Potencialidades educacionais da utilização de aplicativo RGB em situações de ensino-aprendizagem de espectrofotometria para alunos de curso técnico.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Dionysio, R.B. (UFT) ; Dionysio, L.G.M. (IFTO) ; Araujo-filho, H.C. (IFRJ)

Resumo

O presente trabalho pretende apresentar as potencialidades de um aplicativo RGB para telefonia móvel no ensino de espectrofotometria para alunos do curso técnico em Química. Para isso, desenvolveu-se um roteiro de aula prática que integrou a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) a procedimentos da análise instrumental. Dessa forma, nesse primeiro momento, buscou-se analisar a viabilidade da aula através da sequencia didática construída. Observou-se que foi eficiente e permitiu que os estudantes se envolvessem de maneira diferenciada no experimento.

Palavras chaves

Espectrofotometria; Educação em Química; Aplicativo RGB para Smart

Introdução

Estudos sobre a Educação em Química abrangem a Educação Básica, o Ensino Técnico e o Ensino Superior. Cada segmento tem suas características e eficiência de práticas pedagógica dependerá, dentre outros fatores, da competência e sensibilidade do professor. A respeito da competência é inegável que precisa haver um domínio dos conteúdos curriculares que se pretende trabalhar nas situações de ensino. Esse domínio precisa estar além daquilo que se planeja trabalhar com os alunos, para que haja uma transposição didática adequada. Segundo Thurler (2002), as reformas atuais na educação exigem que o professor enfrente dois desafios, a saber: o de reinventar a escola como local de prática docente e de reinventar a si próprio quanto profissional. Dentro desse pensamento é que destacamos a competência de sensibilidade de perceber as necessidades locais do grupo em que se está trabalhando sem perder de vista os objetivos do ato educativo. Masetto (2012) destaca que o conceito de aprender está ligado ao sujeito (estudante) e aí está a importância do olhar diferenciado do professor e o desenvolvimento de percepções para criar situações onde o aluno possa: Dessa forma, não basta somente por em prática as atividades planejadas, mas perceber as demandas dos estudantes e desenvolver novas práticas que permitam situações de ensino aprendizagem férteis. É uma das formas de envolver os estudantes em diferentes situações de ensino é a utilização de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Dentro desse contexto, o presente trabalho vem apresentar o desenvolvimento de uma proposta de aula prática utilizando o aplicativo Color Capture and Identifier para Android nas aulas de Química Analítica Instrumental do IFRJ par alunos do curso técnico como ferramenta medial nas aulas experimentais

Material e métodos

Foi elaborado um roteiro da aula prática com objetivo de integrar as técnicas analíticas a utilização de aplicativo para smartfone. O roteiro desenvolvido pretende trazer informações que permitam os estudantes a realizar o experimento aproveitando ao máximo as potencialidades da prática pedagógica planejada. Inicialmente há uma breve revisão teórica de colorimetria evidenciando os principais conceitos que serão necessários para a compreensão da prática e interpretação dos resultados. A seguir, estão os procedimentos para preparo de soluções aquosas a partir de corantes primários puros (amarelo, ciano e magenta) usados impressoras a jato de tinta. A seguir, são realizadas as diluições e misturas a fim de que seja criado o círculo cromático com doze soluções representando as cores primárias, secundárias e terciárias. Com objetivo de padronizar o ambiente de captura da luz, utilizou-se uma câmara de observação com iluminação a Led e fundo branco. As soluções foram transferidas para placas de Petri de mesmo diâmetro, utilizou-se água deionizada como branco e uma amostra desconhecida contendo os três corantes. Os alunos foram orientados a realizar as medições com o aplicativo e anotar dados de RGB / CMYK / HSL / L*a*b* para todas as amostras, inclusive o branco e a desconhecida. A seguir, as mesmas amostras foram utilizadas para medição em espectrofotômetro. Após as medições, foi solicitado que os alunos determinassem a proporção de corantes primários na amostra desconhecida, a partir de suas absortividades/caminho óptico e das absorbâncias em seus respectivos λmax. A seguir, foi solicitado que construíssem um gráfico de Hobservado X Hteórico para avaliar o ângulo das cores de acordo com o modelo HSL. Por fim, deveriam discutir e comparar os dados colorimétricos.

Resultado e discussão

Os alunos mostraram-se bastante envolvidos com a possibilidade de utilizar o smartfone na aula de Análise Instrumental. Realizaram os procedimentos de via úmida com rigor para minimizar o erro nas medições. Pelo menos um componente de cada grupo veio para aula com o aplicativo RGB instalado no smartfone. De maneira geral, realizaram as medições com o aplicativo RGB e também no espectrofotômetro com bastante seriedade e com o máximo cuidado para que as medições fossem as mais fidedignas possíveis. Dessa forma, acredita-se que a utilização de TIC como ferramenta medial da educação pode fazer com que os alunos se motivem. A possibilidade de realizar medidas em múltiplos ambientes, faz com que os alunos interiorizem os conceitos científicos trabalhados nas aulas e construam relações que extrapolam o ambiente de estudo formal, seja o laboratório ou a sala de aula.

Conclusões

Com a elaboração da proposta de aula prática e sua aplicação observou que os alunos mostraram-se confortáveis com a utilização do aplicativo e que o roteiro atende aos objetivos da aula. O aplicativo é gratuito e simples de manipular o que faz com que a disseminação de seu uso para fins educacionais seja viável. Outro aspecto importante, é que a pratica proposta envolvendo a formação do círculo cromático é lúdica e ajuda a compreender melhor os diversos modelos de cor. A pesquisa segue e os próximos passos serão investigar as concepções dos estudantes sobre a utilização desse aplicativo.

Agradecimentos

IFRJ, UFT, IFTO.

Referências

CHAGAS, A. P.; As ferramentas do químico. Quím. Nova na Escola. n. 5, p. 18-20, 1997.
MASSETO, M.T. Mediação Pedagógica e o uso da Tecnologia. In: Moran, J.M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2012.
THURLER, M.G. O desenvolvimento profissional dos professores novos paradigmas, novas práticas. In: Perrenoud, P. et al. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artemd Editora, 2002.

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