ENSINO DE QUÍMICA NA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR EM AMBIENTE INFORMAL PARA PROMOÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Lima, E.R. (UFMA) ; Conceição, L.E. (UFMA) ; Marques, C.V.V.C.O. (UFMA) ; Marques, P.R.B.O. (UFMA)

Resumo

O presente trabalho apresenta um recorte de atividades desenvolvidas no percurso de aplicação de atividades de um Clube de Ciências destinado a alunos do Ensino Fundamental. Onde as mesmas contribuem para que os educandos obtenham um conhecimento aprofundando diante dos temas trabalhados, e que esses possam desenvolver a sua capacidade cognitiva aprimorando os seus métodos de observação, identificação e explicação de dados obtidos no decorrer das práticas realizadas.A realização das atividades foram feitas de forma lúdica com o auxílio de jogos educativos, após a explanação de toda a atividade trabalhada é analisado o desenvolvimento dos alunos quanti e qualitativamente através de mapas conceituais e participação nas atividades.

Palavras chaves

Ensino de Química; AprendizagemSignificativa; Alfabetização Científica

Introdução

A intenção dos estudos das ciências da natureza tem por objetivo fazer com que o aluno venha a construir mudanças conceituais adotando linguagem cientifica, no sentido de saber ler, interpretar o mundo a partir do manejo das leis e teorias científicas, e saiba propor soluções de situações- problemas raciocinando cientificamente, além de identificar aspectos históricos, epistemológicos, sociais e culturais dentro das ciências com seu transito contextual (CHASSOT, 2003; DA ROSA, 2003). Pesquisas tem mostrado que o ensino das ciências da natureza pode ser agradável, inclusive no tocante ao conhecimento da química, quando fizer sentido para a vida dos alunos, portanto deve se apresentar sob perspectivas metodológicas interdisciplinares e contextualizadas desde as primeiras séries de formação, para que os alunos despertem o desejo de aprender sobre fenômenos naturais e consequentemente, se familiarizarão com a linguagem das ciências e se alfabetizem cientificamente (DELIZOICOV,1990; CHASSOT, 2002). O ensino das ciências da natureza, historicamente tem referência e influência dos avanços científicos e tecnológicos, porém, os processos de ensino aprendizagem mais utilizados pelos docentes são efetuados comumente sob aspectos conservadores, baseados em transmissão-recepção, descontextualizados, disciplinarmente isolados, e apresentação de uma “ciência de cientista”, sendo assim considerado como motivos que levam ao baixo índice de sucesso escolar nesta área (CHASSOT, 2003; PIMENTA, 2008; GALLIAZI, 2003). Um clube de ciências é um momento educativo que promove aos estudantes meios de exposição de suas ideias, suas curiosidades e busca de conhecimentos, sem deixar de vislumbrar a metodologia científica. Nesta ótica, entendesse que a inserção na escola de um ambiente diferenciado, como um clube de ciências é de fundamental importância, pois descentraliza o ambiente de sala de aula e se apresenta como estratégia que consegue promover discussão dentro de uma linguagem própria das ciências, aproximando interativamente a teoria e prática do conteúdo especifico do estudo e do debate da ciência.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido em uma escola de Ensino Fundamental da cidade de Codó – Maranhão durante o segundo semestre letivo o ano de 2015 na forma de um projeto de extensão, coordenado por grupo de pesquisa em ensino de ciências e aplicado por alunos do curso de Licenciatura de Ciências Naturais da Universidade Federal do Maranhão. As atividades foram planejadas mediante uma verificação da demanda cognitiva dos alunos do 3º e 4º ciclos, sobre assuntos de ciências naturais contidos no rol de conteúdos do programa da disciplina da escola, pontualmente buscando as referências de apropriação de conhecimento químico, através de um diagnóstico resultado de observatório guiado. Neste recorte de trabalho, trataremos das atividades desenvolvidas sob o tema água, que foram: (i) Ciclo da água na natureza, (ii) Estados físicos e Estação de tratamento de água, (iii) tensão superficial e densidade. Trabalhou-se com as atividades selecionadas de acordo com o nível cognitivo de cada ciclo do ensino fundamental, de forma interdisciplinar com associação interativa entre teoria e prática do conhecimento básico das ciências naturais desenvolvendo atividades químicas experimentais em laboratórios, como também debates e estudos de material de conhecimento científico.

Resultado e discussão

Percebeu-se pelos relatos dos alunos, que a maior parte (82%), soube definir conceitos fenomenológicos da dinâmica que está envolvida no ciclo da água, o que sugere a apropriação do conhecimento trabalhado nas sessões do clube. Esta afirmação é corroborada quando se verifica a categoria “processo”, onde os alunos demonstraram linguagem cientifica escrita dentro do esperado no que concerne a vislumbrar o desdobramento de um ciclo de água e também conseguem fazer relação deste conhecimento coma dinâmica do dia a dia no contexto da sociedade (80%). Segundo Selbach e Antunes (2010), [...] A curiosidade, a vontade de saber, o desejo de buscar resposta, é provavelmente, a mais importante qualidade da espécie humana e nada é interessante para um aluno se não compreende à satisfação de uma necessidade [...], logo ajudar os alunos a associarem os temas que aprendem em sala com o que aprendem e precisam saber na vida contribuem para dar significado ao ensino e em consequência à aprendizagem.

Tabela 1 - Análise dos mapas conceituais



Conclusões

A estratégia de um clube de ciências proporcionou aos alunos participantes - clubistas uma visão de discussão mais ampla no campo das ciências da natureza, pontualmente em uma perspectiva de alfabetização da linguagem química, além de proporcionar criticidade, criatividade e participação destes nas várias possibilidades de realizarem atividades contextualizadas de ciências da natureza com ferramentas diferenciadas comumente utilizados no ensino tradicional, ao término das atividades percebeu-se a contextualização da linguagem científica através de análise dos mapas conceituais aplicados.

Agradecimentos

Referências

DELIZOICOV, D. e ANGOTTI, J.A. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1990.
CARVALHO, A. M. P.; GIL-PERÉZ, D. Formação de Professores de Ciências. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2003. (Coleção Questões de Nossa Época).
CHASSOT, A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 2ª ed. Ijuí:Unijuí, 2002. 440p.
BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997b, 136p.
SELBACH,S; ANTIUNES, C. Ciências e Didática, Petrópolis, RJ: Vozes,2010.

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