ANÁLISE DO PROCESSO DE ENSINO E DA APRENDIZAGEM UTILIZANDO ANALOGIAS EM AULAS DE EQUILÍBRIO QUÍMICO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Souza Lima, W.W. (UFPA) ; Carvalho, R.H. (UFPA) ; Trindade Souza, J.R. (UFPA)

Resumo

A finalidade deste trabalho foi realizar uma análise sobre a proposta de ensino, de um professor de química, que utilizava como recurso analogias para ensinar o assunto: equilíbrio químico. Além de averiguar, o aprendizado construído pelos alunos dos conhecimentos científicos de Química, durante estas aulas. Nesse sentido, foi realizada uma investigação, em uma turma de alunos do ensino médio, na qual, foi procedida uma entrevista semiestruturada com o professor sobre o tema, e após as aulas, os alunos responderam a um questionário, para saber se o uso desse recurso adotado por parte do professor tem facilitado o entendimento de tal conteúdo. Foi evidenciado, pelas pelas respostas dos alunos, que o uso de analogias utilizadas pelo professor na turma facilitou o de ensino e a aprendizagem.

Palavras chaves

Analogia; Equilibrio químico; Ensino de quimica

Introdução

A dificuldade que o aluno tem em entender algo que ele não consegue ver, ou seja, algo abstrato, faz com que o professor tenha a necessidade de buscar novos recursos, novas ferramentas, como analogias, para possibilitar a melhoria de seu ensino e da aprendizagem dos alunos. (MILAGRES; JUSTI, 2001). Dessa forma, a analogia tem por intenção relacionar sistematicamente duas situações, uma conhecida e de compreensão por parte do domínio do aluno, e outra que procura desenvolver um processo de significação do que se pretende ensinar (CHASSOT, 1995). Assim, foram desenvolvidos modelos de ensino que são normalmente apresentados na forma de analogias e simulações diversas, na literatura científica (RAVIOLO, GARRITZ, 2007; DAGHER 1994). A relevância desta pesquisa está em demonstrar a importância da compreensão do professor, desta ferramenta didática, que é a analogia. Como também, demonstra a aprendizagem dos alunos de assuntos que exigem alto grau de abstração. O trabalho teve como objetivo a partir das aulas do professor, analisar o modelo de analogia desenvolvida pelo professor e assim como a verificar a consequente aprendizagem dos alunos.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual David Salomão Mufarrej, no Município de Belém do Pará. Participaram da investigação 16 alunos, do 2º ano do turno da tarde, e um professor de Química. Primeiramente, foi procedida uma entrevista semiestruturada com o professor, cujo intuito era de conhecer o entendimento de analogia por este profissional, e para saber qual conteúdo de química ele poderia ministrar durante a investigação. Após as aulas, foi realizado também, a aplicação de um questionário com perguntas, sobre o conteúdo Equilíbrio Químico, com o objetivo de verificar a aprendizagem dos alunos diante das analogias que o professor utilizou em sala de aula. Por último, foi realizada uma análise interpretativa, tanto da proposta de ensino de professor e o resultado do questionário.

Resultado e discussão

Foi relatado pelo professor que, ele há um tempo, faz uso de analogias, e que equilíbrio químico seria favorável para utilização da ferramenta didática, analogia, durante a pesquisa. Para este resumo, foi utilizado 2 analogias ensinada pelo professor e as perguntas do questionário (Figura1). A primeira analogia é sobre a balança de prato de feira para a compreensão do conceito de equilíbrio estático em reações químicas. Segundo Dagher (1994) essa é uma relação analógica funcional, pois mostra a relação em termo de relacionamento. O professor procedeu de forma correta deixando claro o caráter funcional da analogia. Porém, o mesmo não esclareceu que a balança a ser comparada é somente a balança de dois pratos que não pode ser balança digital ou de outro tipo. Na segunda analogia, o professor utilizou uma proposta de Raviolo e Garritz (2007), para explicar o equilíbrio dinâmico, de modo resumido, consiste em uma pista de cem metros que liga uma cidade a outra, onde um homem em uma extremidade pinta a pista e outro homem em outra extremidade apaga o que foi pintado. A taxa de avanço de ambos os homens irão ser igual, havendo assim o equilíbrio, de modo que, a velocidade seria dada pela distância que cada um percorreu pelo tempo. Segundo Dagher (1994), essa analogia, apresenta um nível mais elevado de abstração, que utiliza várias fontes e vários atributos de uma fonte para descrever o alvo que é o equilíbrio dinâmico. Tendo em vista a resposta dos alunos ao questionário. É evidenciado que o professor teve o cuidado de utilizar analogias próximas de fatos da vida cotidiana do aluno (CARMO, 2006). Por outro lado, o resultado do questionário expressa que os alunos conseguiram entender o que foi ensinado (Figura 2). Sendo que, 14 alunos acertaram em torno de 90% das questões.

Figura 1: Quadro das Perguntas do Questionário

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 2: Resultado do questionário aplicado aos alunos

Fonte: Dados da pesquisa.

Conclusões

Concluiu-se que o conhecimento da literatura científica e a aplicação de modo sistemático de analogia, pelo professor, nesta pesquisa, potencializou o seu ensino proposto, com analogias, como ferramenta didática. Ademais, o raciocínio analógico influenciou nos conteúdos ensinados pelo professor, pois conseguiu mostrar aos alunos que os assuntos abordados em sala de aula estão próximos da vivência em seu cotidiano, facilitando assim a construção do conhecimento científico, do assunto equilíbrio químico. A aprendizagem foi evidenciada pelo alto nível de acertos nas respostas do questionário.

Agradecimentos

Referências

DAGHER, Z. R. Características únicas das analogias utilizadas pelos professores de ciências, Revista de Educação. v. IX, n.1/2, p. 55-66, 1994.

CARMO, E. A. As analogias como instrumentos úteis para o ensino do conteúdo químico no nível médio. Dissertação (mestrado em educação em ciência e matemática). UFPA. Núcleo de apoio ao desenvolvimento científico, Belém. 2006.

CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino? Alternativas para um ensino (de Química) mais crítico. Canoas: Ed. Ulbra, 1995.

MILAGRES, V. S. O.; JUSTI, R. S. Modelos de Ensino de Equilíbrio Químico. Algumas considerações sobre o que tem sido apresentado em livros didáticos no ensino médio. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 13, p. 41, maio 2001.

RAVIOLO, A.; GARRITZ, A. Analogias no ensino de equilíbrio químico. Química Nova na Escola. n. 27, p. 13-25, 2007.

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