A IMPORTÂNCIA DAS AULAS EXPERIMENTAIS:Observações das aulas de Instrumentação do Ensino de Química

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Sousa, S, P. (IFMT) ; Sousa, J.P. (IFMT) ; Alves, T, A.C. (IFMT) ; Leão, F, M. (IFMT)

Resumo

O uso de atividades experimentais no ensino de química é imprescindível, devido oportunizar aos estudantes conceituarem, de formar clara e objetiva, conteúdos teóricos e relacioná-los ao seu cotidiano. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo relatar como a utilização das atividades experimentais pode contribuir na compreensão dos conceitos químicos. Assim, observou-se as aulas da Disciplina de Instrumentação do Ensino de Química, ocorridas em julho de 2016, do Curso de Especialização no Ensino de Ciências, oferecido pelo IFMT – campus Confresa. No decorrer dessas aulas, foi proporcionado a 48 pós-graduandos a aplicação prática de conteúdos teóricos por meio de 14 atividades experimentais. E ainda listas de materiais, reagentes e equipamentos alternativos.

Palavras chaves

Experimentação; Ensino de Química; Materiais alternativos

Introdução

A Química pode ser compreendida como o estudo da constituição, das características e da transformação da matéria. Diversas pesquisas e estudos demonstram que o Ensino de Química em sua maioria, é um estudo teórico, clássico, com foco na memorização e reprodução de expressões e cálculos, inteiramente desligados do cotidiano e da realidade dos estudantes. Nessa circunstância, a química escolar estudada de maneira descontextualizada, torna-se uma disciplina entediante e enfadonha. É indiscutível que as atividades experimentais instigam e despertam o interesse dos estudantes de diferentes níveis de escolarização. As aulas práticas têm um caráter motivador e lúdico que amplia a capacidade de aprendizado, pois funciona como forma de envolver o estudante nos assuntos em estudo. Segundo Cardoso; Colinvaux (2000, p. 401), o estudo da disciplina da química pode ser obtido a partir do dia-a-dia do aluno, possibilitando assim, ao indivíduo a aquisição de uma visão crítica do ambiente que o cinge, podendo avaliar, entender e empregar estas informações no cotidiano. Assim também defendia Vygotsky (1989), as atividades experimentais instigam a curiosidade, a ação e a segurança do aluno,aperfeiçoando suas capacidades intelectuais e sociais.Diante do exposto, o objetivo desse trabalho é relatar como a utilização das atividades experimentais pode contribuir na compreensão dos conteúdos teóricos e consequentemente um melhor desenvolvimento de ensino aprendizagem. Nesse caso, esse relato de experiência é referente as aulas de Instrumentação no Ensino de Química ocorridas no Curso de Especialização em Ensino de Ciências, onde foram desenvolvidas diversas práticas experimentais, com o intuito que esses pós-graduandos reproduzam com seus estudantes tal aprendizado.

Material e métodos

Esse relato surgiu do desenvolvimento da disciplina de “Instrumentação no Ensino de Química”, ofertada no Curso Lato Sensu em Ensino de Ciências, promovido pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Confresa. Participaram das atividades os 48 pós-graduando regularmente matriculados no curso. As aulas foram ministradas pelos professores Marcelo Franco Leão e Ana Cláudia Tasinaffo Alves, ambos professores efetivos do IFMT Campus Confresa. Inicialmente, os professores oportunizaram um levantamento bibliográfico, a fim de buscar subsídios de importante relevância na área em estudo a partir de uma atividade que possibilitou ter um panorama teórico da disciplina. Posteriormente foram realizadas as experimentações no laboratório de Química Geral da instituição. Nos laboratórios, a turma foi organizada em pequenos grupos, os quais receberam roteiros para a realização das experiências propostas. Foram desenvolvidas as seguintes atividades: densidade; soluções eletrolíticas e não eletrolíticas; indicadores ácido- base; separação de misturas por destilação; teste de chamas; camaleão químico; preparo de soluções; padronização de soluções primárias; estimando a quantidade de energia fornecida por alguns alimentos; coexistência de reagentes e produtos em um mesmo sistema. Em cada atividade foram abordados os conteúdos que poderiam ser trabalhados em seus respectivos níveis de ensino, os objetivos, as potencialidades e as observações a serem consideradas para haver êxito na execução das mesmas. Com o intuito de avaliar o aproveitamento da disciplina, um questionário foi aplicado no final da aula para saber a opiniões dos cursista sobre as atividades práticas desenvolvidas e ainda os materiais teóricos usados.

Resultado e discussão

Pelas atividades experimentais desenvolvidas foi possível conceituar e/ou ampliar os conhecimentos sobre vários conteúdos de química. O objetivo principal foi mostrar que a química estudada experimentalmente descomplica o entendimento do estudante e que pode ser realizada em qualquer escola, ainda que não possua uma estrutura laboratorial. No decorrer das experimentações foi possível perceber que, até mesmo os cursistas que já são professores, demonstraram um aumento significativo no interesse da aula e domínio da química, uma vez que tirou a monotonia da aula. Para finalizar, dos 48 pós- graduando, 32 responderam ao seguinte questionamento: qual sua opiniões sobre as atividades práticas desenvolvidas durante as 40 horas da disciplina de “Instrumentação no Ensino de Química”, 18 pós-graduando, o que corresponde a 56,25% do total, responderam que as atividades práticas foram excelentes, e somente 2 participantes, o que corresponde a 6,25%, responderam regular, percebe-se que a utilização de experimentação no ensino de Química, é de grande eficácia, por ser a Química uma ciência experimental. Os 32 pós-graduandos que participaram do questionário, também deram suas opiniões sobre os materiais teóricos utilizados pelos professores no decorrer da aula, o percentual constatado foi de 46,87% do total, acharam os materiais teóricos usados pelos professores excelentes e, 43,75% responderam que os materiais teóricos usados foram ótimos, com isso, fica evidente que uma aula bem planejada, que traz teoria juntamente com a prática, faz das aulas mais enriquecedoras.

Figura 1:

Práticas realizadas pelos cursistas.

FIGURA 2:

Percentual quantitativo para os conceitos descritivos nos questionários.

Conclusões

Com o intuito de formar professores conscientes da importância da prática para um bom desenvolvimento de ensino aprendizagem nas aulas de química as atividades se encerraram com uma discussão sobre os conhecimentos adquiridos e replicados em sala de aula com os estudantes.Essas atividades são indispensáveis na concepção de ligação entre os entendimentos dos estudantes, em relação aos conceitos científicos de Química. É de suma relevância que os educadores empreguem em suas aulas esses recursos para que o processo ensino aprendizagem se torne mais eficaz.

Agradecimentos

Agradecimento especial ao IFMT Campus Confresa que está proporcionando essa formação continuada de qualidade com o curso de Especialização em Ensino de Ciências.

Referências

CARDOSO, S. P; COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química, Química Nova. Ijuí: Unijuí, v.23, n.3, 2000.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Patrocinadores

CAPES CNPQ FAPESPA

Apoio

IF PARÁ UFPA UEPA CRQ 6ª Região INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SEBRAE PARÁ MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI

Realização

ABQ ABQ Pará