamentos de um laboratório de ciências na Escola Estadual Manoel de Melo Montenegro, situada no município de Ipanguaçu/RN. Através da observação no ambiente escolar, feita pelos bolsistas do PIBID de Química, detectou-se a necessidade de um espaço equipado adequadamente às práticas experimentais. A produção dos equipamentos visou atenuar a necessidade do alunado quanto a realização de experimentos nas aulas práticas da disciplina de Química, tendo em vista que há um grande déficit cognitivo dos alunos em conseguir relacionar teoria e prática.

Palavras chaves

Materiais alternativos; Chapa aquecedora; Balança de pratos

Introdução

Sabendo-se das dificuldades estruturais para se trabalhar o conhecimento empírico na maioria das escolas públicas de Ensino Médio, haja vista, as mesmas não estarem equipadas adequadamente para realização de práticas experimentais, buscam-se métodos alternativos que solucionem ou amenizem os problemas de infraestrutura de tais esferas educacionais. A disciplina de Química tem alguns aspectos de caráter abstrato, posto que muitas reações e substâncias são visualizadas apenas microscopicamente, fato pelo qual se faz necessário que haja manuseio por parte dos educandos de materiais concretos para melhor aproveitamento das aulas. “O grande desinteresse dos alunos pelo estudo da Química se deve, em geral, a falta de atividades experimentais que possam relacionar a teoria e a prática. Os profissionais de ensino, afirmam que este problema é devido à falta de laboratórios ou de equipamentos que permitam a realização de aulas práticas.” (OLIVEIRA; SILVA, 2012) A Escola Estadual Manoel de Melo Montenegro – EEMMM - situada na cidade de Ipanguaçu possui um pequeno laboratório de Ciências que esteve fechado, ou seja, sem utilidade de caráter científico durante os últimos 5 anos. Este foi reativado recentemente por um grupo de bolsistas que atuam na instituição pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência - PIBID, da Licenciatura em Química, vinculado ao IFRN campus Ipanguaçu. Apesar da reabilitação do laboratório, observou-se, entretanto, que, para que possam ser realizados experimentos relacionados à Química, com maior complexidade e precisão, se faz necessário a aquisição de alguns equipamentos específicos de laboratório, dentre os quais, uma chapa aquecedora e uma balança.

Material e métodos

Primeiramente foi feita uma busca em artigos que abordassem a respeito da construção de equipamentos de laboratório por meio de materiais alternativos. Selecionou-se chapa aquecedora e balança de pratos que são essenciais em um laboratório. A balança foi construída com uma base, um braço vertical e um suporte para as bandejas, feitos de sobras de madeira. Em seguida, furou-se o braço vertical com uma furadeira e colocou-se um parafuso para fixar o suporte das bandejas. Para os pratos da balança, foram utilizadas duas tampas de lata e arame. Utilizou-se uma faixa de cartolina que foi colada numa tábua horizontal para mostrar o momento em que a balança alcança o equilíbrio, com o ponteiro que foi feito com um “tubinho” de caneta esferográfica. Os pesos foram produzidos com chumbo derretido, bico de bunsen, pinça metálica, tripé e recipientes de alumínio. Os cinco pesos foram aferidos na balança analítica e quando não estavam próximo ao peso ideal, eram produzidos novamente até alcançar maior precisão. Os pesos finais foram 10, 20, 30, 50 e 100 gramas. Para a chapa, utilizou-se um ferro elétrico descartado, porém, com um bom funcionamento. A madeira foi levada para aprimoramento na serraria, com a qual foi produzida uma caixa para acoplar o ferro. O ferro ficou unido à caixa com a parte inferior voltada para cima. Lixou-se e pintou-se o equipamento. A parte inferior da caixa ficou aberta para regular a temperatura. Foram realizados testes com os equipamentos no laboratório do IFRN, em que, com a ajuda de uma balança analítica para conferência de pesagem, foram aferidos pesos de substâncias na balança de pratos para calibragem. Na chapa, foram aquecidos 100 mL de água observando-se o momento em que alcançou-se o ponto de ebulição da substância.

Resultado e discussão

Para testar a chapa aquecedora, colocou-se um béquer contendo 100 ml de água. Com o termômetro, mediu-se a temperatura da substância com intervalos de 3 minutos. A chapa estava ligada no nível três de temperatura do ferro elétrico, numa escala de 0 a 7, mas aos 17 minutos foi mudado para o nível máximo. Aos 18 minutos e 56 segundos a água chegou ao seu ponto de ebulição, 100 graus celsius. Também foram realizados testes no segundo equipamento, pesou-se na balança analítica o vidro de relógio vazio. Em seguida, com a balança de pratos, pesou-se 20 gramas de uma substância, a saber o cloreto de sódio (NaCl). Em um dos pratos da balança continha um vidro de relógio e o peso de chumbo,enquanto no outro, continha um segundo vidro de relógio com peso semelhante ao primeiro, além da substância. Ao alcançar o ponto de equilíbrio, zero da balança, levamos o vidro de relógio contendo o NaCl para pesar na balança analítica. Com essas medidas calculamos a massa da substância.

Aquecimento de 100 mL de água.


Pesagem para precisão da balança de pratos.

Conclusões

Levando-se em consideração os aspectos sobre a relevância da dimensão empírica com relação aos conteúdos da Química e das dificuldades que muitas escolas têm em virtude da falta de investimentos governamentais no tocante a infraestrutura dos espaços laboratoriais, para que esses possam ser utilizados como instrumentos pedagógicos, o presente projeto buscou por meio de reflexões e de intervenção com a construção de dois equipamentos importantes na composição de um laboratório, os quais também poderão ser manuseados em sala de aula como subsídios didáticos de alguns conteúdos da Química.

Agradecimentos

Ao IFRN - campus Ipanguaçu e a técnica do laboratório Ozanira Soares.

Referências

OLIVEIRA, Carlos Antonio Leão de; SILVA, Thiago Pereira da. APLICAÇÃO DE AULAS EXPERIMENTAIS DE QUIMICA COM MATERIAIS ALTERNATIVOS A PARTIR DE SUCATAS E MATERIAIS DOMESTICOS NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS (EJA). Campina Grande, 2012.