LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO FUNDAMENTAL (6º AO 9º ANO) E ENSINO MÉDIO EM BREVES-ILHA DO MARAJÓ

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Furtado dos Santos, V. (UFPA) ; Pereira Pantoja, R. (UFPA) ; de Andrade Ferreira, A. (UFPA) ; Oliveira Balieiro, M. (UFPA) ; Carvalho Leal, M. (UFPA) ; Leal Moraes, E. (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ALIANÇA) ; Monteiro dos Santos, A. (UFPA) ; Costa de Freitas, M.C. (UFPA) ; Leal Moraes, G. (UFPA)

Resumo

A existência de Laboratórios de informática nas escolas públicas é importante para a igualdade de oportunidade e desenvolvimento, sendo sinônimo de inclusão digital/social. O objetivo da pesquisa foi verificar a existência e situação de Laboratórios de Informática em escolas públicas de Breves-Ilha do Marajó, para posterior proposta de intervenção de otimização de uso destes espaços pedagógicos no ensino de Química e Ciências da natureza. As análises dos dados indicam que apenas 36% das escolas contabilizadas possuem Laboratório de informática em funcionamento. Em 75% das escolas com Laboratório de informática os professores de Ciências da Natureza utilizam o espaço com frequência. Por outro lado, no que diz respeito ao Ensino de Química, os professores não usam esse tipo de laboratório.

Palavras chaves

Laboratório de informátic; escolas públicas; Breves-Ilha do Marajó

Introdução

Em meados da década de 80, iniciou-se a experiência de informatização das escolas da educação básica. Desde então, vários programas de incentivos ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) vêm sendo implementados, entre eles o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO), o mais ambicioso e atuante projeto de informática educativa no Brasil, tendo como incentivador o governo federal, e a Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED) (CASTRO FILHO et al., 2008). As várias possibilidades e benefícios que a utilização do computador pode oferecer em ambientes educativos, vêm apontando mudanças no sentido de elegê-lo como ferramenta educativa em ambientes escolares. Os recursos educacionais digitais, como imagens, vídeos, softwares e animações, podem estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, associando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. Além disso, ao se pensar em uma era digital, a utilização desta ferramenta viabiliza a inclusão digital/social do indivíduo. Entre os variados objetos virtuais de qualidade e gratuitos, para o ensino de química, encontram-se laboratórios virtuais (LABORATÓRIOS, 2016), jogos didáticos e simuladores (LANCASTER et al., 2013), programas para construção e visualização de estruturas (HUMPHREY, DALKE e SCHULTEN, 1996), e vários vídeos educativos, entre outros. Muitos podem ser acessados online, outros é possível baixar em computadores versões offline. O objetivo da pesquisa foi verificar a existência e situação de Laboratórios de informática nas escolas públicas de Breves, a maior e mais populosa cidade da Ilha do Marajó, com cerca de 98.231 habitantes(IBGE, 2015), para posterior proposta de intervenção de otimização de uso destes espaços pedagógicos no ensino de Química e Ciências.

Material e métodos

Nos meses de Junho e Julho de 2016, foi realizada uma pesquisa com questionário estruturado sobre a existência e situação de Laboratórios de informática em 11 escolas públicas da zona urbana do município de Breves-Ilha do Marajó, que ofertam os anos finais do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ANO e Ensino Médio, para posterior proposta de intervenção de otimização de uso desses espaços pedagógico no ensino de Química e Ciências da natureza. O questionário foi aplicado nas escolas de Ensino Fundamental: E.M.E.F Centro Educacional da Ilha do Marajó, E.M.E.F. Estevão Gomes, E.M.E.F. Professora Odizia Corrêa Farias, E.M.E.F. Professor Raimundo Pinheiro, E.M.E.F. Paulo Rodrigues dos Santos, E.M.E.F. Professora Rosilda Ferreira, E.M.E.F. Santa Mônica; e a escola de Ensino Fundamental e Médio: E.R.C.E.F.M. Santo Agostinho; e nas escolas de Ensino Médio E.E.E.M. Elizete Fona Nunes, E.E.E.M. Gerson Perez e E.E.E.M. Maria Câmara Paes. Os questionários aplicados foram estruturados com pergunta fechadas, que deveriam ser respondidos pela direção da escola, ou pela coordenação pedagógica, ou ainda pelo profissional responsável do laboratório de informática, caso houvesse. Em seguida foram realizadas as análises estatísticas dos dados coletados.

Resultado e discussão

Os resultados apresentados são referêntes às 11 escolas pesquisadas, sendo 07 de Ensino Fundamental (6º ao 9º ANO), 01 de Ensino Fundamental e Médio, e 03 de Ensino Médio, que equivalem a 90% das escolas localizadas na zona urbana do município de Breves/PA. A pesquisa incluiu as escolas de ensino fundamental, porque as dificuldades em compreender química, muitas vezes, têm raízes em dificuldades somáticas como um Ensino Fundamental deficitário, pelo qual os discentes passaram, entre outras causas (LIMA e LEITE, 2012). De acordo com os dados coletados, 45,5% das escolas possuem Laboratório de informática. Entretanto, uma está com o espaço pedagógico fora de funcionamento por falta de manutenção, logo, apenas 36% das escolas contabilizadas tem laboratório em funcionamento (GRÁFICO 1). É possível estabelecer relação entre a existência de profissional lotado no Laboratório de informática e o bom funcionamento do espaço. Em média, 87,5% dos computadores funcionam nas três escolas em que há um profissional com lotação no laboratório. Já nas duas escolas em que não há profissionais lotados, um laboratório não funciona por falta de manutenção e em outro só funcionam 40% dos computadores. Apesar de 80% das escolas com laboratório afirmar receber manutenção periódica. Um dado que chama atenção é a formação em Licenciatura em Informática destes profissionais e a vinculação da lotação no espaço mediante projeto pedagógico, o que contribui para o funcionamento dos laboratórios. No que diz respeito ao ensino de química, em 75% das escolas com Laboratório de Informática os professores de Ciências da natureza utilizam o espaço, mas os de Química não utilizam esse tipo de laboratório (GRÁFICO 2). Um dado preocupante diante dos vários benefícios do computador para o Ensino de Química.

GRÁFICO 1

Existência e funcionamento dos Laboratórios de informática nas escolas pesquisadas.

GRÁFICO 2

Disciplinas em que são usados os Laboratórios de informática.

Conclusões

Sem Laboratórios de Informática ou sem boas condições de funcionamento, 64% dos estudantes e professores das escolas pesquisadas têm acesso limitado a vários recursos pedagógicos virtuais que poderiam contribuir para um ensino de química de qualidade. A existência de Laboratórios de informática em escolas públicas é importante para a igualdade de oportunidade e desenvolvimento, sendo sinônimo de inclusão digital/social. Poucas escolas Brevenses possuírem Laboratórios de informática, e felizmente, as poucas que possuem não contam com professores de química que façam uso do espaço em suas aulas.

Agradecimentos

Agradecemos à Pró-Reitoria de extensão da Universidade Federal do Pará e à Faculdade de Ciências Naturais do Campus do Marajó-Breves pelo apoio financeiro.

Referências

CASTRO FILHO, J. A. D; FREIRE, R. S.; FERNANDES, A. C.; LEITE, M. A. Quando objetos digitais são efetivamente para aprendizagem: o caso da matemática. XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 583-592, 2008.
HUMPHREY, W.; DALKE, A; SCHULTEN, K. "VMD - Visual Molecular Dynamics", Journal of Molecular Graphics, vol. 14, 33-38, 1996.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 2015. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/. Acesso em: 28 jul. 2016.
LABORATÓRIO Virtuais. Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais - UAITEC. Disponível em: http://laboratorios.uaitec.mg.gov.br/. Acesso em: 04 ago. 2006.
LANCASTER, K. V.; MOORE, E. B.; PARSON, R.; PERKINS, K. Insights from using PhET's design principles for interactive chemistry simulations. Em J. Suits & M. Sanger, M. (Eds.), Pedagogic Roles of Animations and Simulations in Chemistry Courses, ACS Symposium Series, 97-126, 2013.
LIMA, J. O. G.; LEITE, L. R. O processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Química: o caso das escolas do ensino médio de Crateús/Ceará/Brasil. Revista Electrónica de Investigación en Educación en Ciencias. V 7, nº 2, 72-85, 2012.

Patrocinadores

CAPES CNPQ FAPESPA

Apoio

IF PARÁ UFPA UEPA CRQ 6ª Região INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SEBRAE PARÁ MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI

Realização

ABQ ABQ Pará