LEVANTAMENTO PRÉVIO DO GRAU DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL NO RIO PREGUIÇAS

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ambiental

Autores

Fonseca, N.N. (IFMA) ; Freitas, A.S. (IFMA) ; Rangel, J.H.G. (IFMA) ; Raiol da Silva, M. (IFMA) ; Karinny Silva, L. (IFMA)

Resumo

O presente trabalho buscou avaliar a água do Rio Preguiças através de análises in loco e no laboratório, tanto físico-química quanto microbilogicamente, com a finalidade de identificar o seu grau de contaminação, visto que vem sendo muito pouco investigado no que diz respeito aos impactos gerados de sua exploração. Foram feitas avaliação da qualidade microbiológica por meio da metodologia de tubos múltiplos para determinação de coliformes totais e termotolerantes, e ainda análises físico-químicas tais como: medição de pH, Temperatura, Condutividade elétrica e cromatografia de íons. Os resultados foram comparados aos parâmetros descritos nas resoluções CONAMA 274/2000 e 357/2005 e apontaram para conformidade com a maioria dos parâmetros dando inícios de boa qualidade.

Palavras chaves

Qualidade da Água; análise físico-química; perfil microbiológico

Introdução

O Rio Preguiças cuja foz, constitui-se em uma área de proteção ambiental, corta o município de Barreirinhas e além de ponto turístico, é o meio de vida e subsistência da maioria da população, fonte de alimento e recursos hídricos(GOMES, 2016; NASCIMENTO, 2001). Essa diversificação no uso da água, quando realizada de forma inadequada, provoca alterações na qualidade da mesma, comprometendo os recursos hídricos e por consequência seus usos para os diversos fins (SOUZA, 2013). A necessidade do monitoramento deve-se ao fato de possíveis mudanças em algumas características da água que podem ocorrer com o tempo ou devido a condições externas que possam vir a contaminar o manancial com substâncias tóxicas, sal, ou bactérias (MOUCHREK,2005). O Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA, no uso de suas competências considerou que o enquadramento dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade (CONAMA 357/2005). Visto que o estuário do rio Preguiças vem sendo muito pouco investigado no que diz respeito aos impactos gerados de sua exploração, seja do turismo, ou de atividades inerentes da região, e que há uma grande lacuna de conhecimento científico neste sentido, a avaliação prévia do grau de contaminação ambiental se fez necessária. A forma de avaliação dessa qualidade foi feita por meio de análises físico- químicas e microbiológicas realizadas in loco e no laboratório no período chuvoso (Maio/16) e comparados os resultados aos parâmetros descritos nas resoluções CONAMA 274/2000 e 357/2005, o que contribuirá para um levantamento da atual situação da bacia desse rio.

Material e métodos

A amostragem foi realizada em 28 de maio de 2016, em três pontos distintos do Rio Preguiças, que são respectivamente: Povoado Marcelinho- P1(02°48'05.2''S 042°52'14,5''W), Povoado Boa Vista-P2 (02°43'53.6''S 042°46'49.8''W) e proximidades de Vassouras-P3 (02°41'55.7''S 042°43'12.2''W). Foi verificado o pH e temperatura da água em potenciômetro de campo (Hanna HI9126); temperatura ambiental e umidade relativa (in loco) em um medidor de estresse térmico e, a transparência da água, com disco de Secchi. A quantificação dos íons nitrato, nitrito, cloreto, fluoreto, sulfato e sódio, realizou-se em um Sistema de Cromatografia Iônica (DIONEX ICS-5000- DUAL, Thermo Scientific), nas condições analíticas específicas para ânions (Coluna: Thermo Scientific IonPac AS19, 2x250mm/AG19 2x50mm; Vazão: 0,35mL/min; Temperatura: 30°C; Detecção: Condutividade com supressão auto-regenerativa, ASRS-2mm, 35mA; Volume de injeção: 10µL; Gradiente: Gerado in situ através de cartucho Thermo Scientific Dionex EGC-KOH III) e cátions (Coluna: Thermo Scientific IonPac CS12A, 2x250mm/CG12A 2x50mm; Vazão: 0,25mL/min; Temperatura: 30°C; Detecção: Condutividade com supressão auto-regenerativa, CSRS_2mm,15mA; Volume de injeção: 10µL; Gradiente: Gerado in situ através de cartucho Thermo Scientific Dionex EGC-MAS). Os teores de oxigênio dissolvido foi verificado com um oxímetro (Instrutherm MO900), e a condutividade, através de condutivímetro (ION COM-500). Para análise microbiológica utilizou-se a técnica dos tubos múltiplos para a determinação do NMP/100mL de coliformes termotolerantes, método recomendado pelo Standard Methods for the Examination of waterand Wastewater- APHA/American Public Health Association (1992). O resultado obtido foi comparado às resoluções CONAMA 274/00 e 357/05.

Resultado e discussão

Através da profundidade de Secchi dada em metros (m), conforme Tabela 1, pôde-se fazer uma relação com a turbidez, pois quanto maior a quantidade de material em suspensão presente, maior será a turbidez e, consequentemente, menor será a transparência (PORTO, 2010). A faixa de condutividade para rios de água doce é de 0-800µS/cm, água do rio marginal de 800 a 1600µS/cm e água salobra de 1600 a 4800µS/cm (AGSOLVE, 2013). Alterações significativas na condutividade pode indicar que uma descarga ou alguma outra fonte de contaminação tenha entrado no corpo hídrico. Neste sentido podem-se observar na Tabela 1 valores dentro da faixa de água doce para amostras dos pontos P1 e P2, e amostras do ponto P3 na faixa de águas salobras. Na Tabela 2 fica clara essa mudança na classificação da água devido à grande concentração de sódio no ponto P3 do rio, evidenciando-se que este encontra-se próximo ao encontro com o mar. No momento das coletas foi verificado o pH das amostras. Os valores obtidos (Tabela 1) comparados à resolução CONAMA n°357/2005 revelam inconformidade na maioria das amostras quanto à potabilidade. (BRASIL, 2005). O oxigênio dissolvido (OD) foi verificado em laboratório e de acordo com a legislação sendo que duas amostras ficaram abaixo do parâmetro. A cromatografia de íons (DIONEX ICS-5000- DUAL, Thermo Scientific) revelou apenas dois parâmetros não conformes de acordo com a resolução CONAMA n °357/2005, para Nitrito e Fluoreto (Tabela 2). O resultado das análises microbiológicas conforme Tabela 3, revelaram um indício de alta qualidade para as águas superficiais conforme os parâmetros das resoluções CONAMA 274/2000 e 357/2005.

Tabela 1

Análises físico-químicas

Tabelas 2 e 3

Tabela 2 - Cromatografia de íons (mg/L); Tabela 3 - NMP/100mL para Coliformes

Conclusões

Os resultados obtidos dos parâmetros verificados contribuirão para um levantamento da atual situação do rio Preguiças, que com um acompanhamento desses parâmetros será possível caracterizar o grau de contaminação bem como desenvolver ações para conservação da fauna e flora aquática e da qualidade dessas águas.

Agradecimentos

Ao Departamento Acadêmico de Química do IFMA-Campus Monte Castelo e ao CNPq pelo apoio profissional e financeiro para o desenvolvimento deste trabalho.

Referências

AGSOLVE, Como e porque medir a Condutividade Elétrica com sondas muiltiparâmetros? Disponível em: < https://www.agsolve.com.br/dicas-e-solucoes/como-e-porque-medir-a-condutividade-eletrica-com-sondas-muiltiparametros>. Acesso em: 25 de jul. 2016. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 18 ed. Washington/D.C: APHA/AWWA/WEF.1992. BRASIL, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 274, de 29 de novembro de 2000. Disponível em:<www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27400.html>. Acesso em: 20 de jul. 2016.______ Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Disponível em: < www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 20 de jul. 2016. GOMES, Elayne. Portal Barreirinhas. Rio Preguiças. Disponível em: < http://portalbarreirinhas.com.br/home/turismo-e-lazer/rio-preguicas.html>. Acesso em: 20 de jul. 2016. MOUCHREK, V. E. F. Analise Físico-química de água. Programa de Controle de Qualidade de Alimentos e Água, Laboratório de Bromatologia. São Luís: UFMA, 2005. NASCIMENTO, M. N. Geografia do Maranhão, São Paulo: FTD, 2001. PORTO, Luiz Augusto da Costa. Protocolo das Aulas Práticas de Limnologia. Goiânia: UCG, 2010. Disponível em: <http://www2.unifap.br/alexandresantiago/files/2012/ 10/Protocolo-das-aulas-r%C3%A1ticas-de-Limnologia.pdf>. Acesso em: 25 de jul. 2016. SOUZA, Juliana Rosa de; et al. Importância da Qualidade da Água e os seus Múltiplos Usos: Caso Rio Almada, Sul da Bahia, Brasil. Fortaleza: REDE, 2013.

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