PRODUÇÃO DE MASSA DE MODELAR A PARTIR DA REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL RESIDUAL

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ambiental

Autores

Cioffi, N. (UFOPA) ; Vinente, T. (UFOPA) ; Santos Filho, M. (UFOPA) ; Costa, M. (UFOPA)

Resumo

O óleo vegetal residual descartado de forma errônea é altamente impactante. Este trabalho tem como objetivo o reaproveitamento de óleo vegetal para a fabricação de massa de modelar,gerando um bioproduto de baixo custo que pode ser usado em escolas públicas. Foram utilizados na fabricação da massa de modelar, farinha de trigo, amido de milho, carbonato de cálcio, sal, corante alimentício e óleo vegetal residual. Como resultado, obtivemos uma massa homogênea, de fácil modelagem e boas características físicas. A partir disto, pôde-se concluir que a aplicação deste trabalho é economicamente viável, uma vez que os materiais utilizados nesse produto são de baixo custo e ambientalmente correto, pois reutiliza o óleo de cozinha, resíduo altamente impactante e de difícil degradabilidade.

Palavras chaves

Óleo vegetal; Massa de modelar; Bioproduto

Introdução

O óleo de cozinha é utilizado diariamente pelos brasileiros, porém a maioria das pessoas não sabem qual a destinação correta para este resíduo e o mesmo acaba sendo disposto de forma inadequada como em pias e vasos sanitários, indo parar nos sistemas de esgoto causando danos ambientais, sociais e econômicos, como entupimento dos canos e o encarecimento dos processos das estações de tratamento, poluição do meio aquático (CASTELLANELLI et al., 2007). De acordo com Ellwanger et al. (2007), são inúmeros impactos ambientais causados pela disposição inadequada do óleo de cozinha, problemas como: poluição do lençol freático, formação de películas oleosas nos corpos hídricos (dificultando a troca de gases entre a água e a atmosfera) com consequente morte das vidas aquáticas, além da produção de gás metano. Devido sua difícil degradabilidade, o óleo de cozinha, pós-consumo, onera os serviços de tratamento de esgoto, pois um litro de óleo polui cerca de um milhão de litros de água, prejudicando as estações de tratamento de esgoto, interferindo no desempenho dos decantadores e reatores (OLIVEIRA e SOMMERLATTE, 2009). Uma das alternativas para o reaproveitamento do óleo de cozinha é o processo de fabricação de massa de modelar, podendo ser utilizado por escolas públicas após sua fabricação, e também para conscientizar os alunos da importância da destinação adequada deste resíduo. Tendo em vista a problemática da disposição do óleo de cozinha em lugares inapropriados, o presente estudo tem por objetivo o reaproveitamento de óleo vegetal para a fabricação de massa de modelar, a fim de minimizar os efeitos negativos ao meio ambiente, gerando um bioproduto de baixo custo que pode ser usado em escolas de educação infantil do município de Santarém-Pará.

Material e métodos

O presente trabalho foi dividido em duas etapas: pesquisa bibliográfica e a parte experimental. O óleo vegetal residual utilizado neste trabalho foi oriundo do uso doméstico pelos autores deste trabalho e armazenada em garrafas PET. A produção da massa de modelar se deu no Laboratório de Química, da Universidade Federal do Oeste do Pará, situado na Av. Vera Paz, s/nº, bairro Salé, na cidade de Santarém – Pará. Para produção da massa de modelar foram utilizados béqueres de 2000 mL, proveta de 100 mL, pipeta de 5 mL, bastão de vidro, fogão elétrico (Chamafil), espátula, vidro de relógio, balança analítica (SHIMADZU UX6200H), termômetro, balão de decantação, luva e máscara de segurança. Os reagentes utilizados foram: óleo vegetal residual, água sanitária, água, farinha de trigo, sal, amido de milho, corante alimentício, nas cores verde, vermelho e azul e carbonato de cálcio. Para purificar o óleo residual, aqueceu-se o 500 mL de óleo vegetal residual juntamente com 500 mL de água e 50 mL de água sanitária em um Becker de 2000 mL, a temperatura de 100 °C, por 15 minutos. Em seguida filtrou-se a solução para retira de resíduos sólidos e depois se transferiu para o balão de decantação, para ocorrer a decantação da água e separação do óleo. Na produção da massa de modelar foram misturados 28 g de farinha de trigo, 6 g de sal, 6g de carbonato de cálcio, 19 g de amido de milho, 15 mL de óleo vegetal residual, 25 mL de água e 2,5 mL de corante alimentício. Primeiramente foram misturados todos os reagentes secos com o bastão de vidro em um béquer de 1000 mL, em seguida adicionou-se a mistura o óleo vegetal, a água e o corante, misturando-se o material até sua homogeneização, obtendo uma uma consistência possível de ser sovada com as mãos.

Resultado e discussão

A massa de modelar obtida a partir do processo metodológico descrito neste trabalho, apresentou homogeneidade e maleabilidade como mostra a Figura 1, a seguir: Tais resultados confirmam as vantagens em se fabricar esse material uma vez que está reaproveitando um potencial poluidor como o óleo residual e por usar materiais de fácil acesso e baixo custo. Para a fabricação de 90g de massa de modelar foi gerado um custo de aproximadamente R$ 1, 60 (Tabela 1), sendo que o valor comercial mais barato para essa quantia de massa gira em torno de R$ 2, 50.

Figura 1

Massa de modelar a partir da reutilização de óleo residual.

Tabela 1

Custo da produção da massa de modelar.

Conclusões

Com os resultados obtidos neste experimento, pôde-se concluir que a aplicação deste trabalho é economicamente viável, uma vez que os materiais utilizados nesse produto são de baixo custo e em pequenas porções e ambientalmente correto, pois reutiliza o óleo de cozinha, resíduo altamente impactante e de difícil degradabilidade, agregando valor, mesmo após seu consumo, evitando que o mesmo seja descartado de forma inadequada no meio ambiente.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Federal do Oeste do Pará por disponibilizar os equipamentos necessários para realização deste trabalho.

Referências

CASTELLANELLI, C.; MELLO, C. I.; RUPPENTHAL, J. E.; HOFFMANN, R.
Óleos comestíveis: o rótulo das embalagens como ferramenta informativa. In: I Encontro de Sustentabilidade em Projeto do Vale do Itajaí. 2007. Disponível em: http://ensus2007.paginas.ufsc.br/files/2015/08/%C3%93leos-Comest%C3%ADveis-O-R%C3%B3tulo-das-Embalagens-como-Ferramenta-I1.pdf>. Acesso em: 13 de agosto de 2016.

ELLWANGER, R. M.; FLECK, E.; REIS, M. F. P. Destinação de óleos de fritura. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/sga/oleo_de_fritura.pdf>. Acesso em: 13 de agosto de 2016

OLIVEIRA, B. M. G; SOMMERLATTE, B. R. Plano de Gerenciamento Integrado do Resíduo Óleo de Cozinha – PGIROC. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente; Fundação Israel Pinheiro, 2009. 24 p.; il.


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