ANÁLISE DO APRENDIZADO E INTERESSE DOS ALUNOS EM AULAS EXPERIMENTAIS QUE ENVOLVEM ROTEIROS INCOMPLETOS

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Araujo, M. (UVA) ; Bezerra, A. (UVA)

Resumo

As aulas prático-laboratoriais nos cursos de licenciatura em Química são fundamentais na formação dos discentes. Através destas os alunos podem se envolver na construção do conhecimento científico, aperfeiçoar o conhecimento cognitivo, e desenvolver novos métodos de aprendizado. Esta pesquisa teve como objetivo analisar o aprendizado e interesse dos alunos licenciandos em Química que cursam a disciplina de Físico-Química Experimental I na UVA. Para a realização desta foram observadas as aulas teóricas e práticas da disciplina, aplicado um questionário aos alunos e feita à análise das provas parciais com o objetivo de verificar o nível de conhecimento adquirido pelos discentes. Os alunos aprovaram a metodologia da docente em usar roteiros incompletos e materiais de baixo custo nas aulas

Palavras chaves

Química Experimental; Roteiros incompletos; Aprendizado

Introdução

O nível de envolvimento do aluno em aulas práticas, de uma forma geral, se diferencia do nível de envolvimento deste no trabalho teórico, visto que nas aulas práticas serão aprimoradas as habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras. De acordo com Leite (2001 apud SATO, 2011, p. 22), o trabalho experimental caracteriza-se por atividades que envolvam controle, manipulação de variáveis, e podem também ser caracterizadas como trabalhos laboratoriais. Diante da importância das aulas experimentais foi desenvolvida esta pesquisa em uma turma de alunos da disciplina de Físico-Química Experimental I. A estratégia da docente é a utilização de materiais de baixo custo na maioria dos experimentos, e a utilização de roteiros semiabertos e abertos, o que faz com que os alunos percebam a necessidade de uma maior atenção na realização dos experimentos. Os objetivos propostos foram analisar o interesse dos alunos no decorrer das aulas, investigar se eles costumam fazer pesquisas antes e após as aulas de laboratório, e verificar o nível de conhecimento adquirido através das provas aplicadas. Graças às atividades experimentais o aluno é incitado a não permanecer no mundo dos conceitos e no mundo das “linguagens”, tendo a oportunidade de relacionar esses dois mundos com o mundo empírico. [...] O aluno só conseguirá questionar o mundo, manipular os modelos se ele mesmo entrar nessa dinâmica de decisão, de escolha, de inter-relação entre teoria e o experimento. (SATO, 2011, p.35 apud SERÉ, 2003).

Material e métodos

Esta pesquisa foi desenvolvida no curso de licenciatura em Química, com alunos da disciplina de Físico- Química experimental I da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, localizada na cidade de Sobral-CE. Inicialmente foram observadas as aulas teóricas e experimentais para verificar o envolvimento da turma e as discussões geradas sobre o assunto abordado. Depois foi aplicado um questionário informativo no qual se desejava saber se os alunos realmente queriam cursar Química, quais os motivos que os levaram a escolher o curso, se as aulas experimentais contribuíam para a formação do aluno, dentre outras perguntas relacionadas às aulas práticas da disciplina em questão. Os dados obtidos no questionário foram agrupados, apresentados através de gráficos e analisados. O questionário também possibilitou saber se os alunos estão tendo dificuldade em completar os roteiros, e se o aprendizado, na opinião do aluno, é mais satisfatório com roteiros incompletos. Para finalizar a pesquisa foram analisadas as duas últimas avaliações parciais da disciplina para avaliar o nível da turma e verificar se os alunos tiveram um progresso em relação ao conhecimento adquirido entre uma prova e outra. Não foi analisada a primeira prova parcial porque a mesma não era direcionada diretamente aos experimentos, e sim a parte teórica inicial referente à elaboração de gráficos para utilização em alguns experimentos.

Resultado e discussão

Os alunos afirmaram que as aulas experimentais são de suma importância, pois facilitam o entendimento teórico e despertam a curiosidade para a pesquisa. Os alunos relataram não ter experiência com roteiro semiaberto em aulas experimentais, porém aprovam esta metodologia porque a aprendizagem torna-se mais significativa uma vez que terão que pesquisar e preencher o roteiro durante e após realizar as práticas. Através dos dados colhidos por meio da observação das aulas teóricas, práticas, questionário e avaliação das duas últimas provas parciais, percebe-se que as aulas prático-laboratoriais são de fundamental importância na formação discente. Verificou-se que a maior parte dos alunos escolheu o curso de licenciatura em Química por se identificar com a área, mostrando assim o interesse pela formação acadêmica. Os dados obtidos através do questionário possibilitaram verificar que os alunos dedicam tempo para estudar assuntos relacionados às aulas práticas e que estes preferem roteiros semiabertos pelo fato destes instigar o aluno a pesquisar e estudar de forma mais eficaz. Os discentes afirmaram através do questionário aplicado que se identificaram com a metodologia utilizada com materiais de baixo custo aplicada pela docente. Já a análise das provas possibilitou verificar que foi destinado mais tempo para estudar e que o interesse dos alunos aumentou ao decorrer da disciplina.

Conclusões

Através dos dados colhidos conclui-se que os alunos aprovaram as aulas prático-laboratoriais administradas. Verificou-se que a maior parte dos alunos tem realmente interesse no curso escolhido e sinalizam interesse pela sua formação, o que reflete na aprovação destes pelos roteiros incompletos por proporcionar mais dedicação, interesse nos estudos e formação inicial docente

Agradecimentos

Referências

SERÉ, M.G.; COELHO, S.M.; NUNES, A.P. O papel da experimentação no ensino de física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.20, n.1, p.31-43, 2003.
SATO, Matheus de Sousa. A aula de laboratório no ensino superior de Química. 2011. 116 f. Dissertação (Mestrado em ciências – Físico-Química) Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências, Instituto de Química de São Carlos, São Paulo, 2006.

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