Teatro de Química: método facilitador do estudo dos ácidos valorizando a cultura regional em uma escola pública do 1º ano do ensino médio

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Andrade, L.G. (UEA) ; Lima, A.V. (UEA) ; Lima, P.V. (UEA) ; Glória, A.S. (UEA) ; Machado, A.J. (UEA) ; Eleutério, C.M.S. (UEA)

Resumo

Esta experiência foi desenvolvida no primeiro ano do ensino médio, na Escola Estadual Dom Gino Malvestio na cidade de Parintins-AM e contou com quatro alunos do Programa de Iniciação a docência PIBID, professor supervisor e coordenador. O trabalho teve o intuito de estimular o estudo dos ácidos e incentivar a valorização da cultura regional por meio de um teatro abordando os seguintes temas a produção de farinha, tucupi, maniçoba, tacacá, comida típicas da região dialogando saberes regionais com saberes científico. Por meio do teatro foi perceptível à assimilação do conteúdo pelos alunos, também foi possível contextualizar a importância da cultura regional nas aulas de química tornando a disciplina mais atrativa.

Palavras chaves

Cultura Regional ; Estudo dos ácidos; Teatro

Introdução

As aulas tradicionais de química que usa como recurso didático pincel, quadro branco e o discurso do professor muitas vezes são pouco produtivos. Segundo Freire (1998), ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Com isso, os professores buscam novas metodologias para atrair a atenção dos alunos, e os trabalhos lúdicos são as ferramentas que ajudam a despertar o interesse e a efetiva participação nas aulas, como exemplo o teatro que favorece a aprendizagem. O teatro ensina os estudantes a trabalhar e grupo, desenvolve uma maior conectividade com o assunto abordado por meio da interpretação e linguagem utilizada. De acordo com Neto (2016), o teatro vem contribuindo muito com o ensino, pois, desperta novas possibilidades criativas e reflexivas nos alunos. O uso de metodologias alternativos da região Amazônica vislumbrar o ensino da Química de forma diferenciada, pois, promove a valorização da cultura regional. Segundo Policarpo e Steinle (2009), os recursos alternativos utilizados como estratégias ou metodologia de ensino viabilizam a efetivação de uma aprendizagem ativa, interativa, dialógica e significativa. Com isso, trabalhar questões voltadas para Amazônia possibilita aos alunos uma forma de conhecer a Química de maneira diferente. Porém, uma das maiores preocupações dos professores de química é estabelecer uma relação entre a linguagem científica com o cotidiano dos alunos da região Amazônica, e devido à biodiversidade dessa região, nos levou ao desenvolvimento de uma metodologia de ensino que possibilitou o diálogo entre os saberes tradicionais e saberes escolares utilizando o teatro como método facilitador do estudo dos ácidos utilizando elementos do dia-a-dia dos alunos.

Material e métodos

Esta experiência do tetro de química realizada na Escola Estadual Dom Gino Malvestio na cidade de Parintins-AM, envolveu um professor, um coordenador e quatro acadêmicos do Curso de Química pertencente ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). O trabalho foi desenvolvido com 60 alunos do 1º Ano do Ensino Médio com o intuito de estimular o estudo dos ácidos e incentivar na valorização da cultura regional. O teatro foi produzido em duas semanas com o auxílio dos alunos, o principal tema abordado foi sobre a produção da farinha, tucupi, maniçoba, tacacá, comida típicas da região entre outros alimentos locais, discutindo os ácidos presentes, suas consequências e fórmulas, com adaptações de algumas falas utilizando linguagem local. Iniciou-se com pequenos ensaios, onde se escolheu os principais personagens, cada um tinha um papel e todos tinham falas. Foram duas peças diferentes, uma em cada sala, visto que em cada uma havia trinta alunos. Por meio do teatro e dos ensaios os alunos começavam a abordar conteúdos de química como os ácidos presentes no cotidiano além de exaltarem a cultura local mostrando a sua importância e valorização. A cada ensaio se obtinha novas experiências, não só de adquirir conhecimentos químicos ou regionais, mas também ajudando na proatividade e na oratória dos alunos além na socialização saudável entre eles. Foram realizados dez ensaios em cada sala. E o teatro ocorreu na escola em uma semana cultural. Ao término no teatro foi realizado um questionário para saber se os alunos haviam gostado e aprendido algo por meio das peças.

Resultado e discussão

Os resultados do teatro mostraram-se satisfatórios e atenderam aos objetivos propostos: Reconhecimento e assimilação do conteúdo ácido, valorização da cultura local da Amazônia e auxiliar na proatividade dos alunos, visto que muitos dos participantes do teatro a princípio eram bem tímidos e ao logo dos ensaios foram se socializando e tornaram-se mais comunicativos. Como consequência da satisfação dos alunos foi possível fazer uma avaliação positiva com base no teatro. O questionário realizado ao término no teatro mostrou que 95% dos alunos concordavam plenamente com a inserção do teatro para auxiliar o ensino de química e 5% concordaram parcialmente. 90% conseguiram assimilar o conceito de ácidos durante o teatro, apenas 10% não conseguiram. E 100% concordaram plenamente que por meio do teatro foi possível perceber o quanto é importante valorizar a cultura da região amazônica. Diante desses dados foi possível verificar que o teatro inserido na disciplina de química foi muito aceito e realmente foi significativo para que os alunos compreendessem os conteúdos abordados na peça.

Conclusões

Por meio do tetro foi possível mostrar a importância de vincular as aulas de química para incentivar a valorização da cultura da região, ajudar na comunicação dos alunos e inserir o conteúdo de ácidos para com que os alunos consigam assimilar esses assuntos de forma mais fácil possível. Tudo isso de maneira contextualizada, mais descontraída e divertida, pois, não se concebe mais que as aulas de química sejam ministradas como antigamente onde se exigia a memorização dos conteúdos.

Agradecimentos

Ao Programa institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); À Escola Estadual Dom Gino Malvestio; À Coordenação do Curso de Licenciatura em Química.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança:um reencontro coma pedagogia do
oprimido. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
NETO, Sthefanny de Almeida. O uso do Teatro como método de Ensino de Química. Campos dos Goytacazes - RJ - Janeiro – 2016.
POLICARPO, Ivani; STEINLE, Marlizete. Contribuições dos recursos alternativos para a prática pedagógica. Cornélio Procópio-PR. 2009. Disponível: http://www.dia adiaeducação.pr.gov.br/.../2345-8.pdf.> Acesso em: 10 agosto 2016.

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