Experimentação em química forense para alunos de ensino médio, proposta diferenciada de ensino.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Jonnys Feitosa da Silva, H. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPA) ; Amilton Santos da Costa Junior, J. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPA) ; Matheus Sanches Araújo, I. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPA)

Resumo

A ciência forense é uma área interdisciplinar onde são trabalhadas as mais diversas áreas do conhecimento, e quando inserida no processo educacional, torna-se uma importante ferramenta de divulgação da ciência em geral. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo proporcionar o estímulo à curiosidade dos discentes pelo conteúdo de química por meio de métodos didáticos com a abordagem da química forense, através de uma aula expositiva aplicada ao experimento forense de identificação de sangue com materiais alternativos. De acordo com os resultados houve o estímulo da curiosidade epistemológica dos discentes que no momento fizeram várias perguntas a respeito dos conceitos abordados. Alcançando o desafio de proporcionar o incentivo ao interesse dos estudantes no conteúdo de química.

Palavras chaves

Experimentação; Ciências forense; Química

Introdução

A ciência forense é uma área interdisciplinar onde são trabalhadas as mais diversas áreas do conhecimento como física, química, matemática e biologia e disciplinas mas complexas como farmácia e engenharias. (CRUZ et al., 2016). A química forense utiliza téc-nicas e conceitos químicos para investigar a contribuição de determinados fatores na realização de delitos de modo a fornecer significativa colaboração à ciência forense. (ROSA, SILVA E GALVAN, 2014, p.02). Temos uma proposta inovadora para se trabalhar em escolas de ensino médio onde em especial teremos maior envolvimento com a química pouco abordada, assim ampliando a diversidade de atividades de ensino que são oferecidas para propor¬cionar o estímulo à curiosidade, à criatividade e à busca por carreiras científicas e tecnológicas. (SEBASTIANE, PIZZATO e PINO, 2012). Pois a ciência forense, quando inserida no processo educacional, torna-se uma importante ferramenta de divulgação da ciência em geral, obtendo-se, com isso, a descentralização desejada para que esta se estenda além dos limites escolares. (ROSA, SILVA E GALVAN, 2014, p.01) O presente trabalho tem como objetivo proporcionar o estímulo à curiosidade dos discentes pelo conteúdo de química, por meio de métodos didáticos com a abordagem da química forense, mostrando atividades experimentais que abordam o tema desencadeador, podendo assim ser utilizado como uma proposta diferenciada de ensino para que o estudante entenda os métodos utilizados nas investigações criminais.

Material e métodos

A execução da prática ocorreu em uma Escola Estadual localizada na região central de Macapá em uma turma de segundo ano do ensino médio para 25 alunos. Inicialmente foi passado um questionário com perguntas relacionadas à temática para a obtenção dos conhecimentos prévios dos discentes. Posteriormente por meio de uma aula teórica foi feito um breve histórico da química forense e suas técnicas. Foram abordados conceitos químicos, como solubilidade, ligações químicas, reações de oxidação e redução, entre outros conteúdos pertinentes à ciência. Aos estudantes foram apresentados alguns casos reais de delitos e suas respectivas analises e os conhecimentos químicos envolvidos, com o intuito de atrair a atenção dos alunos. Por exemplo, o caso do ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson. Existiu uma acusação contra ele de duplo homicídio de sua ex-mulher e amigo, respectivamente. Na investigação os policiais encontraram na residência do jogador pistas: manchas de sangue em seu carro, nas suas meias e no chão do jardim. Exames de DNA comprovaram que esse sangue era das vítimas (CHEMELLO, 2007). Em seguida perante os alunos foi feito um experimento no laboratório, em que foi preparado o reagente de Kastle Meyer usado por peritos para a detecção de sinais de sangue. Este é um indicador que pode mudar de cor e que sinaliza a oxidação catalisada pela hemoglobina. (Bruni et al., 2012). Para ilustrar essa mudança de coloração, reagimos o indicador com uma solução de hidróxido de sódio que adquiriu uma cor avermelhada e em seguida com pó de zinco metálico, que gerou o desaparecimento da cor vermelha. No terceiro momento houve aplicação do conhecimento com a distribuição de um segundo questionário para analisarmos os resultados da aula.

Resultado e discussão

O primeiro momento teve como objetivo analisarmos os saberes prévios dos 25 discentes, que foram questionados se já haviam ouvido falar em química forense, se sim, por qual meio obtiveram essa informação? De acordo com os resultados verificou-se que 17 pessoas (68%) responderam que sim e 8 (32%) que não. Dos que responderam sim, 15 (88%) descreveram que tomaram conhecimento por meio de séries de televisão e os outros 2 (12%) por meio de telejornais e revistas. A segunda pergunta qual a relação da química forense com a química que você estuda em sala de aula? Explique sua resposta! 4 estudantes (16%) responderam que não se relacionam, 11(44%) responderam tudo, porém sem explicar o porquê e 10 (40%) responderam que não sabem. No momento da aula expositiva, o simples fato de relacionar os conteúdos de química á casos reais de delitos gerou nos discentes uma curiosidade que no momento fizeram várias perguntas a respeito. Igualmente na parte experimental em que os mesmos indagaram o porquê a solução ficou avermelhada. O questionário final veio com as perguntas “Em uma escala de 1 a 4 quanto esse momento contribuiu para seu aprendizado? (Sendo 1 ‘pouco’ e 4 ‘muito’)” e o que eles mais e menos gostaram na aula, 2 responderam a opção 2 (8%); 4 responderam a opção 3 (16%) e 19 responderam a opção 4 (76%). Descreveram que o que mais gostaram foi a maneira como o conteúdo foi ministrado, porém 3 (17%) citaram com desgosto a parte em que os conceitos científicos na aula expositiva foram apresentadas com ênfase nas reações de oxidação e redução. Através destes resultados foi avaliado que o projeto realizado contribuiu com o aprendizado de boa parte dos participantes, com isso, o desafio de proporcionar o estímulo à curiosidade dos alunos no conteúdo de química foi cumprido.

Conclusões

A proposta de ensino, mostrou-se significativa e eficaz para a aprendizagem dos conteúdos abordados, beneficiando o desenvolvimento da curiosidade epistemológica, essencial para a o conhecimento crítico. A contextualização e a interdisciplinaridade da ciência forense, por meio da experimentação, tornaram o conteúdo menos teórico e motivou a participação dos discentes. Revelando que o tema obteve aprovação entre os alunos que, por sua vez, mostraram-se instigados a saber mais a respeito do tema.

Agradecimentos

A todos qυе direta оυ indiretamente ajudaram na realização deste trabalho

Referências

BRUNI, A.T.; ANTONIO VELHO, J.; OLIVEIRA, M.F. (Orgs.). Fundamentos de química forense – uma análise prática da química que soluciona crimes. São Paulo, Millennium, 2012.

CHEMELLO, E. Ciência forense: manchas de sangue. Química virtual, p. 09-10, jan. 2007.

CRUZ, Antonio. A. C. et al. “A Ciência Forense no Ensino de Química por Meio da Experimentação Investigativa e Lúdica.” A Ciência Forense no Ensino de Química, 03 de Maio de 2016, p.01.

ROSA, Mauricio Ferreira da, Priscila Sabino da SILVA, e Francielli De Bona GALVAN. “Ciência Forense no Ensino de Química por Meio da Experimentação.” Química nova na escola, 2014, p.01-01.

SEBASTIANE, Ana Paula, Michelle Camara PIZZATO, e José Cláudio Del PINO. “The use of Forensic Science and Criminal Investigation as a teaching.” didáctica de la química, Novembro, 2012, p.02-02.

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