LUDORGÂNICO: METODOLOGIA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM NA ÁREA DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Maia, L. (INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ(IFPA)) ; Corrêa, S. (INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ(IFPA)) ; Junior, R. (INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ(IFPA))

Resumo

O lúdico se apresenta como uma metodologia de ensino-aprendizagem que busca mudar a dinâmica das aulas, visando contornar a falta de interesse dos alunos pela disciplina química. O presente trabalho traz o lúdico como a principal estratégia de ensino, sendo o objetivo apresentar a importância da utilização dessa metodologia para facilitar o ensino e instigar nos alunos à busca pelo conhecimento. Sendo assim, este trabalho relata a opinião dos alunos-participantes em relação à aplicação do lúdico “ludorgânico”. Participaram alunos do Ensino Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) e do Ensino Médio da E.E.E.M. Prof. Antônio Gondim Lins. Sendo apontada como resultado, a importância dessa metodologia para a aprendizagem na área do Ensino de Química.

Palavras chaves

Ensino de Química; Metodologia; Lúdico

Introdução

O ensino de química esteve muitas vezes voltado apenas na transmissão de conceito, ou seja, a concepção tradicional de ensino. Entretanto, várias propostas de novas metodologias surgiram para tornar o ensino mais dinâmico, possibilitando ao aluno desenvolver uma aprendizagem mais significativa na área do conhecimento, onde o desenvolvimento de estratégias modernas e simples são recomendados para dinamizar o processo de aprendizagem em Química. (SOARES et al., 2003). Nessa perspectiva, surgem as atividades lúdicas que segundo Russel (1999), promovem a compreensão do conhecimento químico e motiva os alunos a gostarem da disciplina. A ludicidade torna a aula mais harmoniosa e mais atrativa para o aluno, onde o brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável (MALUF, 2003). Assim como os jogos incentivam o trabalho em equipe e a interação aluno professor (VYGOTSKY, 1989). Mas a dificuldade dos professores em desenvolver essas atividades surge desde a sua formação, onde disciplinas de caráter profissionalizante, a exemplo de psicologia da educação e didática, não são suficientes para capacitar esses profissionais à docência de um conteúdo especifico (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 1994). Esses profissionais tendem a ter uma dificuldade em desenvolver atividades diferenciadas para suas aulas, onde têm de selecionar e organizar temas visando contemplar uma leitura e visão em relação à química (SCHNETZLER, 2011).

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido em duas turmas do Ensino Integrado do IFPA e em uma turma do Ensino Médio da E.E.E.M. Prof. Antônio Gondim Lins. A aplicação foi feita em três etapas visando instigar no aluno o interesse pelo tema abordado. Primeiramente foi apresentada aos alunos uma aula com a utilização de datashow e do quadro branco sobre química orgânica (funções orgânicas), demonstrando nomenclatura e fórmula estrutural. Posteriormente foi apresentado o lúdico aos alunos, o qual é constituído por um tabuleiro apresentando quatro áreas de cores distintas com quatro pinos cada, dois dados e noventa cartas constituídas por estruturas e nomenclaturas das funções orgânicas. A construção do jogo foi desenvolvida com materiais resistentes de fácil acesso e de baixo valor, o tabuleiro, as cartas e os pinos foram desenvolvidos no computador. Em uma aplicação do lúdico foram formadas quatro equipes, onde o jogo inicia com a equipe que obtiver a maior pontuação nos dados e termina com a equipe que tiver suas peças no centro do tabuleiro após dar uma volta completa no mesmo. Durante a partida os alunos podem cair em casas, onde deverão responder duas perguntas corretamente. Por fim foi aplicado um questionário aos alunos participantes para um levantamento de dados em relação ao uso do lúdico, pedindo a opinião dos mesmos em relação às metodologias de aprendizagem utilizadas.

Resultado e discussão

O lúdico (figura1) foi apresentado para 37 alunos, os quais deram suas opiniões em relação ao apresentado a eles. Quando indagados se a utilização do “Ludorgânico” facilita na aprendizagem do tema “química orgânica”: 97,30% dos alunos responderam que sim e apenas 2,70% responderam que não (gráfico 1). Outro questionamento foi em relação às duas metodologias (slide e jogo) desenvolvidas, qual facilitou na sua aprendizagem: 78,40% disseram o jogo, 5,40% slide e 16,20% disseram os dois, pois o jogo completa o que se foi apresentado no slide (gráfico 2), resultados (figura 2). Por fim, ao serem questionados se o lúdico deve ser utilizado como uma ferramenta de ensino, 100% dos alunos afirmaram que sim, o que corrobora a compreensão mais rápida dos alunos, observada no decorrer da aplicação do jogo. Durante a análise dos questionários, argumentos levantados por alguns participantes chamou a atenção, caso do participante A que relatou “Sim, pois com a dinâmica e entrosamento dos alunos com os professores fez com que os alunos tirassem suas duvidas com maior facilidade”. O relato aponta a importância da atividade na sala de aula no momento que ela aproxima os alunos do professor tornando um ambiente agradável e de harmonia, possibilitando aproximação do professor com o aluno (PINTO; TAVARES, 2010), promovendo também uma socialização entre os próprios alunos. O participante B argumentou: “Sim, pois é um método inovador e divertido, deixa a aprendizagem mais leve, onde se ‘quebra’ com o método tradicional de ensino”. Esses relatos retratam a importância dessa metodologia de ensino, pois se percebe nas palavras dos participantes uma satisfação com o jogo que tornou seu aprendizado mais dinâmico e prazeroso, deixando de ser uma aula monótona e passando a ser inovadora.

Figura 1

Figura 1- Aplicação do lúdico "ludorgânico".

Figura 2

Figura 2 - Gráficos 1, 2 e 3 – resultado do questionário aos alunos.

Conclusões

A ludicidade é uma metodologia de ensino que exercem um papel importante na aprendizagem, onde os alunos aprendem de forma dinâmica e atrativa. A atividade aproxima o estudante do professor e constrói um conhecimento cientifico não através da metodologia tradicional, mas de uma forma diferenciada. Sendo assim, ficou evidente através dos relatos dos participantes que os professores precisam variar a metodologia utilizada em sala de aula, buscando prender a atenção dos alunos, evitando a falta de interesse deles pela disciplina.

Agradecimentos

À E.E.E.M Prof. Antônio Gondim Lins por ceder turmas para aplicação da metodologia.

Referências

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz, Brincar- prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
PINTO, C.; TAVARES, H. O lúdico na aprendizagem: apreender e aprender. Revista da Católica. Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 226-235, 2010.
RUSSEL, J.V. Using games to teach chemistry. Journal of Chemical Education, v.76, n.4.p. 481 - 484 1999.
SCHNETZLER, R. P. Apontamentos sobre a história do ensino de química no Brasil. In: SANTOS, W. L. P. dos; MALDANER, O. A. Ensino de Química em Foco. Ijuí: Ed. Unijui. 2011. p. 51-75.
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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