Ciclo dos resíduos sólidos nas salas de aula em duas escolas do município de Marabá-PA: Alternativas para Educação Ambiental nas aulas de Química

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Vieira V., I. (UEPA) ; Neres S., M.E. (UEPA) ; Oliveira D., J.M. (UEPA) ; Maia C., T. (UEPA) ; Almeida S., J. (UEPA) ; Guerra O., L. (UEPA)

Resumo

Esta pesquisa visou caracterizar o nível de conhecimento significativo da parte dos alunos da 1ª série do ensino médio das escolas estaduais de Marabá Pará, Anísio Teixeira e Plinio Pinheiro, relacionada ao ciclo dos resíduos sólidos. Aplicou-se um questionário com 11 perguntas objetivas/ subjetivas direcionadas aos alunos durantes aulas de Química de cada turma de ambas as escolas. Dentre os resultados observou-se que, mesmo sabendo das consequências, cerca de 75% dos alunos afirmaram que diariamente há ocorrências de desperdício nas salas de aulas como no ambiente escolar. Neste sentido, os educadores possuem um papel fundamental na inserção da EA no cotidiano escolar, proporcionando-os um posicionamento e visão crítica, na busca pela formação de uma cidadania ambiental mobilizada.

Palavras chaves

Educação Ambiental; Resíduos Sólidos; Escola

Introdução

A sociedade vive em um mundo capitalista capaz de fazer milhares de pessoas chegarem a um consumo excessivo, onde o comprar é a solução para milhares de problemas, mas o que muito se sabe que o que hoje pode satisfazer suas necessidades amanhã não serve mais, assim se tornando mais um empecilho na vida dos mesmos. Tavares; Freire (2003) afirma: Dentre esses problemas, destacamos a geração e o descarte de resíduos sólidos, comumente chamados de ‘lixo’, que tem sido alvo de preocupação pelo seu aumento exponencial ao longo da última década, quando se constatou que cada pessoa pode produzir de 0,5 a 1 quilo de lixo por dia, correspondendo a mais de 100 mil toneladas de lixo/dia no Brasil (TAVARES; FREIRE, p.128, 2003). O resíduo sólido hoje tem se tornado um dos maiores problemas para a sobrevivência do meio ambiente, pois estes geralmente são descartados em locais inadequados, que dependendo do tipo, se torna um poluente agravante para o ciclo ecológico. Para os autores Fadini e Fadini (2001), o problema maior são “as medidas paliativas e impactantes” adotadas pelos administradores, como a de afastar dos olhos e das narinas o incômodo que o “lixo” proporciona, apresentando uma falsa solução à população. O objetivo do presente estudo foi o de analisar a ocorrência de desperdício de papéis em sala de aula, investigar a definição dada pelos alunos do que é lixo/ resíduo, identificar através de questionário se há uma concepção dos alunos sobre o destino dos resíduos gerados pelos mesmos, caracterizar o nível de conhecimento dos alunos com relação à educação ambiental referente ao resíduo gerado por eles, propor informações sobre Educação Ambiental durante as aulas de química.

Material e métodos

Realizou-se uma pesquisa de campo no dia 17 de março de 2016, com quatro turmas da 1ª série das escolas Estaduais de Ensino Médio de Marabá sendo estas: Anísio Teixeira localizada na Avenida Nagib Mutran – s/n, bairro Cidade Nova, e a escola Plinio Pinheiro situada na Travessa Santa Teresinha, 274 - Marabá Pioneiro. Foram selecionados dez alunos de cada turma (no total de 4 turmas) durante as aulas de química das respectivas instituições para serem submetidos a um questionário sobre o ciclo dos resíduos sólidos gerados em sala de aula, os mesmos que tinham em média entre 14 a 17 anos. Direcionados aos alunos de cada turma de ambas as escolas, foi aplicado um questionário com 11 perguntas objetivas e subjetivas, elaboradas de maneira que os mesmos fornecessem respostas discursivas e objetivas, conforme o propósito de cada questão. O método de análise dos dados foi quantitativo e qualitativo. Após a aplicação dos questionários, uma palestra proporcionou aos presentes, informações sobre o comportamento ideal de cada indivíduo quanto ao resíduo gerado diariamente nas salas de aula, de forma a utilizar dos princípios gerais da Educação Ambiental segundo Effting (2007), que são: sensibilização, compreensão, responsabilidade, competência e cidadania.

Resultado e discussão

Foram analisados 40 questionários, sendo estes compostos por 6 questões subjetivas e 5 objetivas sendo todas destinadas a um princípio, o de caracterizar o conhecimento dos discentes com relação aos resíduos gerados por eles para posterior intervenção pedagógica. Cerca de 55% dos alunos afirmaram saber a diferença entre resíduos sólidos para lixo, justificando através de argumentos sobre a pergunta, que os resíduos sólidos seriam objetos em estado sólido (pedra, rocha, plástico, madeira). E não o que de fato implica ser segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei nº 12.305/10. Quanto à EA analisou- se que 100% dos discentes têm um conhecimento limitado sobre o assunto que pode ser incluso nas aulas de química, restringiu-se as definições à preservação do meio ambiente e reciclagem do resíduo. Marchi et al. (2013) afirma que o conhecimento e a alto conscientização da população quanto ao uso racional e o descarte adequado dos resíduos torna-se um aspecto importante neste processo. Mesmo sabendo das consequências que o acúmulo de resíduo pode provocar ao meio ambiente, 75% dos alunos afirmaram que diariamente há ocorrências de desperdício nas salas de aulas, e até mesmo no interior da escola, pois “o brasileiro não vê a rua como espaço seu, e sim do governo... o povo não considera o espaço público como extensão da casa” (TAVARES; FREIRE apud Carregal p. 128, 2003). Deixando assim de preocupar-se com o descarte adequado, dado comprovado através de levantamentos percentuais da pesquisa que mostram que 42,5% dos participantes negaram saber o destino dos resíduos sólidos gerados, algo que pode ser retratado pelo educador de química durante suas aulas de EA.

Conclusões

Percebeu-se que os alunos de ambas as escolas não sabem diferenciar o lixo de resíduo sólido, mesmo sabendo que o acumulo dos mesmos descartados inadequadamente traz inúmeras consequências, tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. De acordo com os dados obtidos, os discentes têm uma noção consideravelmente baixa se tratando do destino do resíduo ali gerado. Em virtude de o tema EA ser pouco discutido pelos participantes no seu cotidiano, tornando suas definições restringidas à reciclagem e preservação do meio ambiente, algo que poderia ser discutido nas aulas de Química.

Agradecimentos

Primeiramente queria agradecer a Deus por nos ter dado a graça de concluir este trabalho, a nossas famílias pelo apoio e para a professora Luely Guerra que nos orientou.

Referências

EFFTING, Tânia Regina. Educação Ambiental nas Escolas Públicas: Realidade e Desafios. Marechal Cândido Rondon, 2007. Monografia (Pós Graduação em “Latu Sensu” Planejamento Para o Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon, 2007.
FADINI, P.S.; FADINI, A.B. Lixo: Desafios e compromissos. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, v.20, n.2. 2001.
MARCHI, V.; BACARO, M.R.C.; KOVAC, V.; RAMOS, J.F.; DUARTE, A.R.L.; PINHEIRO, M.; SÁ, N.L.; PAIXÃO, S.; FERREIRA A.; SILVA, R.O.; HABERMANN M.; JUNQUEIRA, V.B.C.; AZZALIS, L.A.; FONSECA, F.L.A. Conhecimento dos pacientes do SUS sobre o gerenciamento de resíduos gerados em suas residências. Saúde Meio Ambiente. Santo André, v. 2, n. 2, p. 98-106, dez. 2013. ISSN 2316-347X.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 2016.
TAVARES, C.; FREIRE, I. M. Lugar do Lixo é no Lixo: Estudo de Assimilação da Informação. Ciência da Informação, v. 32, n. 2, p. 128, 2003.

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