O USO DAS REDES SOCIAIS, FACEBOOK E WHATSAPP, COMO AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Souza, M.M.S. (UFC) ; Silva, A.M. (UFC)

Resumo

Este trabalho foi realizado para averiguar a uso dessas redes, Facebook e Whatsapp, como ambientes virtuais de aprendizagem no ensino de quaisquer conteúdos da disciplina de Química, a fim de desenvolver o conhecimento colaborativo, proporcionar aulas mais atrativas e proximidade docente- discente. Através, da página – Química aqui, ali, em todo lugar, no Facebook, e grupos virtuais, conforme as suas turmas escolares, no Whatsapp, onde, semanalmente, eram disponibilizados materiais (vídeos, fotos, textos, sites) sobre os conteúdos estudados na sala de aula e por meio, de questionários com professores da disciplina e alunos do 1º ano ao 3º ano do ensino médio, município de Aratuba-Ce. Conclui-se, que o uso planejado dessas redes promove maior rendimento dos discentes em conteúdos Química.

Palavras chaves

Facebook; Whatsapp; Ensino de Química

Introdução

Na área educacional surge um novo repensar para as práticas pedagógicas incorporando tecnologias centradas em aulas mais interativas. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), ela está presente e deve ser reconhecida nos alimentos e medicamentos, nas fibras têxteis e nos corantes, nos materiais de construção e nos papéis, nos combustíveis e nos lubrificantes, nas embalagens e nos recipientes (BRASIL, 1999: 212). Conforme Belloni (2009) as tecnologias atuais oferecem possibilidades inéditas de interação entre professor/aluno; aluno/aluno e de interatividade com diversos materiais de boa qualidade por meio de ferramentas como: e-mail, listas e grupos de discussão, webs sites etc. O uso das redes sociais virtuais é evidente e cresce a cada dia, como exemplo, o Facebook e o Whatsapp. Assim, utilizá-las como suporte de apoio extraescolar nas aulas de Química como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) pode levar a diminuição da aversão à disciplina, aproximação dos discentes, docentes para uma didática interativa e colaborativa e proporciona um rendimento na aprendizagem pelos alunos a respeito dos conteúdos da disciplina, anteriormente, abordados em sala de aula. O presente trabalho propõe uma investigação sobre a utilização das redes sociais virtuais como suporte de apoio no estudo de química, tendo as ferramentas do Facebook e Whatsapp como enfoque. Foi utilizada a página “Química aqui, ali e em todo lugar” que promoveu diversos debates sobre assuntos da química para turmas do 1º ano ao 3º ano de ensino médio da escola estadual, em Aratuba-CE. De acordo com Lorenzo (2013, p. 35) alguns recursos das redes sociais que possibilitam tais como: Grupos Virtuais, Fóruns de Discussão, Blogs, Chats, Mensagens Instantâneas, Reuniões e Videoconferências, Bases de e-mail, Bases de Mapa, Bases de Vídeo, etc. Esses recursos potencializam os processos educacionais e abrem novas possibilidades como complemento de aula no ensino, não limitando o aluno ao espaço físico das salas de aula (MORAN, 2007).

Material e métodos

O Facebook e o Whatsapp foram as duas redes sociais virtuais escolhidas, sendo levado em consideração, pesquisas internas e externas, quanto ao acesso e uso dos discentes e além da qualidade das ferramentas virtuais que as redes possuem. Assim realizou-se pesquisa bibliográfica e documental, questionários com alunos – turno manhã e tarde, e professores de química, formação de grupos virtuais (whatsapp) com os alunos de 1º a 3º ano, do ensino médio, em Aratuba-CE e criação da página (facebook) “Química aqui, ali, em todo lugar” (ver fig.1) para todos os alunos aceitos na página para investigação do uso dessas redes e suas respectivas ferramentas. Nesses espaços foram ministradas aulas extras, no período noturno, com disponibilização de materiais complementares aos materiais básicos da disciplina dada em sala de aula, em que os alunos poderiam estar em qualquer ambiente físico e as únicas exigências eram: o de acesso à internet e disponibilidade de um aparelho eletrônico (dispositivos móveis, computadores, etc.) que se conectasse a ela. Os materiais eram dispostos utilizavam as mais diferentes ferramentas virtuais tais como vídeos, imagens, comentários, enquetes, chats, links, sites, áudios e textos provendo o conhecimento colaborativo e autônomo dos alunos por meio da socialização de ideias e produção individuais e coletivas dos conteúdos propostos pelo docente anteriormente na aula presencial. Para verificar o rendimento e a assertividade das atividades promovidas pelos ambientes virtuais criados e usados pelos alunos frente à disciplina de química, a satisfação e qualidade da aprendizagem devido ao uso dessas redes para eles, bem como analisar a opinião e utilização dos docentes quanto às ferramentas virtuais desses espaços para apoio pedagógico na disciplina de química. Foi aplicado um questionário para os 25 participantes, sendo 20 alunos e 5 professores da área.

Resultado e discussão

Os resultados (ver gráfico 1) quanto a avaliação aos alunos sobre o seu rendimento na disciplina de Química após o uso das redes em questão como suporte extraescolar para tirar dúvidas e estudos complementares da disciplina 90% responderam que bom; 5% afirmaram ser regular e 5% ser ruim. A menor parte, que apresenta rendimento regular ou ruim, diz ter dificuldade na disciplina pela sua complexidade, pela não compreensão dos conteúdos explicados em sala de aula e por não ter editores de equações e fórmulas. Os alunos foram unânimes quanto indagados sobre, a aula ficar interessante quando o professor usa as tecnologias ou uma atividade diferenciada. Observou-se que todos os alunos participantes disseram que a aula fica mais interessante com a utilização tecnológica, ou qualquer outra atividade diferenciada além de ter mais tempo para discussão de ideias e dúvidas que devido ao tempo de sala de aula não permite. Os alunos fizeram a seguinte classificação da página “Química aqui, ali em todo lugar”: Ótimo: 55%; Bom: 35%; Regular: 10%. É nítido que a grande maioria dos alunos participantes ficou satisfeita com o uso das redes sociais, Facebook e Whatsapp, e suas ferramentas de interação e comunicação. Avaliando na prática os alunos que utilizam frequentemente o acesso dessas redes com a finalidade analisada obtiveram melhores notas e entendimento de conceitos químicos. Questionados os professores quanto a capacitação para promoção adequada e planejada dessas redes, 15% admitem não ter subsídios e 85% possuem os subsídios necessários para aulas nas redes sociais. Os professores, que responderam sim, afirmam que, devido ao uso contínuo, tanto para trabalho quanto para seus estudos e planejamentos de aulas, podem promover atividades nesses espaços. 55% já fazem o uso do whatsapp para essa finalidade. Para poder melhorar o índice de aproveitamento em sala de aula, o professor poderá utilizar as diferentes ferramentas dos ambientes virtuais que envolvam diferentes conteúdos dentro da química. Assim, a aula de química será mais interativa, deixando de lado metodologias tradicionais que se restringem a utilização de quadro e pincel, bem como enriquecerá a aula tornando-a menos monótona, mais participativa e produtiva.

Figura

Figura 1 - Página “Química aqui, ali, em todo lugar.

Figura 2

Gráfico 1 - Rendimento na disciplina com o uso das redes sociais, Facebook e Whatsapp pelos alunos.

Conclusões

Na esfera educacional, conclui-se que o papel das redes sociais digitais, Facebook e Whatsapp são relevantes. Essas redes, sendo ambientes virtuais de aprendizagem demonstram ser um espaço amplo, atemporal, interativo e funcional para o ensino da disciplina de Química. Servem de apoio pedagógico educacional, fortalecendo e respeitando as diversidades de opiniões sobre determinado tema, a autonomia dos alunos, sociabilidade, trabalho em equipe, habilidades quanto aos recursos digitais, proporciona a qualidade na aprendizagem, facilita a compreensão de conteúdos e melhores rendimentos na disciplina de química.

Agradecimentos

A Deus, minha família e a Universidade Federal do Ceará.

Referências

BELLONI, M. L. (2009) Educação a distância. 5. ed. Campinas, SP: Ed. Autores Associados. 115 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais Ensino Médio. Brasília, DF: Ministério de Educação, 1999.
LORENZO, Eder Maia. A Utilização das Redes Sociais na Educação: A Importância das Redes Sociais na Educação. 3 ed. São Paulo: Clube de Autores, 2013. 126p.
MORAN COSTAS, José Manuel (Org.) ; MORAN, J. M. (Org.) ; MASETTO, M. T. (Org.) ; BEHRENS, M. (Org.) .Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 13 ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 2007. 173p.

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