PROPOSTA DE EXPERIMENTO PARA DETERMINAÇÃO SEMI-QUANTITATIVA DA CAMADA LIPÍDICA EM MARGARINAS TRADICIONAL E LIGHT.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Fernandes, N.S. (UFRN) ; Freitas Viana, F. (UFRN) ; Teixeira Barroso, M. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN)

Resumo

Diariamente são verificados nos supermercados uma variedade de novos alimentos denominados “light”, cuja informação presente no produto, favorece a orientação dos consumidores em escolhê-lo como forma de minimizar o consumo de gorduras principalmente para as pessoas com nível elevado de colesterol ou para os que pretendem prevenir o consumo desses produtos para evitar eventuais problemas de saúde. Dessa forma, esse trabalho tem como proposta a aplicação de um experimento simples e rápido que pode ser realizado pelos alunos para identificar se realmente ocorre diminuição de gordura nos produtos denominados light. Para isso, faz-se uso de amostras de margarinas tradicional e light para determinação semi-quantitativa da camada lipídica e realização de tratamento estatístico.

Palavras chaves

Light; Diet; Margarina

Introdução

O termo light é utilizado para indicar a redução mínima de 25% em determinado nutriente ou valor energético. Assim vários produtos comercializados atualmente apresentam no rótulo essa informação auxiliando os consumidores na escolha do produto. A margarina é uma emulsão de gorduras e óleos com leite, que tem aparência de manteiga. Além disso, contém aromas, corantes e substâncias nutricionais, tais como vitaminas e preservativos. Os maiores componentes da margarina são óleos líquidos e parcialmente hidrogenados, que sofreram processo de refinação. São compostas principalmente por óleo ou gordura vegetal, água e leite, este com limite máximo de 3% do total da composição. Entre seus itens opcionais de fabricação estão a gema de ovo, a vitamina A e o sal. Existem margarinas diferenciadas que tem menos calorias. A gordura é ingrediente essencial na composição das margarinas. Quanto mais elevada a presença de lipídios, cujo teor máximo é de 95%, maior a facilidade de espalhar e manusear a margarina. Além, é claro, da melhora no desempenho culinário. Elas são muito utilizadas na preparação de bolos, pães e doces, melhorando o aroma e o sabor dos produtos, além de proporcionar um aumento de volume, melhoria da textura, maciez e capacidade de aeração. A margarina é um produto regulamentado e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura, o que garante sua qualidade no processo de produção. Dentre os produtos comercializados existem diversas marcas comercializando as margarinas tradicional e "light", objeto desse trabalho.

Material e métodos

Inicialmente os alunos podem ser divididos em grupos de 3 participantes. Para a realização dos experimentos é importante que todos os tubos de ensaio possuam as mesmas dimensões e capacidade volumétrica. Inicialmente deve-se numerar os tubos de ensaio de 1 a 5 para amostras de margarina tradicional e de 6 a 10 para amostras de margarina light. É importante salientar que as margarinas são adquiridas do comércio local, escolhendo-se marcas iguais da tradicional e light. Em seguida em uma balança analítica são pesadas 5 amostras de margarina tradicional com massa da ordem de 2 gramas, utilizando papel manteiga, devidamente numerados. Na sequência coloque nos tubos de ensaio numerados de 1 a 5 e anote todas as massas em uma tabela. Para uma uma boa repetibilidade das medidas é importante pesar massas aproximadas das amostras. Repita o mesmo procedimento para as amostras de margarina light. Após esse procedimento, complete os tubos com as amostras de margarina tradicional e light, adicionando-se água até ¾ da capacidade e os deposite (com a abertura para cima) no béquer separado por cada tipo de amostra. Encha o béquer com água até a metade e leve ao aquecimento, desta forma os tubos estarão em banho- maria, evitando-se a entrada de água dentro dos tubos de ensaio. Após verificar a formação de duas fases, desligue o aquecimento e deixe os tubos esfriarem. Após o resfriamento, coloque o tubo de ensaio em posição vertical e faça a medição com uma régua da altura da camada de gordura em cada um dos tubos de ensaio e anote o resultado em uma tabela. Após a leitura das medidas de altura das camadas de gordura os alunos fazem uso de alguns parâmetros estatísticos como média, mediana, desvio padrão, índice de confiabilidade e teste Q.

Resultado e discussão

Como forma de testar a metodologia, o experimento foi realizado com a presença de 15 alunos, os quais eram alunos do ensino médio, dos cursos de Química e Biologia licenciatura na modalidade a distância e foi realizado em novembro de 2015 no polo de Caicó/RN. Observou-se o entusiasmos dos alunos na realização do experimento e o cuidado em realizar o trabalho de forma correta, entendendo todos os detalhes, sendo verificado que a margarina quando aquecida se mistura com água formando uma solução homogênea, no entanto, quando a mistura esfria, fica visível a separação entres as fases aquosa e lipídica (gordura). Ao realizar as medidas da altura da camada lipídica foi possível perceber em todos os grupos uma diminuição no tamanho da altura da camada lipídica, indicando que de fato a margarina light apresenta uma diminuição no teor de gordura, com níveis até 50%, conforme informado no rótulo.

Conclusões

De acordo com o experimento realizado, o objetivo foi atingido, uma vez que os alunos conseguiram visualizar a diferença entre uma margarina tradicional e light. As medições das alturas indicaram a diminuição da camada lipídica para todas as amostras de margarina light. Os parâmetros estatísticos utilizados mostraram reprodutibilidade nas medidas, indicando que o procedimento experimental de fato é simples, porém efetivo em mostrar a diferença de rotulagem presente em alimentos caracterizados como tradicional e light.

Agradecimentos

INSTITUTO DE QUÍMICA, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - SEDIS, UFRN.

Referências

http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/analise-gordura-margarina-light.htm. Acesso Janeiro/2015.
http://www.qualysadia.com.br/voce-sabia. Acesso Janeiro/2015
SILVA, R.M.G. e FURTADO, S.T.F. Diet ou light: Qual a Diferença? Química Nova
na Escola, n. 21, p. 14-16, 2005.
SKOOG, D.A. et al., Fundamentos de Química Analítica. São Paulo:Editora Pioneira Thomson Learning, 8ª edição, 2006.

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