AS DINÂMICAS DE JOGO COMO FORMAS DE APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS DE QUÍMICA ORGÂNICA NO ENSINO MÉDIO: Uma análise sobre a interação do aluno com formas lúdicas de aprendizagem.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Costa, A.R.C. (IFMA) ; Azevedo, E. (IFMA) ; Matos, J.M. (IFMA) ; Marques, G.N. (IFMA) ; Melo, A.L.M. (IFMA) ; Costa, A.C. (CENTRO DE ENSINO PROFª MARGARIDA PIRES LEAL) ; Teixeira, E.J.N. (IFMA)

Resumo

Mediante às dificuldades de aprendizagem dos conteúdos de química orgânica no ensino médio, é necessário que os professores desenvolvam ou utilizem mecanismos que proporcionem a compreensão dos alunos. Com base nas observações realizadas em uma escola pública de são luís – MA, foi desenvolvido um jogo de cartas que, inclusive, abordou conteúdos frequentes do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com o objetivo de entender como os alunos se comportam diante da utilização de ferramentas lúdicas de aprendizagem. Ao analisar esta aplicação, percebe-se uma satisfação causada nos participantes envolvidos, de forma geral e individual, uma melhora significativa na interação professor-aluno, bem como uma autoanálise qualitativa por parte dos alunos diante dos conteúdos ministrados em sala de aula.

Palavras chaves

Ensino de química; Química orgânica; ENEM

Introdução

Atualmente a busca por metodologias de ensino que ajudem os alunos a entender de forma pratica, rápida e efetiva passou a ser um desafio à competência do docente. Essa procura geralmente perpassa pelas ferramentas lúdicas de ensino-aprendizagem. A utilização de métodos lúdicos não é nova, mas é pouco utilizada. Segundo Cunha (2011), um dos principais objetos lúdicos utilizados, os jogos, estão mais presentes no ensino de matemática, biologia e química, e, para o autor, os jogos propiciam aos alunos formas diferentes de aprendizagem, além de uma ampla maneira de entender um mesmo conteúdo. São diversos os fatores que influenciam na decisão do professor de utilizar uma determinada ferramenta lúdica de aprendizagem, o mais comum ainda é o desinteresse do aluno na disciplina. Muitas vezes os discentes sentem dificuldades nas disciplinas porque falta contextualização e interdisciplinaridade na forma como os conteúdos são abordados. Para Silva (2011), boa parte dos professores não estão dispostos a alternar a forma como suas aulas são ensinadas, buscando inserir metodologias mais atraentes à forma tradicional. É importante que o professor procure mecanismos que possam ajudar na aprendizagem dos alunos, levando em consideração a efetividade dessa ferramenta para o maior número possível de alunos. Entretanto, de nada vai adiantar mudar a forma de ensino, utilizando uma abordagem lúdica, se o professor não organizar objetivos claros e consistente quanto ao que ele deseja atingir com o jogo e os resultados que espera dos seus alunos. Apesar da educação no Brasil ser fundamentada em práticas pedagógicas de origem secular, experimentar novas formas de ensino pode, sem dúvidas, refletir positivamente tanto na aprendizagem dos alunos quanto no aperfeiçoamento de práticas docentes.

Material e métodos

Para o desenvolvimento desse trabalho, utilizou-se como método de coleta de dados a observação sistemática das aulas de química orgânica, aplicação de questionários antes, durante e após a utilização do jogo, entrevista com a professora e a análise da aplicação do jogo desenvolvido com base nos conteúdos iniciais da disciplina de acordo com o livro didático adotado pela escola. O jogo consiste em perguntas dispostas em níveis diferentes (fácil, intermediário e difícil), cujo tempo de resposta variava de acordo com a categoria da pergunta, sendo respectivamente trinta segundos, um minuto e um minuto e meio. Dispostas em cartas, essas perguntas eram acionadas à medida em que o aluno escolhia o nível desejado. Caso houvesse erro na resposta dos alunos, ocorria uma breve explicação a cerca do conteúdo embutido nas perguntas. O objetivo do jogo era ajudar na compreensão dos alunos em temas como: classes funcionais, hidrocarbonetos, isomeria e nomenclatura de compostos orgânicos.

Resultado e discussão

Durante a aplicação do jogo, os alunos apresentaram grande interesse em participar, pois, o jogo propiciou uma competição agradável, trouxe uma nova concepção do conteúdo visto em sala de aula, bem menos comprometida com a forma tradicionalista utilizada durante as observações em sala. Diante dos obstáculos para alcançarem a aprendizagem, os alunos puderam perceber que é possível aprender de maneira dinâmica. Fato que chamou atenção, foi a forma como alguns alunos ainda encaram a utilização de jogos em sala de aula, que ficou evidente na fala de um dos alunos antes da aplicação do jogo, quando mencionou que jogo era coisa de criança, ou seja brincadeira. Nos questionários foi possível perceber como o jogo é importante pra pratica docente, um aluno destacou: “era preciso ter toda semana um jogo desse, fica mais fácil aprender para o ENEM” (Exame Nacional do Ensino Médio). Para a professora, o jogo foi um diferencial, pois motivou os alunos a interagir com a disciplina, o que frequentemente não acontece. Sem ressaltar que o jogo, como uma característica positiva, levou o aluno à descobrir-lembrar- encontrar a resposta correta ainda que o grupo errasse, que acontecia por meio de indagação e discussão em equipe.

Conclusões

O uso de metodologias lúdicas como o jogo em sala de aula, auxilia no estímulo do aluno a buscar respostas, mesmo que este não seja tão participativo em sala de aula, bem como proporciona bem estar e gera uma interação professor-aluno ainda mais eficaz, evidenciando o papel fundamental de mediador que o professor deve desempenhar. O sucesso na aprendizagem em sala de aula depende de dois principais fatores: professores inquietos por novas metodologias afim de aproximar seus alunos ao conteúdo que irão ministrar, e alunos que nunca estejam saciados com o conhecimento apresentado em sala de aula

Agradecimentos

Referências

CUNHA, M.B.; COSTA BEBER, S.; FIORESI, C.A.; LAYTER, M. e SILVA, V.M. Jogos na educação química: algumas considerações. In: ENCONTRO PAULISTA DE PESQUISA EM ENSINO DE QUÍMICA, 6, 2011. Atas... São Carlos, 2011.

SILVA, Airton Marques Da. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. RQI, 731, p 7-14, 2º trimestre. 2011.

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