AS CONTRIBUIÇÕES DE VAN’T HOFF PARA O ENSINO DE QUÍMICA: UMA ABORDAGEM CONTEXTUALIZADA A PARTIR DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Morais Costa, G.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO) ; de Brito Slva, M.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO) ; Silva dos Reis, A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO)

Resumo

O presente trabalho tratou do uso da História da Ciência como meio de ensino e aprendizagem de química, buscando contextualizar os conteúdos. Assim, foi realizada uma oficina sobre o cientista holandês Jacobus Henricus van’t Hoff onde se abordou a importância de suas teorias. Ao final, os alunos participantes responderam a um questionário sobre o uso da História da Ciência como uma proposta de ensino e todos foram unânimes em dizer que essa abordagem foi considerada relevante para o Ensino de Química. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi inserir a História da Ciência como proposta de ensino a fim de capacitar os graduandos e enfatizar a sua importância para o ensino.

Palavras chaves

História da Ciência; Granduandos; van't Hoff

Introdução

O Ensino de Química é dogmatizado e os conteúdos são repassados de forma descontextualizada, o que acarreta total desinteresse pelos alunos em sala de aula. A abordagem da História da Ciência (HC) torna a aprendizagem diferenciada, coerente cientificamente e contextualizada. Nesse sentido, se faz necessário que o professor conheça a história daquilo que ensina. “Ao professor ainda compete referir, abreviadamente a propósito das descobertas mais notáveis na química, a evolução dos conhecimentos fundamentais através do tempo”. (BRASIL, 1931). Diante de tal fato, desenvolver ações interdisciplinares e a contextualização, são propostas que tem com propósito tornar a aprendizagem dos conteúdos químicos mais relevantes. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino médio (PCNEM) os conteúdos químicos devem ser ensinados de forma criativa, explorando a vivência cotidiana de modo a promover mudanças nas perspectivas de mundo dos educandos. Neste sentido, acredita-se que a proposta de utilizar no Ensino de Química de maneira interdisciplinar e contextualizado com a História da Ciência é um método que pode motivar os alunos, tornar as aulas mais interessantes e, principalmente, mostrar que a ciência é um processo de construção e não um produto pronto. O uso da História da Ciência em consonância com a temática desenvolvida despertou nos graduandos a importância em aprender os conteúdos de Química e assim contribuir para a sua formação inicial.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido com 12 graduandos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais Habilitação Química da Universidade do Estado do Pará – UEPA. A oficina foi desenvolvida em três momentos: no primeiro abordou-se o nascimento de Jacobus Henricus van’t Hoff, a importância da sua produção e contribuição científica. Em paralelo, apresentou-se a Ciência na Europa e no Brasil no século XIX para entender o contexto. Posteriormente, trabalharam- se as suas três teorias, tais como estereoquímica, cinética química e pressão osmótica. Na primeira reproduziu- se o modelo do carbono tetraédrico, criado por ele, para explicar o fenômeno do carbono quiral feito de origami ou dobraduras de papel. A cinética química foi representada por uma experimentação simples sobre a velocidade da reação. O estudo da pressão osmótica foi mostrado através de uma imagem dando relevância a sua importância para a sociedade. Por fim, aplicou-se um questionário composto por quatro perguntas abertas para o aluno emitir sua opinião em relação ao seu entendimento sobre a oficina desenvolvida.

Resultado e discussão

Para a obtenção dos resultados, analisaram-se os questionários e os relatos dos graduandos, desenvolvidos durante a oficina. No que se refere à questão proposta sobre a importância da contribuição da HC para a formação dos futuros professores, o graduando A relatou: “É importante, pois ao saber a origem do conteúdo lecionado e o histórico, nos sentimos mais familiarizados com o assunto e se torna mais fácil de desenvolver e interligar os conteúdos”. Reconhecer a Química como uma construção humana, compreendendo os aspectos históricos de sua produção (BRASIL, 2001), é uma das formas de dinamizar, contextualizar e fundamentar o conteúdo ministrado. Em relação à inserção da HC nas aulas de química e o processo de dinamização do conhecimento, o graduando D relatou: “A química é uma disciplina considerada por muitos alunos como incompreensiva, então utilizar da História da Ciência e falar como aconteceram às descobertas aproxima os alunos da disciplina”. A introdução da História da Ciência no Ensino de Química pode contribuir para que os alunos conheçam a química sob outra perspectiva, despertando o interesse pelo conhecimento científico. (DUARTE e EPOGLOU, 2009). Dessa forma, é imprescindível a proposta de utilização da História da Ciência para o Ensino de Química, pois além de tornar o conteúdo atrativo e interessante, humaniza a visão da ciência mostrando que ela está sujeita à mudança, fundamenta o que se conhece como teoria científica e contextualiza a partir da historicidade o cotidiano do aluno.

Conclusões

Pelas análises dos relatos dos graduandos, podemos visualizar o quanto se faz necessário a contextualização da HC por meio de temas que estão próximos a nossa realidade, o que demonstrou aos graduandos que a ciência é considerada uma atividade humana, influenciada pelo contexto histórico e não meramente por descobertas isoladas. Neste sentido, a HC possui um papel fundamental para a compreensão da disciplina Química, uma vez que a abordagem contextualizada facilitou a aprendizagem deixando o professor mais autônomo no planejamento de suas atividades, assim como os alunos mais motivados.

Agradecimentos

Referências

Brasil, Conselho Nacional de Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química (2001), 4, http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/130301Quimica.pdf
CAMPOS, F. “Reforma do ensino secundário (decreto 19890, 18 de abril de 1931),” in O Ensino Secundário no Brasil e sua atual legislação: de 1931 a 1941 inclusive (São Paulo: Oficinas de José Magalhães, 1942).
DUARTE, Cairo Borges; JAYME, Cristiano Ceron; EPOGLOU, Alexandra. A História da Ciência e o livro Didático de Química: uma análise do conceito de equilíbrio químico. Anais do XVI Encontro Centro-Oeste de Debates sobre Ensino de Química, 2009.

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