Utilizando o termômetro de iodo para a aprendizagem significativa de conceitos de equilíbrio químico

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Cruz, J. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPA) ; Andrade, E. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Santos, L. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Figueira, A. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ)

Resumo

Temas como reações endotérmicas, exotérmicas e equilíbrio químico são frequentemente vistos com dificuldade por alunos do ensino médio, buscando sanar essas dificuldades, foi realizada uma intervenção por acadêmicas do curso de licenciatura em química do Instituto Federal do Amapá, que teve como objetivo, dar significado aos assuntos, com o auxílio de um experimento realizado com materiais alternativos. Primeiramente foi feito uma sondagem sobre o conhecimento prévio dos alunos acerca do tema e em seguida a intervenção teórica e experimental, no primeiro momento os alunos não mostraram familiaridade com o assunto, mas após a prática cerca de 70% do público discente conseguiu responder aos questionamentos propostos, concebendo a experimentação como ferramenta para dinamizar a aprendizagem.

Palavras chaves

experimentação; aprendizagem; equilíbrio químico

Introdução

Equilíbrio químico é o eixo da físico-química que estuda as reações reversíveis. Ao dizer que um sistema está em equilíbrio, dizemos que há um estado dinâmico, onde vários processos acontecem em mesma velocidade e simultaneamente. (REIS, 2015) Baseado nesses conceitos este trabalho relata a aplicação de um experimento realizado com materias alternativos, no qual utilizou-se o termômetro de Ramette (criador do Termômetro de Iodo), para proporcionar ao aluno a prática em sala de aula, mostrando a relação entre teoria e resultados experimentais. A origem do trabalho experimental nas escolas foi, há mais de cem anos, influenciada pelo trabalho experimental que era desenvolvido nas universidades. Tinha por objetivo melhorar a aprendizagem do conteúdo científico, porque os alunos aprendiam os conteúdos, mas não sabiam aplicá- los. Passado todo esse tempo, o problema continua presente no ensino de Ciências (Izquierdo, Sanmartí e Espinet, 1999). A ênfase dada à prática no ensino de ciências não é atual, porém é frequente a exclusão dessa metodologia na realidade docente, segundo CALDEIRA (2005) a distância que separa a teoria pedagógica da prática é efetiva nas aulas da referida disciplina. Isto se dá devido a entraves encontrados por professores, como a falta de materiais, de laboratórios, tempo para planejamento de atividades mais complexas e em alguns casos até pelo de desinteresse docente. Para mudar esse quadro é necessário empenho de alunos e professores e fazer uso de materiais alternativos além de tornar a prática mais acessível, promovem uma aprendizagem dinâmica.

Material e métodos

Para a realização do experimento utilizou-se: Tintura de Iodo,Água oxigenada vol.10, Vinagre, Água, Gelo, Cola de vidro, Colher, Recipientes de plástico, Elenmeyers, Garrafa térmica. A intervenção foi realizada em uma escola pública do estado do Amapá com uma turma 3º ano do ensino médio. Inicialmente foi realizada uma explanação teórica, relembrando assuntos que os alunos costumam ver no 2º ano do ensino médio, e realizando uma sondagem sobre o conhecimento dos alunos a respeito do tema. Após a explanação teórica foi realizada a exposição do experimento e posteriormente aplicado um questionário com questões abertas. A prática seguiu os seguintes passos: Colocou-se água e gelo em um dos recipientes de plástico e adicionou-se em um erlenmeyer 2 colheres de tintura de iodo, 3 colheres de vinagre e 4 colheres de água oxigenada, feito isso, vedou-se o erlenmeyer e este foi posto em contato com o gelo presente no recipiente. Foi solicitado que os alunos realizassem anotações sobre as mudanças observadas. Após a observação da formação dos cristais de Iodo, retirou-se o lacre e colocou-se o segundo erlenmeyer em contado com o primeiro com o auxílio da fita isolante, certificando-se de que o sistema estava fechado colocou-se uma quantidade de gelo em um saco plástico e o dispôs em contato com o segundo erlenmeyer, permanecendo por alguns minutos. Após isso separou-se os erlenmeyers, isolando aquele com maior quantidade de cristais, vedando com auxílio de fita e posicionando em contato com água previamente aquecida. Resultando em uma coloração violeta, logo depois este foi posto em contato com o gelo, apresentando a perda da coloração e a formação de cristais de iodo, nesse momento foi retomada a temática sobre reações reversíveis e também o conceito de ressublimação.

Resultado e discussão

Primeiramente, a partir dos questionários, pode-se perceber que, para todos os alunos, a aula experimental é um ótimo auxílio na compreensão dos assuntos, mesmo para aqueles que não gostam de Química, de acordo com o questionário, 56,5% dos alunos não tem simpatia com a disciplina. Com o intuito de medir o quanto os experimentos tinham ajudado na compreensão dos alunos, duas perguntas de cunho teórico foram feitas. A primeira, para testar os conhecimentos dos alunos sobre mudança de estado físico e a segunda avalia a percepção dos alunos em relação ao experimento, 87% dos alunos acertaram a primeira e 95,3% acertaram a segunda. Além disso, foi aplicado um exercício sobre equilíbrio químico, estritamente teórico. Como se vê na figura1, 100% dos alunos acertaram a primeira questão. No mais, com exceção da quinta questão, em todas as questões o desempenho foi maior que 70%. Com esses resultados, percebe-se que os experimentos, juntamente com as aulas teóricas, são ótimos para a melhor compreensão do aluno em relação ao assunto. A partir do momento em que eles veem a química acontecendo, o conteúdo fica mais esclarecido, despertando em si sua curiosidade. Segundo QUEIROZ(2004), trabalhar com as substâncias, aprender a observar um experimento cientificamente, visualizar de forma que cada aluno descreva o que observou durante a reação, isto sim leva a um conhecimento definido.

figura 1

Quantitativo de erros e acertos do exercício

Conclusões

A disciplina de química possui muitas possibilidades de experimentação, porém é comum se trabalhar em sala apenas aspectos teóricos, fazendo os alunos acreditarem que o tema abordado não possui relação com sua realidade. A utilização do experimento apresentou bons resultados, isso ilustra que a experimentação como ferramenta pedagógica deve ser rotineira em escolas, já que desperta o interesse do educando, além de mostrar na prática a utilidade dos temas abordados, o experimento provoca questionamentos no aluno, fazendo com que a aula tenha seus objetivos alcançados mais facilmente.

Agradecimentos

Agradecemos á Deus, por nos conceder energia para a realização desse trabalho.

Referências

CALDEIRA, A.M.A. Semiótica e a relação pensamento e linguagem no ensino de ciências naturais. Tese (livre Docência) Faculdade de Ciências. Unesp. Bauru, 2005.

IZQUIERDO, M; SANMARTÍ, N; ESPINET, M. Fundamentación y diseño de lãs práctica escolares de ciencias experimentales. Enseñanza de las Ciencias, v. 17,n.1, p. 45-60,1999.

QUEIROZ, S. L. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química.Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, 2004.

REIS, M. Química. Ed. Ática. 1º ed. São Paulo. Vol. 2, 2015.

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