VULÇÃO QUÍMICO: UMA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Fonseca, K.L.B. (IFMA) ; Sirley, K. (IFMA) ; Dias, L. (IFMA) ; Brito, D. (IFMA) ; Correa, G.E.S. (IFMA) ; Cajado, T.K.N.C. (IFMA) ; Sampaio Godinho, A. (IFMA)

Resumo

O uso de metodologias tradicionais tem se mostrado pouco eficientes para o maior aprendizado do alunado. A implementação das aulas experimentais tem atraído a maior atenção dos alunos por verem na prática o que é ministrado em sala de aula. Dessa forma, o presente artigo propõe a utilização da experimentação do Vulcão Químico na sala de aula como uma forma diferenciada para o ensino de ciências. A intervenção foi desenvolvida para alunos do 7º ano do ensino fundamental para ilustrar o conteúdo da estrutura da terra, utilizando uma laranja dividida ao meio e a formação de vulcões, pela reação química entre o ácido acético e o vinagre. Segundo os alunos a aula facilitou o aprendizado, pois aulas desta natureza são mais interessante e motivadora.

Palavras chaves

Experimentação; Ensino de ciências; Aprendizagem

Introdução

O ensino de ciências tem sido marcado por metodologias tradicionais, enfatizando somente a descrição de fenômenos, teorias e conceitos que devem ser memorizados. Pouco se leva em consideração a relação da disciplina ciências com os fenômenos vividos diariamente e a veiculação desses fenômenos ao que se estuda. (OSSIAN, 2015). Assim como a pesquisa, o ensino também deve ser norteado pela determinação do problema, levantamento de dados, formulação de uma hipótese e a experimentação envolvendo professores e alunos. (OSSIAN, 2015). A educação deve transformar o aluno afim de que o leve para uma reflexão no meio em que vive, levando-o a uma consciência crítica que o faça transformar a realidade e o ambiente, tendo um suporte básico na vida escolar, reunindo os conhecimentos obtidos através de forma dialógica com professores (FREIRE, 1996). O uso de novas metodologias de ensino leva os alunos à busca de conhecimento e desenvolvimento em seu meio social, econômico ou até ambiental, no qual o ensino de ciências pode contribuir através de estratégias que envolvam a investigação cientifica no ensino auxiliando no processo de ensino aprendizagem dos fenômenos da natureza através de experimentações (REGINALDO, 2012). O presente trabalho, originado a partir da disciplina de Elementos de Ciências I do curso de Licenciatura em Química do IFMA, campus São Luís / Monte Castelo, teve a finalidade de desenvolver uma nova proposta metodológica mais atrativa para o ensino de ciências sobre a Estrutura da terra e a formação de vulcões aplicado no 7º ano do ensino fundamental na Unidade de Educação Básica Senador Miguel Lins.

Material e métodos

A intervenção foi realizada na escola U.E.B. Senador Miguel Lins, localizada no município de São Luís - MA, tendo como público alvo os alunos do 7 º ano do ensino fundamental, envolvendo precisamente 25 alunos. A atividade foi desenvolvida por três alunos do 1º período do curso de Licenciatura em Química do IFMA, durante a disciplina de Elementos de Ciências I. A metodologia foi desenvolvida através de materiais simples e facilmente encontrados no comércio local. Para a base, foi utilizado um isopor de 5 cm de espessura e um EVA verde; para o vulcão, foi usado uma garrafa de vidro de refrigerante, 3 pacotes com argila, jornais, tintas vermelha e marrom; e para a reação química, vinagre, bicarbonato de sódio, detergente líquido e corante vermelho. Para demonstração da estrutura da terra foi utilizado uma laranja dividia ao meio. Foram aplicados questionários com os alunos, e com o professor da disciplina de Ciências foi feita uma entrevista com o objetivo de identificar a importância da experimentação em sala de aula.

Resultado e discussão

O Vulcão Químico obtido a partir da reação química entre o Bicarbonato de Sódio e o Ácido Acético, equacionado como NaHCO3(s)+CH3COOH(l) → CO2(g)+H2O(l)+ Na+(aq)+CH3COO-(aq), foi explorado em caráter experimental e lúdico a produção do gás dióxido de carbono, que em combinação com o detergente líquido produziu um efeito de efervescência, semelhante a erupção dos vulcões. Durante a intervenção, notou-se no primeiro contato com a turma, que havia pouca participação dos alunos na aula. Muitos alunos estavam dispersos com conversas paralelas, pois acreditavam que seria mais uma aula desinteressante da disciplina de Ciências. O estudo da estrutura da Terra empregando uma laranja despertou o interesse da turma pelo tema e começaram a questionar como essa estrutura rochosa se formava na terra. Segundo os dados do questionário, 83% dos alunos falaram que a aula foi excelente e 95% admitiram que gostariam de mais aulas desta natureza, quando afirmam: “Sim, porque ajuda a aprender mais rápido ao olhar a experiência” (Aluno 1); “Sim, porque é bem divertida, brincamos e aprendemos ao mesmo tempo” (Aluno 2); “Sim, porque vimos o que os professores estavam falando através do vulcão e da laranja” (Aluno 3); “Sim, porque aprendi mais” (Aluno 4). Dos alunos participantes, 89% afirmaram que é mais fácil aprender quando tem algo palpável para ilustrar os conteúdos na sala de aula. Algo que chamou atenção foi à resposta de uma aluna ao ser questionada do que ela tinha visto de diferente na aula: "A inteligência do meu amigo", que foi esclarecido pelo professor da disciplina: “O amigo dela não participava das aulas regulares”. O que corrobora que as aulas tradicionais, que infelizmente ainda predominam em sala de aula, não estimulam a participação ativa dos alunos em sala de aula. Ademais, o professor de ciências aproveitou a proposta de experimentação, como avaliação do conteúdo ministrado para fazer uma recuperação aos alunos previamente ameaçados à reprovação. Os resultados da intervenção ressaltaram a importância da experimentação como ferramenta de aprendizagem eficaz.

Conclusões

O estudo dos Vulcões em caráter experimental despertou o interesse dos alunos pela Ciências e a necessidade de novas metodologias que substituam as aulas tradicionais. Aulas experimentais são formas de ilustrar as teorias de uma forma mais dinâmica na sala de aula e quando abordadas de forma contextualizadas são capazes de reduzir o sentimento de rejeição e antipatia pela disciplina.

Agradecimentos

Agradecemos ao Instituto Federal do Maranhão- IFMA pelo apoio e incentivo aos estudantes e a Profª Kiany Sirley Brandão.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

OSSIAN,J. O. G. Perspectivas de Novas Metodologias de Ensino da Química; Revista Espaço Acadêmico, (2015)disponível em: eduem.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/download/15092/9741. Acesso em: 01 jul. 2016

REGINALDO, C. C et all. O ensino de ciência e a experimentação; Seminário de pesquisa em educação da região do Sul, 2012. Disponível em: http://www.usc.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/view/2782/286. Acesso em: 03 ago. 2016

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