A experimentação como agente facilitador para o ensino de Química.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Lueny de Moura Fé, M. (IFPI) ; Elizangela dos Santos, M. (IFPI) ; Maycon Santos Araujo, J. (IFPI) ; Barros Sousa, E. (IFPI) ; de Sousa Lima, G. (IFPI) ; D'arcc de Sousa Silva, J. (IFPI) ; Carla Alves da Silva, A. (IFPI) ; Roberto Assunção Cardoso, J. (IFPI)

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar a importância das atividades experimentais como estratégia didática essencial para uma aprendizagem significativa no ensino de química, ao qual realizou-se na Unidade Escolar Landri Sales de Picos- PI, através da Feira de experimentos de Química (FEQ), expondo experiências, utilizando-se produtos do dia a dia, como repolho roxo, suco de laranja, limões, etc. Após a exposição de cada experimento aplicou-se uma avaliação a cada turma, com o intuito de investigar se ocorreu assimilação do conteúdo. Os resultados mostram que os alunos conseguiram entender o conteúdo aplicado a cada turma e observou-se uma grande aceitação sobre o uso da atividade experimental que contribuiu como facilitador para a aprendizagem dos conceitos de Química com elementos do cotidiano do aluno.

Palavras chaves

ATIVIDADE EXPERIMENTAL; APRENDIZAGEM; FEIRA DE QUÍMICA

Introdução

Os alunos geralmente possuem grande dificuldades em química, com assimilação de conceitos e fórmulas. Cabe ao professor entender como o aluno pensa e aprende, para facilitar a construção do sentido por parte do discente. Portanto, é necessário um diálogo prévio entre professor e aluno, porque dessa forma será possível traçar planos de ensino que se adequem a cada turma. Para Ausubel, aprendizagem significativa acontece quando aquilo que estamos aprendendo se conecta, se relaciona com algo que já aprendemos antes, é como se já tivéssemos dentro de nós, alguma coisa que ao receber essa nova aprendizagem faz com que ela ganhe sentido, faz com que ela nos seja familiar. Nesse sentindo, a experimentação surge como uma nova metodologia de ensino que o professor pode usar para motivar e chamar a atenção do aluno para a disciplina. Segundo Izquierdo, Sanmartí e Espinet (1999), a experimentação na escola pode ter diversas funções como a de ilustrar um princípio, desenvolver atividades práticas, testar hipóteses ou como investigação. Desse modo, admite- se que é preciso repensar o ensino de química nas escolas, visto que as aulas experimentais são capazes de contribuir no aprendizado do aluno.De acordo com Santos (2005, p.32-33), “A teoria é necessária e nos ajuda muito, mas por si só não fornece os critérios suficientes para estarmos seguros de agir com acerto”. Portanto, é necessário mudar a visão da química dentro da escola, para isso é preciso dialogar com o aluno acerca das suas dificuldades, para alinhas percepções de forma que todos assimilem os conteúdos e para isso faz- se o uso das aulas práticas.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada na Unidade Escolar Landri Sales, localizada na rua Monsenhor Hipólito, na cidade de Picos- PI, durante o ano letivo de 2015. A natureza da pesquisa foi a analise qualitativa com caráter exploratório, buscando descobrir se a utilização de aulas práticas é uma opção satisfatória para o ensino de Química. Participaram do evento alunos do 1 º, 2º e 3º ano do ensino médio, do turno da manhã, cerca de 92 alunos aproximadamente, sendo 32 alunos do primeiro ano, 35 alunos do segundo ano e 25 alunos do terceiro ano. A proposta da feira era trabalhar com os alunos através de experimento conteúdos que já foram ministrados pelos professores ao longo do ano. A experimentação foi realizada em uma sala comum, pois a escola não possui laboratório, os alunos foram divididos por turmas para que cada um observasse a prática referente a sua sala. No primeiro ano o experimento realizado foi a Lâmpada de Lava, que mostra de forma bem interessante o conteúdo de densidade, através de materiais simples como uma garrafa, corante alimentício, óleo de cozinha e comprimidos efervescentes. No segundo ano, foram realizados dois experimentos; a pilha de limão e Indicador ácido- base com repolho roxo, respectivamente para realização dos mesmos foram utilizados limões, moedas, calculadora, fios elétricos com garras, dessa forma trabalhamos o conteúdo de eletroquímica, oxidação e redução, potencial elétrico, e com a prática do indicador ácido-base usando suco de laranja, sabão em pó, ovo, vinagre, suco de limão, sal e extrato de repolho roxo como indicador ácido-base natural, referente ao conteúdo de ácidos, bases e pH. Na turma do terceiro ano foi efetuado o derretimento de isopor, com produtos de fácil acesso, como acetona, água raz, recipiente de vidro, colher, seringa, trabalhamos o conteúdo de polímeros. Posterior a atividade aplicou-se uma avaliação com questões referentes ao conteúdo proposto na experimentação.

Resultado e discussão

As avaliações aplicadas com os alunos, mostraram os seuintes resultados. Nos questionários havia três questões para cada turma, as seguintes perguntas são respectivas a cada turma. Os alunos foram questionados sobre o que acontece com um material denso afunda ou sobrenada ? 98% afirmou que afunda, e apenas 2% disseram que sobrenada. Quando adiciona-se os comprimidos efervescentes na água há formação de gás carbônico? 95% responderam que sim, e 5% disseram que não. Na pilha de limão o polo oxidante é o de cobre e o redutor é o de zinco? Cerca de 80% disseram que a afirmação é correta, porém 20% disseram que é falsa. Substâncias com pH abaixo de 7 são ácidas ? 98% disseram que sim e somente 2% disseram que não. O isopor utilizado no experimento é um polímero? 80% respondeu que sim, e 20 % que não. A polimerização é a união de monômeros por ligações? 92% disseram que sim, e 8% responderam que não. A última pergunta foi realizada para todas as turmas por igual e questionava se eles acharam a feira um evento produtivo, os resultados mostram que 98% dos alunos das três turmas responderam que sim, e apenas 2% responderam que não. A avaliação pós evento mostrou que o uso da experimentação, estimula o interesse do estudante, essa metodologia diferenciada auxilia no ensino/aprendizagem dos alunos.

Conclusões

A utilização dessa feira de química estimulou o interesse dos alunos para o aprendizado, consequentemente os alunos demonstraram uma boa assimilação dos conceitos. Dessa forma, foi possível contextualizar os conteúdos apresentados auxiliando de forma fundamental na aprendizagem significativa dos alunos. Concluiu-se que o uso da experimentação traz muitos ganhos para o ensino/aprendizagem e motiva os alunos a estudar, por serem elementos do cotidiano dos mesmos, isso acontece porque durante o evento os alunos tiveram a chance de vê, aprender e criar seus conceitos através do que foi observado.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, ao PIBID/CAPES e a todos que ajudaram para realização da FEQ (Feira de experimentos de Química).

Referências

AUSUBEL,D.P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
IZQUIERDO, M.; SANMARTÍ, N. e ESPINET, M. Fundamentación y diseño de las prácticas escolares de ciencias experimentales. Enseñanza de las Ciencias, v. 17, n. 1, p. 45-60, 1999.
SANTOS, C.S. Ensino de Ciências: Abordagem Histórico- crítica. Campinas, SP. Ed: Autores Associados, 2005.

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